A oitava contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 80 relativa ao XXXIII Domingo do Tempo Comum.
Terra Santa\ Um ano depois...
“Que alegria, quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor!»
Os nossos pés detêm-se
às tuas portas, ó Jerusalém!
Por amor da casa do Senhor, nosso Deus,
Pedirei o bem-estar para ti.”
Salmo 121 (1-2.9)
Há cerca de um ano tive a felicidade de poder peregrinar pela Terra Santa. Viver na primeira pessoa, se isso posso afirmar, a Anunciação, a Visitação, o Presépio, o Baptismo, o crescimento de Jesus em Nazaré, a pesca milagrosa e o chamamento dos primeiros discípulos no Mar da Galileia, subir à montanha para escutar as Bem-aventuranças, assistir à multiplicação dos pães e dos peixes e à pregação na sinagoga de Cafarnaúm, ouvir o Pai-Nosso, ver Jesus a chorar sobre Jerusalém, estar na instituição da Eucaristia e Orar com Jesus no Monte das Oliveiras, ver Jesus a ser preso, e, tal como Pedro, negá-lo, percorrer a Via-Sacra a Seu lado, alegrar-me com o Cireneu, pois apesar de “obrigado”, Simão de Cirene fez o que devia ter feito, chorar a morte e alegrar-me com a Sua Ressurreição, fazer o caminho de Emaús e, por fim, ouvir Jesus a dizer: «A paz esteja convosco!», no fundo, tão só testemunhar a vida de Cristo.
Em Jerusalém é impossível ter uma única certeza histórica sobre o verdadeiro local onde cada episódio foi vivido por Jesus Cristo; séculos e séculos de destruições, sismos, incêndios, guerras e o tempo, a isso nos conduziram, mas a cidade Santa é essencialmente um sentimento, a Jerusalém Celeste, para onde queremos caminhar. Já estive em outros locais onde as pedras estão carregadas de história, a grande diferença é que em Jerusalém essa história é também a minha!
Sei que devia ter sido de outra forma, afinal ainda tenho caminho para percorrer, mas não foi a Eucaristia na capela católica (Franciscana) da Basílica do Santo Sepulcro que mais me comoveu, mas A da gruta da Basílica da Natividade em Belém, não consigo explicar o que senti a dizer as palavras do refrão do Salmo 95 “Hoje nasceu o nosso Salvador, Jesus Cristo, Senhor, hoje nasceu o nosso Salvador”.
Uma mágoa, afinal também lá peregrinei como turista, foi não ter conseguido, e se calhar não fiz tudo o que podia, fazer Eucaristia com os irmãos da Terra Santa; até posso contribuir no ofertório de 6.ª-feira Santa para eles, mas ter estado lá e não os “abraçar” é uma tristeza que guardo!
“Vós, porém, aproximastes-vos do monte Sião e da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste, de miríades de anjos, da reunião festiva, da assembleia dos primogénitos inscritos nos céus, do juiz que é o Deus de todos, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição, de Jesus, o Mediador da Nova Aliança, e de um sangue de aspersão que fala melhor que o de Abel.”
Carta aos Hebreus 12, 22-24
Uma palavra também para a Confirmação dos nossos irmãos no próximo dia 15 de Novembro, por muito que nos custe a compreendê-lo, os Sacramentos não são recebidos porque os mereçamos, mas porque são graças do Dom de Deus. Que o Espírito Santo os ilumine, para serem verdadeiras testemunhas de Cristo.
Continuando com as palavras de David Vieira, retiradas da revista “a folha dos valentes” n.º 352, de Junho de 2006, propriedade da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), fazendo parte do artigo “Cinco defeitos de Jesus”:
2.º – Jesus não percebia nada de matemática.Se entendesse de números, não teria dito que um só pecador arrependido valia mais do que noventa e nove justos que não precisam de arrependimento. Só quem não sabe fazer contas é capaz de dizer, como Ele, que setenta vezes sete não é igual a 490, mas sim um número infinito, ou seja, sempre. Até mesmo as contas de multiplicar eram exageradas pela quantidade de pães que sobraram depois de ter saciado a fome à multidão.
3.º – Jesus não estudou lógica.
(a “explicação”, se Deus quiser, apresentá-la-ei na próxima crónica)