18 de março de 2010

Sacerdotes em Cristo (Boletim XIX)

A décima nona contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 95 relativa ao V Domingo da Quaresma.

Ainda e sempre o Ano Sacerdotal. Desta vez através de um livro da Paulus Editora, com o apoio da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, pelo que parte das vendas será revertida em doação para os projectos da fundação: “Sacerdotes em Cristo (12 testemunhos de um chamamento)”.
O livro abre com um artigo histórico do Padre Senra Coelho intitulado “O sacerdócio ministerial ao longo da História”. Depois sucedem-se 12 testemunhos, que se iniciam com os sentimentos de D. Manuel Clemente (Trinta anos de sacerdócio, já e apenas), passando pelo Padre José Miguel Barata Pereira (Servimos este mundo semeando em cada um a vida divina), com quem há bem pouco tempo tivemos oportunidade de privar no decorrer da semana vocacional XPTO, ou pelo Padre Tony Neves (Sacerdócio missionário).
Apesar de todos falarem da mesma realidade, em cada um destes 12 testemunhos de cerca de 8 páginas não existe um testemunho repetido, algo que possamos dizer mas eu já li isto.
Poderia referir vários aspectos de cada um dos testemunhos, em especial o momento em que sentiram o seu chamamento, ou como o sentiram, nalguns casos em plena infância, mas, para além de recomendar a leitura deste livro, deixo algumas palavras do Padre Júlio Grangeia, que humildemente intitulou o seu testemunho de “Queria ser importante... Mas o importante era (é) não ser... “importante”!”. O Padre Júlio nasceu no ano de 1958 em Vale de Ílhavo, sendo que a sua participação no livro resulta em grande parte de em 1997 se ter tornado no primeiro padre português a utilizar a Internet como meio de Evangelização, criando um sítio na web, para apoio das suas actividades paroquiais e pastorais.
Os pontos do seu testemunho seguem as seguintes referências:
Fui baptizado à pressa, em casa, pela minha tia...
Os pecados na confissão...
O “balde de água fria”: a Matemática!
O grande sinal de Deus: o “chumbo” no 8.º ano...
Queria ser importante... Mas o importante é não ser “importante”!
Padre anunciador da Boa-Nova aos de longe e aos de... perto!
A importância da “embalagem”!
Padre – o homem que é feliz e que aponta para a Felicidade!

Algumas palavras do ponto “importante!”: “Não me recordo de ter brincado às missas com bolachas, mas o que me lembro bem é que queria ser padre para ser... importante!
(...) Ainda não tinha percebido que a importância do padre não está na “importância” que este adopta, mas na simplicidade que assume! Como pode o padre chegar a todos a não ser pela simplicidade?! (...)”.
Bem como as últimas palavra do testemunho: “O padre é, pois, alguém realizado e feliz porque sabe em quem confia e é também profeta da esperança... porque aponta o caminho:
Para a felicidade plena...
Para Jesus Cristo...
Para Deus...
Para o AMOR!
http://www.padrejulio.net/

Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
12) Não repitas as palavras do sacerdote, mas ouve-as com atenção (e em tensão), manifestando a tua adesão mediante as aclamações.
13) Quando saúdas os irmãos na paz de Cristo, não precisas de cumprimentar todas as pessoas da igreja: sendo assim tão rigoroso, deverias cumprimentar todos os homens. Saúda o teu vizinho, com um coração aberto a todos, filhos de Deus, reunidos por Cristo.

14 de março de 2010

Retiros - formação de animadores (Boletim XVIII)

A décima oitava contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 94 relativa ao IV Domingo da Quaresma.

Por vezes o tempo não abunda, embora quando o tenho, normalmente, até acabe por desperdiçá-lo! Vem isto a propósito de um texto que escrevi, um bocado a correr e a pedido da Ausenda, uma das empenhadas colegas da formação de animadores do Departamento da Juventude do Patriarcado de Lisboa, para servir de testemunho, e em princípio para transmitir ou escrever aos formadores, no encontro de Julho de 2009, o último dos 9 encontros que tivemos ao longo de 3 anos. Como o tempo da Quaresma é propício a retiros, e sendo este um dos temas do meu testemunho, optei por 8 meses depois me socorrer dele. Apesar de o texto conter algumas referências pessoais, que é algo a que um suposto cronista tem alguma dificuldade de não recorrer, embora neste caso até mencione outras pessoas, aqui o deixo:

O que foi/é para mim a Formação de Animadores?
Desde logo foi ter dito SIM, quando tantas vezes procuro encontrar os talvez, porque, mas, e se... ainda para mais sendo algo que Deus me colocou no caminho sem eu pedir ou estar à espera (as maiores experiências nascem muitas vezes de surpresas; e Deus tem uma capacidade incomensurável de nos surpreender).
Apesar dos formadores talvez não gostarem do que vou dizer, as formações para mim foram autênticos dias de retiro, talvez porque não tenha tido oportunidade de os fazer/viver na altura oportuna. Além disso tive(mos) a sorte de começar pela Casa de Retiros do Bom Pastor, na qual a capela é no “meio” dos quartos, ou seja, é possível adormecer, literalmente, junto a Ele. Acontece um bocado isto no (pré-)Seminário de Nossa Senhora da Graça, embora, se não formos silenciosos, possamos acordar meio seminário!!!
É sentir que cresci, como cristão e, sobretudo, algo que lhe está intimamente ligado, como pessoa. E se calhar ser o animador que menos aplicou as técnicas que nos procuraram transmitir, como “bom” preguiçoso que sou, mas esperar que a semente cá tenha ficado e/ou ajudar a florescer alguém, embora para isso conte também com a preciosa ajuda do Espírito Santo.
É ter-me aproximado da Liturgia das Horas e, talvez, ter começado a compreender o seu “sentido”, dado que só se pode amar o que se conhece… “Se me envolve a noite escura e caminho sobre abismos de amargura, nada temo…”
É ter presenciado um brilho permanente nos olhos do Padre Filipe, e vou lembrar-me sempre da Reconciliação que me “conduziu” à Confirmação, e os exemplos de vida dos animadores: a serenidade e sabedoria da Mena (para mais, sendo a história dos assuntos que mais gosto), a alegria e voz da Rosarinho (não a consigo imaginar, muito séria, no Tribunal, sorry!!!), a alegria e, sobretudo o exemplo de família cristã que o Manel, a Ana e o Manelito nos proporcionaram, e sentir uma certa tristeza pelo Manel Coelho não ter podido nos acompanhar até ao fim. É sentir alguma tristeza por nem todos os que partiram terem chegado ao fim, mas confiar que ainda nos encontraremos nos caminhos desta vida, e agradecer todas as pessoas que Deus nos colocou no caminho, como um irmão italiano que tivemos por companhia no primeiro ou segundo encontro, desde o Padre Carlos Gonçalves (no primeiro encontro), os Padres e seminaristas de Penafirme, a Dona Aldemira (de quem só conheço a voz e por e-mails), as duas “visitas” que tivemos do outro grupo, quer a Cristina quer a Elisa (espero não me esquecer de ninguém).

Termino com as palavras que alguém escreveu no 3.º encontro do 1.º ano, no verso de uma cartolina que tem a seguinte frase “Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele.” Mc 10, 21:
“Na minha vida, sinto-me fitada por Jesus. E sinto necessidade de corresponder a esse olhar. Na minha oração pessoal, na minha vivência, na Eucaristia busco a forma melhor de corresponder a esse olhar. Sinto-me interpelada a mostrar também esse olhar a outros.”

Está tudo, embora, bem vistas as coisas, isto é algo que nunca poderemos ou conseguiremos dizer ou fazer. Acabei por “transformar” um texto que me fez estar acordado até bastante tarde, e que acabou por ter estado adormecido tanto tempo, num pequeno testemunho público, se fiz bem...

Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
10) Se não és surdo, não precisas de acompanhar a missa pelo missal (o missal popular é muito útil para preparares, em casa, a tua participação): a palavra que ouves é uma Palavra viva, transmitida pelo ministério do leitor.
11) Leva já preparada a tua oferta escusando deteres quem recolhe as ofertas ou dares espectáculo, rebuscando os bolsos, procurando a carteira ou fazendo trocos: a tua oferta faz parte da tua participação, se foi preparada, tornar-se-á mais consciente.

7 de março de 2010

Crianças (AE)

Por vezes o tempo não abunda, embora quando o tenho, normalmente, até acabe por desperdiçá-lo! Como tenho escrito pouca coisa no blogue, hoje opto por copiar, sem mais comentários (e isso seria preciso?!?), uma pequena frase que li no "Destak" de 4 de Março:
«A palavra "progresso" não terá qualquer sentido enquanto houver crianças infelizes»
Albert Einstein, físico alemão (1879-1955)