Atrás, salvo seja, d'"O hipopótamo de Deus" de José Tolentino Mendonça, uma oportunidade para finalmente ler o livro "De igual para igual" do poeta (Assírio & Alvim, Março de 2001), e não se pode considerar como válida a questão de "falta" de tempo! (o empurrão, foi mesmo a entrevista "A Fé é claramente nocturna", entrevista de Carlos Vaz Marques, na revista "Ler", que consta no final d'" O Hipopótamo de Deus"!!!).
De um livro de poesia, o melhor se calhar, é "apenas" copiar um dos poemas:
OS AMIGOS
Esses estranhos que nós amamos
OS AMIGOS
Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor
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