Um filme sem genérico (final) e... (nada) distribuível!
Se tenho ido ao cinema um dia antes a escolha não teria sido o "Táxi" do Jafar Panahi, mas depois de ver o filme não posso deixar de agradecer este "atraso". Tinha como grande cartaz ser iraniano, filmologia que muito aprecio, e apesar de ser filmado sempre dentro do táxi, não é nada parado e prende a atenção.
Apesar de não perceber bem onde acaba a ficção e começa a realidade, gostei de circular pelas movimentadas ruas de Teerão! Afinal o taxista, perdão o realizador Jafar Panahi, que já esteve preso e está proibido de sair do Irão, também está proibido de filmar, valeu-se deste subterfúgio. Para mais este filme acabou por ganhar o Urso de Ouro de Berlim em 2015, tendo sido a sobrinha, que também aparece no filme, aliás, a partir do momento que aparece, à porta da escola, é a estrela principal... deve ter sido emocionante a entrega do prémio (e o regresso ao Irão!).
Curiosamente, através de uma advogada, também em vias de ser suspensa, que pelos vistos terá intervido no processo do Jafar, fala-se de outro filme, que vi em DVD, o "Offside" (Urso de Prata de Berlim em 2006), pois uma das suas intérpretes que ia visitar está presa e em greve de fome porque tentou ver um jogo de voleibol!!! É esse o motivo deste "Offside", a desigualdade das mulheres no Irão, afinal acompanha um conjunto de raparigas disfarçadas de homens que tentam entrar no estádio para ver a selecção num jogo de apuramento para o Mundial de Futebol. Apesar de realidade não ser a mais alegre, quase em estilo de comédia, assiste-se às inúmeras tentativas para ver o jogo e ao nervosismo de ouvir a multidão a reagir ás incidências do jogo... e o Irão acabou por qualificar-se para o Mundial da Alemanha (perderam 2-0 com Portugal)!