A décima quinta contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 89 relativa ao V Domingo do Tempo Comum (PS: desta vez, antes do boletim ter sido divulgado!).
Penso que um dos princípios que um presumível cronista deve seguir é esforçar-se por escrever sobre assuntos que possam interessar a quem, eventualmente, irá ler as suas palavras. Não deverá escrever o que não é ou o que não sente, mas também deverá ter algum cuidado com os aspectos pessoais, que poderão não interessar às outras pessoas.
Acontece um pouco isso com esta data: 1 de Fevereiro de 1970. Foi há 40 anos e não vos dirá muito, alguns de vós ainda nem eram nascidos! Eu ainda nem 3 meses tinha e humanamente, como é natural, nada me recordo deste dia, que é a data do meu Baptismo. Nesse dia foram os meus Pais e Padrinhos que, por mim, assumiram o compromisso de viver em coerência com o dizer-me Cristão. Espero ter a lucidez e a alegria de conseguir prosseguir a minha caminhada dizendo, não um eu fui Baptizado em, mas sim um eu sou Baptizado desde 1/02/1970, acho que isso faz toda a diferença.
No dia seguinte, 2 de Fevereiro, festejamos um importante e profético momento da vida de Jesus, a Apresentação do Senhor (Festa). Tal como acontece com o Benedictus (o Cântico de Zacarias) e o Magnificat (o cântico de Maria), o Nunc dimittis (o Cântico de Simeão) pode acompanhar-nos todos os dias da nossa vida, pois este Cântico Evangélico faz parte da Oração de Completas (Cristo, luz das nações e glória de Israel).
Algumas palavras do Missal Popular, a propósito da Apresentação, que é a Epifania do quadragésimo dia após o Natal:
“Quarenta dias após o nascimento de Jesus, em obediência à lei de Moisés (Ex. 13, 11-13), Maria leva o Menino ao templo, a fim de ser oferecido ao Senhor. Toda a oferta implica renúncia. Por isso, a Apresentação do Senhor não é um mistério gozoso, mas doloroso. Começa, nesse dia, o mistério de sofrimento, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário, quando Jesus, que não foi «poupado» pelo Pai, oferecer o Seu sangue como sinal da nova e eterna Aliança. Ao oferecer Jesus, Maria oferece-Se também com Ele. Durante toda a vida de Jesus, estará sempre ao lado do Filho, dando a Sua colaboração para a obra da Redenção.
O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico, quando ao celebramos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Antes da Missa, está prevista no Missal a procissão das velas, acesas em honra de Cristo que vem como luz das nações, e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.”
Mas dois episódios recentes da minha vida de encontro com Deus, através dos meus irmãos:
O primeiro de colocar nas mãos do Senhor todas as minhas acções, quer as mais nobres, quer as mais tristes, pois é o que tenho de mais valioso para Lhe oferecer em cada ofertório Eucarístico. Há uma semana o desalento por uma sessão de catequese que correu não muito bem, e o seu tema era a Paz! Uma semana depois a enorme alegria, embora os meus méritos tenham sido mínimos, pela magnífica (longa) leitura que o jovem João Pedro fez do Cântico do amor, senti-me tocado e agradecido.
O segundo advém de um resumo de uma notícia do «Semanário Sol», que li na edição do «Destak» de 29 de Janeiro, intitulada “Crise de vocações esvazia conventos” (número de freiras baixou consideravelmente), no qual é referido que entre 2002 e 2008 houve uma redução de 2.500 freiras e que, segundo dados da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, em 2008, havia 5.417 irmãs, distribuídas por 652 comunidades, enquanto que em 2002 existiam 7.995 freiras, integradas em 795 conventos.
Quando cheguei a casa, para alguns será apenas coincidência, tinha à espera uma carta da Irmã Susana Maria, do Carmelo de Santa Teresa de Coimbra. Nunca vi a Irmã a Susana, mas há cerca de dois anos e meio as palavras apaixonadas de uma colega de trabalho, sobre a sua sobrinha que, contra todas as expectativas do mundo, apesar da sua formação superior de enfermeira, da carreira profissional, beleza e juventude, resolve “abandonar” tudo e ingressar num convento de clausura... e rezar por todos nós. No Natal seguinte, um porque não enviar-lhe um postal de Natal? Esta é a segunda carta que recebo dela, como é natural as suas palavras são valiosas de mais para poder partilhá-las neste espaço, mas podes ter a certeza que, tendo iniciado o último ano antes da Consagração Solene (perpétua), procurarei responder à pergunta que me lanças: “Reze por mim, sim?”
Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
4) Ocupa um lugar livre, começando pela frente: uma comunidade reunida que se coloca à distância não parece uma assembleia unida na fé e no amor ao Senhor.
5) Concentra-te um pouco e repara no ambiente que foi especialmente preparado para aquela celebração: antegoza a maravilha dessa reunião da família de Deus (como é bom e agradável reunirem-se os irmãos...)