17 de julho de 2015

Taxi, de Jafar Panahi (e Offside)

Um filme sem genérico (final) e... (nada) distribuível!
Se tenho ido ao cinema um dia antes a escolha não teria sido o "Táxi" do Jafar Panahi, mas depois de ver o filme não posso deixar de agradecer este "atraso". Tinha como grande cartaz ser iraniano, filmologia que muito aprecio, e apesar de ser filmado sempre dentro do táxi, não é nada parado e prende a atenção.
Apesar de não perceber bem onde acaba a ficção e começa a realidade, gostei de circular pelas movimentadas ruas de Teerão! Afinal o taxista, perdão o realizador Jafar Panahi, que já esteve preso e está proibido de sair do Irão, também está proibido de filmar, valeu-se deste subterfúgio. Para mais este filme acabou por ganhar o Urso de Ouro de Berlim em 2015, tendo sido a sobrinha, que também aparece no filme, aliás, a partir do momento que aparece, à porta da escola, é a estrela principal... deve ter sido emocionante a entrega do prémio (e o regresso ao Irão!).
Curiosamente, através de uma advogada, também em vias de ser suspensa, que pelos vistos terá intervido no processo do Jafar, fala-se de outro filme, que vi em DVD, o "Offside" (Urso de Prata de Berlim em 2006), pois uma das suas intérpretes que ia visitar está presa e em greve de fome porque tentou ver um jogo de voleibol!!! É esse o motivo deste "Offside", a desigualdade das mulheres no Irão, afinal acompanha um conjunto de raparigas disfarçadas de homens que tentam entrar no estádio para ver a selecção num jogo de apuramento para o Mundial de Futebol. Apesar de realidade não ser a mais alegre, quase em estilo de comédia, assiste-se às inúmeras tentativas para ver o jogo e ao nervosismo de ouvir a multidão a reagir ás incidências do jogo... e o Irão acabou por qualificar-se para o Mundial da Alemanha (perderam 2-0 com Portugal)!

A verdadeira vida de São Cipriano, Pôncio

Um pequeno livro, quase opúsculo, da autoria do diácono Pôncio que assistiu ao martírio do bispo São Cipriano de Cartago no ano 258 (primeiro bispo mártir africano).
Confesso que o motivo da leitura se encontra nas 5 páginas do epílogo (dos editores), onde se refere que «O Grande livro de S. Cipriano ou tesouros do feiticeiro», publicado em 1971, apesar da ideia (muito) corrente, nada tem a ver com o santo, tendo em conta que a bruxaria não condiz com este Padre da Igreja e óptimo escritor da Patrologia Latina.