O Tríduo Pascal é um período tão rico e gratificante que nunca encontraria as palavras para exprimir o que tenho vivido.
Algumas palavras sobre o dia de ontem. Ao jantar, pronto não vivi o verdadeiro jejum católico, mas se tiver existido alguém prejudicado, sem dúvida, serei eu!, no Telejornal uma pequena reportagem sobre a Via-Sacra pelas ruas, para dizer a verdade, é melhor escrever ruelas da cidade velha de Jerusalém, completamente apinhadas, pois este ano até existe coincidência da Páscoa nos calendários dos católicos e dos ortodoxos! Tendo tido a graça de por lá passar em Novembro de 2008, foi com alegria que reconheci o local da V Estação, um dos episódios que mais me comove: Na Via-Sacra paroquial um convite Dele, através do João Serra, queres participar na 5.ª Estação? Como um dos companheiros, um peregrino de Jerusalém, que faz hoje precisamente dois anos viveu um momento de dor extrema. Apesar de não ter autoridade para escrevê-lo, penso que só no Amor de Deus poderemos encontrar o sentido da Vida, sendo que este é indissociável da Morte! Ao carregar a Cruz, e perante a dor do meu Irmão, senti que acompanhava Jesus. Gostava de considerar-me o Cireneu, mas se calhar estarei muito mais perto da multidão que zombava de Cristo?!?
Ao pegar numa das inúmeras Vias-Sacra, para escrever esta entrada, saíu-me "As Minhas mãos feridas", de Renzo Sala (Paulus, 2007); na V Estação (Jesus é ajudado por Simão de Sirene) uma reflexão do Padre David Turoldo:
Jesus quis necessitar da ajuda de um homem para poder prosseguir o seu caminho. Naquele lento caminhar ao lado d'aquele Homem, Simão recebeu daquele rosto, sereno na sua dor, um olhar de silenciosa gratidão que o transformou profundamente. O nosso Deus quer precisar da nossa ajuda. Não é fácil conhecer concretamente: como dar; como pôr as nossas vidas as serviço daqueles que precisam de nós; como descobrir a experiência profunda de Simão de Cirene.