Imprescindível conhecer este "Peregrinos" da Ana Catarina André e Sara Capelo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (colecção Retratos), lido num repente mal cheguei do Fátima-a-pé com a Paróquia da São Brás (e com um segundo livro com direito a simpática dedicatória).
Vão saborear grandes testemunhos de peregrinos, sem dúvida que gostei de conhecer o Jaime Oliveira (cego) e Pedro Diogo (que foi o sei guia), dos quais, deixo dois extractos:
"Conversaram longas horas sobre as vidas de ambos. «A experiência peregrina é essa mesma: uma partilha», diz Pedro. Também cuidavam um do outro."
"A ACAPO foi fundamental e a paz que encontrou em Fátima também. «Uma vez disse ao Pedro: "As videiras morrem no Inverno e florescem na Primavera. É assim connosco: temos de morrer para ressuscitar".»"
"Conversaram longas horas sobre as vidas de ambos. «A experiência peregrina é essa mesma: uma partilha», diz Pedro. Também cuidavam um do outro."
"A ACAPO foi fundamental e a paz que encontrou em Fátima também. «Uma vez disse ao Pedro: "As videiras morrem no Inverno e florescem na Primavera. É assim connosco: temos de morrer para ressuscitar".»"
O marcador de caminhos António Pires, inspirado no Padre Elías Valiña (o padre louco), impulsionador das setas amarelas que hoje indicam essa (caminho francês) e outras rotas para a cidade-santuário:
"Um dia, diz a lenda que acompanha o nome do pároco espanhol, então com pouco mais de 50 anos, a Guardia Civil interceptou-o a desenhar estes sinais numa zona transfronteiriça frequentada por membros da ETA. O que estava afinal a fazer, quiseram saber os agentes desconfiados de que pertencesse ao grupo nacionalista basco. Elías Valiña foi irónico e misterioso: «Estou a preparar uma grande evasão.» Não estava errado."
"«Aconteceu mais que uma vez. Quando eu olhava para o chauffeur de um caminhão e via que era um rapaz novo, ele procurava desviar-se. Quando via que era de alguma idade, ele normalmente não se desviava. Tinha que ser o peregrino (a fazê-lo). O chapéu voava e a gente voltava para trás.» para o apanhar."
Felizmente que a organização de São Brás leva muito a peito a segurança, por certo ás custa de muito tempo das suas vidas, mas não temos passado por muitas estradas principais. A EN1, só mesmo depois da Ota e não por muito tempo, e, apesar das bermas muito largas, na 2.ª-feira de manhã o tráfego dos camiões impõe respeito! Alguns percursos por estrada movimentada, mesmo em fila indiana, deixam-me a pensar noutros peregrinos que fazem toda a sua peregrinação por estradas!!
E o artigo do Padre Andarilho, que, por coincidência, acompanho desde o seu primeiro Fátima-a-pé com a Paróquia da São Brás em 2008, só não caminhei (fisicamente) com eles em 2012 pois fui a Taizé na Semana Santa (de autocarro!), e que, de facto, para além de uma peregrinação, e sem dúvida um retiro!
Senti-me nesse capítulo, como um gota de um oceano, e deixo esta sua resposta:
"O que é que as pessoas procuram no caminho, padre Jorge?
Um tempo de retiro. Uma coisa é estar a cozinhar e a pensar na vida. Outra é ir para o caminho e ter horas e horas para rezar e apaziguar determinado assunto. Há coisas na nossa vida que precisam de muitos quilómetros para ficarem resolvidas."
E com direito de assistir à apresentação do livro no auditório da Rádio Renascença: