A décima sexta contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 91 relativa ao I Domingo da Quaresma.
Para não correr o risco de o Ano Sacerdotal passar sem o mencionar nestas crónicas, hoje quero referi-lo através de alguns apontamentos, que basicamente resultam de três cópias “soltas”.
“Não tem dúvidas em relação à fé e aos valores a respeitar. É de Santa Catarina esta afirmação: “... se me aparecesse um sacerdote e um anjo, eu faria uma reverência primeiro ao sacerdote e depois ao anjo (...). Mesmo que o sacerdote fosse um demónio encarnado, por seus pecados, não deixaria de o reverenciar pela sua grande dignidade.””
(retirado do livro “Eram como nós e melhoraram o mundo” de Maria Torres, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Novembro de 2009, página 77)
Perante uma ideia tão cristalina de Santa Catarina de Sena, a nossa segunda Doutora da Igreja, proclamada a 4 de Outubro de 1970 pelo Papa Paulo VI, poucos dias depois de Santa Teresa de Jesus, não ouso acrescentar mais nada a esta frase da nossa irmã do século XIV que nem escrever sabia, razão pela qual as suas cartas foram ditadas, mas a quem o Senhor concedeu o dom da escrita, para escrever belos poemas místicos e compor música!
“– Havia aqui na paróquia um homem que morreu há poucos anos. Pela manhã, entrando na igreja para rezar as suas orações antes de ir para o campo, deixou os utensílios à porta e esqueceu-se de si mesmo diante de Deus. Um vizinho que trabalhava no mesmo lugar e que costumava vê-lo, estranhou a sua ausência. Voltando, resolveu entrar na igreja, julgando talvez encontrá-lo ali. De facto, encontrou-o. “Que fazes aqui tanto tempo?” perguntou-lhe. Ao que ele respondeu: “Olho para Deus e Deus olha para mim”.
A esta singela narração que gostava de repetir e que o fazia chorar cada vez, o Cura d’Ars acrescentava: “Ele olhava para Deus e Deus olhava para ele. Tudo consiste nisso, meus filhos”.”
(retirado do livro “O Cura d’Ars” de Francis Trochu, Edições Theologica, Braga 1987, página 215)
Como é que o São João Maria Baptista Vianney pode ser o Padroeiro oficial dos párocos? Esta pergunta conduziu-me a este livro e, apesar de ter “estagnado” há algum tempo à volta da página 400, e ainda me faltar um terço, a sua leitura tem sido reveladora, pelo que a recomendo vivamente. É-me difícil transpor para hoje o contexto e as convulsões do século XIX, mas o seu exemplo, humildade e amor ajudaram-me a descobrir uma resposta. Este episódio é tão só o que me surgiu ao abrir ao aleatoriamente o livro, muitos outros podia referir, mas perante tanta simplicidade e o enorme dom de chorar pelos irmãos, valeria a pena ir à procura de outro?
“Chegou o momento da comunhão dos celebrantes e voltei a notar a presença de todos os sacerdotes junto ao Monsenhor. Quando ele comungava, disse a Virgem:
“Este é o momento de pedir pelo celebrante e por todos os sacerdotes que o acompanham; repete Comigo: Senhor, bendizei-os, santificai-os, ajudai-os, purificai-os, amai-os, cuidai e sustentai-os com Vosso Amor.. Lembrai de todos os sacerdotes do mundo, rezai por todas as almas consagradas...”
Queridos irmãos, esse é o momento em que devemos pedir porque eles são Igreja, como também somos nós os leigos. Muitas vezes os leigos exigimos muito dos sacerdotes, mas somos incapazes de rezar por eles, de entender que são pessoas humanas, de compreender e avaliar a solidão que muitas vezes pode rodear um sacerdote.”
(do opúsculo “A Santa Missa – Testemunho de Catalina”, Missionária leiga do Coração Misericordioso de Jesus, Apostolado da Nova Evangelização, 2004, páginas 16 e 17, que pode ser obtido em: http://grandecruzada.leiame.net/ no separador “Os livros”)
Confesso que atendendo à sua proveniência (México, Brasil) fiquei de pé atrás, pois nós os europeus julgamo-nos muito mais esclarecidos na Fé que os povos do “novo” mundo, pensando que não estamos tão sujeitos às seitas; mas de quantos textos posso dizer que me deixaram alguma coisa no pensamento? Para além de que acreditar, ou não, que Nossa Senhora falou directamente à Irmã Catalina, em nada altera o fundamento da minha fé em Cristo.
Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
6) Se chegares antes da hora, poderás beneficiar duma preparação, especialmente no canto, que te ajudará a participar mais intensamente: as coisas boas costumam ter vésperas.
7) A missa dominical é uma celebração comunitária: não participes como se fosse um mero acto de piedade individual, mas une-te aos irmãos na oração, nos gestos, nas atitudes e no canto comuns. Não é preciso que toda a assembleia ouça a tua voz, basta que a ouça o teu vizinho – és membro de uma assembleia que louva a uma voz: que bela voz!...
“Não tem dúvidas em relação à fé e aos valores a respeitar. É de Santa Catarina esta afirmação: “... se me aparecesse um sacerdote e um anjo, eu faria uma reverência primeiro ao sacerdote e depois ao anjo (...). Mesmo que o sacerdote fosse um demónio encarnado, por seus pecados, não deixaria de o reverenciar pela sua grande dignidade.””
(retirado do livro “Eram como nós e melhoraram o mundo” de Maria Torres, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Novembro de 2009, página 77)
Perante uma ideia tão cristalina de Santa Catarina de Sena, a nossa segunda Doutora da Igreja, proclamada a 4 de Outubro de 1970 pelo Papa Paulo VI, poucos dias depois de Santa Teresa de Jesus, não ouso acrescentar mais nada a esta frase da nossa irmã do século XIV que nem escrever sabia, razão pela qual as suas cartas foram ditadas, mas a quem o Senhor concedeu o dom da escrita, para escrever belos poemas místicos e compor música!
“– Havia aqui na paróquia um homem que morreu há poucos anos. Pela manhã, entrando na igreja para rezar as suas orações antes de ir para o campo, deixou os utensílios à porta e esqueceu-se de si mesmo diante de Deus. Um vizinho que trabalhava no mesmo lugar e que costumava vê-lo, estranhou a sua ausência. Voltando, resolveu entrar na igreja, julgando talvez encontrá-lo ali. De facto, encontrou-o. “Que fazes aqui tanto tempo?” perguntou-lhe. Ao que ele respondeu: “Olho para Deus e Deus olha para mim”.
A esta singela narração que gostava de repetir e que o fazia chorar cada vez, o Cura d’Ars acrescentava: “Ele olhava para Deus e Deus olhava para ele. Tudo consiste nisso, meus filhos”.”
(retirado do livro “O Cura d’Ars” de Francis Trochu, Edições Theologica, Braga 1987, página 215)
Como é que o São João Maria Baptista Vianney pode ser o Padroeiro oficial dos párocos? Esta pergunta conduziu-me a este livro e, apesar de ter “estagnado” há algum tempo à volta da página 400, e ainda me faltar um terço, a sua leitura tem sido reveladora, pelo que a recomendo vivamente. É-me difícil transpor para hoje o contexto e as convulsões do século XIX, mas o seu exemplo, humildade e amor ajudaram-me a descobrir uma resposta. Este episódio é tão só o que me surgiu ao abrir ao aleatoriamente o livro, muitos outros podia referir, mas perante tanta simplicidade e o enorme dom de chorar pelos irmãos, valeria a pena ir à procura de outro?
“Chegou o momento da comunhão dos celebrantes e voltei a notar a presença de todos os sacerdotes junto ao Monsenhor. Quando ele comungava, disse a Virgem:
“Este é o momento de pedir pelo celebrante e por todos os sacerdotes que o acompanham; repete Comigo: Senhor, bendizei-os, santificai-os, ajudai-os, purificai-os, amai-os, cuidai e sustentai-os com Vosso Amor.. Lembrai de todos os sacerdotes do mundo, rezai por todas as almas consagradas...”
Queridos irmãos, esse é o momento em que devemos pedir porque eles são Igreja, como também somos nós os leigos. Muitas vezes os leigos exigimos muito dos sacerdotes, mas somos incapazes de rezar por eles, de entender que são pessoas humanas, de compreender e avaliar a solidão que muitas vezes pode rodear um sacerdote.”
(do opúsculo “A Santa Missa – Testemunho de Catalina”, Missionária leiga do Coração Misericordioso de Jesus, Apostolado da Nova Evangelização, 2004, páginas 16 e 17, que pode ser obtido em: http://grandecruzada.leiame.net/ no separador “Os livros”)
Confesso que atendendo à sua proveniência (México, Brasil) fiquei de pé atrás, pois nós os europeus julgamo-nos muito mais esclarecidos na Fé que os povos do “novo” mundo, pensando que não estamos tão sujeitos às seitas; mas de quantos textos posso dizer que me deixaram alguma coisa no pensamento? Para além de que acreditar, ou não, que Nossa Senhora falou directamente à Irmã Catalina, em nada altera o fundamento da minha fé em Cristo.
Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
6) Se chegares antes da hora, poderás beneficiar duma preparação, especialmente no canto, que te ajudará a participar mais intensamente: as coisas boas costumam ter vésperas.
7) A missa dominical é uma celebração comunitária: não participes como se fosse um mero acto de piedade individual, mas une-te aos irmãos na oração, nos gestos, nas atitudes e no canto comuns. Não é preciso que toda a assembleia ouça a tua voz, basta que a ouça o teu vizinho – és membro de uma assembleia que louva a uma voz: que bela voz!...
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