A décima sétima contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 92 relativa ao II Domingo da Quaresma.
Por vezes algumas palavras tocam-nos sobremaneira, foi o que me aconteceu com o artigo do Padre Duarte da Cunha publicado na “Voz da Verdade” da semana passada, intitulado “Os Cristãos na Terra Santa, e a solidariedade de todos os outros cristãos”.
Embora com muito menos sabedoria e ciência, lembrei-me de uma frase que escrevi numa crónica em Novembro, a propósito de uma peregrinação à Terra Santa:
Uma mágoa, afinal também lá peregrinei como turista, foi não ter conseguido, e se calhar não fiz tudo o que podia, fazer Eucaristia com os irmãos da Terra Santa; até posso contribuir no ofertório de 6.ª-feira Santa para eles, mas ter estado lá e não os “abraçar” é uma tristeza que guardo!
Para enquadramento, aqui copio e deixo algumas frases da primeira parte da crónica do Padre Duarte da Cunha: “(...) No dia 10 dividimo-nos em grupos de três ou quatro para participar na Missa de Domingo de uma paróquia. Fui a Nablus (antiga Siquém onde está o Poço de Jacob diante do qual o Senhor se encontrou com a Samaritana), numa viagem pela Cisjordânia de cerca de 2 horas foi possível ver a pobreza e as muitas casas abandonadas ou em construção mas com obras paradas. A paróquia de S. Justino (dedicada a este santo que fora filósofo em Roma e depois se converteu e morreu mártir mas que terá nascido ali mesmo em Nablus) é uma pequena comunidade que já foi muito maior, tendo chegado a ter duas igrejas, mas que devido à falta de paz, havendo cada vez mais cristãos a saírem de lá, ou impedidos de ali viverem, vai ficando mais pequena. Mas os que estão mostram uma vitalidade. São palestinianos de alma e coração, cristãos cujas memórias remontam ao tempo de Jesus. São aqueles que sempre estiveram naquela terra. Uma paróquia viva, com escuteiros e acólitos, com catequese, com um comunidade de irmãos de caridade que ajudam os pobres e idosos, com um pároco, ordenado há pouco mais de uma ano, cheio de entusiasmo. Foi impressionante a conversa com este sacerdote, um homem de fé e por isso de esperança, mas, com muito realismo, não esconde as suas preocupações e considera que a situação está longe de estar calma (...)”
Saboreei cada uma destas palavras, mas estarão a pensar a que título é que o título desta crónica comporta a palavra “títulos”! Ocorreu-me no início da semana passada, em que na comunicação social muito se falou da nomeação de um português, e nas glórias do mundo, para ocupar o cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu. Afinal, quanto católicos portugueses sabem ou ouviram falar que o Padre Duarte da Cunha é o Secretário-Geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE)?
Já tratei dos títulos faltam-me os papéis! Considero o meu quarto e a Igreja dois locais com muita similitude! Em ambos me sinto bem, proporcionando a felicidade de poder abstrair-me, o que é muito diferente de fugir, dos “problemas do mundo”! Onde é que nesta frase entram os papéis? Se alguém deixar caído um papel no chão do meu quarto é natural que eu o apanhe e deite fora, o que me leva a “gritar” que não consigo perceber como se deixam tantos papéis, lenços, pastilhas e outro lixo na Casa de Deus? Posso e podemos involuntariamente a qualquer momento deixar lixo no chão numa Igreja sem nos apercebermos, mas não poderemos apanhar, não digo o de toda a Igreja, mas um simples papel que esteja junto ao local onde acabámos de fazer Eucaristia?
Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
8) Se sentes necessidade de tossir, tapa a tua boca com um lenço; e se te vais assoar fá-lo com o mínimo de ruído e em momento oportuno (não quando se proclamam as leituras ou se profere a homilia ou quando se está em silêncio): prejudicas-te a ti mesmo e aos outros.
9) Não sejas indiferente ao que se passa à tua volta, alguém que se sente mal, a uma criança que corre, a um idoso que não tem onde se sentar, a alguém que perturba a assembleia: tu és membro responsável desta família.
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