5 de julho de 2013

Zona (GTIST)

Após uma ausência de alguns anos, tendo em conta que era "cliente" habitual do Dona Maria e da Cornucópia (Teatro do Bairro Alto), mas com passagens pelo Trindade, Villaret ou Teatro Aberto, em pouco tempo vi duas peças de teatro!!
O regresso foi com o "Condomínio da rua" no Dona Maria, que ficará para mais tarde.
A segunda peça foi de teatro universitário, graças a um desafio de uma das atrizes. Penso que não será correcto escrever "teatro amador", dado que apesar das parcas condições técnicas, senti que a peça foi desenvolvida e apresentada com muita empenho e amor à causa! Na página do Grupo de Teatro do Instituto Superior Técnico (GTIST), e nunca tinha entrado no IST, referem que o grupo está em plena actividade desde 1992/1993, mas gostei sobretudo da frase de entrada, do José Gomes Ferreira, que há vários anos guardo no coração: "Proibida a entrada a quem não andar espantado de existir" (logo no início das "Aventuras de João sem medo, panfleto mágico em forma de romance").
Logo à porta apercebi-me que os actores são "paus para toda a obra", pois pode ser preciso combinar com o segurança questões práticas! Como acabei por ser dos últimos a entrar (condiz comigo!), fiquei na última fila (não que existam muitas, mas são 4 ou 5, embora "flexíveis"), pelo que pude comprovar as multi-tarefas do encenador Nicolas Brites, como anfitrião, electricista (afinal é desenho e operação de luz), homem do som (concepção sonora e sonoplastia), etc...
A leitura dos breves textos que acompanham o prospecto, que afinal também era o "bilhete", não me deu grande pistas e deixou-me algo confuso, mas reconheço que depois de ver a "Zona" as palavras batem certo com o que vivenciámos, tendo o Nicolas Brites (em Portugal com várias variantes para o 1.º nome!) terminado assim: "Tratamos aqui de sensações, de percepções, de emoções, de pequenos prazeres, de grandes alegrias, de profundas desilusões, e mesmo de tristezas."
De qualquer forma, copio também o trecho de um autor americano que aprecio. In "Cartas da Terra" de Mark Twain: "Isto aqui é um lugar estranho, extraordinário e interessante. Não há nada de semelhante aí pelos nossos sítios. Todas as pessoas são loucas, a Terra é louca, a própria natureza é louca. O homem é uma maravilha curiosidade. Quando está no seu melhor é uma espécie de anjo passado por um banho de níquel; no seu pior é indiscritível, inimaginável; é, de ponta a ponta, um sarcasmo. E no entanto chama-se a si própria, com brandura e sinceridade, a «mais nobre das obras divinas»."
Confesso que no início não estava a perceber nada da peça, e o calor também era algum, em sentido figurado e recorrendo mais a expressões corporais, sobretudo de costas, mas na segunda parte os diálogos são mais acessíveis, para aquele grupo que estava na zona... entre o céu e o inferno!!!
No final cada actor fez uma agradável apresentação, misturando a sua personagem e a sua vida, num jogo do gato e do rato, pelo menos esta foi a minha percepção após ouvir a Sandra Subtil (também responsável pela tesouraria, (mais) uma tarefa que não condiz muito com a arte, mas de facto deve ser preciso fazer "milagres").
Se não fosse o convite, nunca teria entrado nesta "zona"... obrigado Marina!

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