Adoro Fado, adoro a Amália.
(6 de Outubro de 1999... 10 anos de Saudade!)
Poderia escolher um dos inúmeros fados tristes, daqueles de fazer chorar as pedras da calçada. Mas curiosamente, um dos meus fados favoritos é um fado alegre. Assim, aqui deixo a letra de "Madrugada de Alfama", um fado com letra de David Mourão Ferreira e música de Alain Oulman:
Mora num beco de Alfama
E chamam-lhe a Madrugada
Mas ela de tão estouvada
Nem sabe como se chama.
Mora numa água-furtada
Que é a mais alta de Alfama
E que o sol primeiro inflama
Quando acorda a madrugada.
Mora numa água-furtada
Que é a mais alta de Alfama.
Nem mesmo na Madragoa
Ninguém compete com ela
Que do alto da janela
Tão cedo beija Lisboa.
E a sua colcha amarela
Faz inveja à Madragoa:
Madragoa não perdoa
Que madruguem mais do que ela.
E a sua colcha amarela
Faz inveja à Madragoa.
Mora num beco de Alfama
E chamam-lhe a Madrugada
São mastros de luz doirada
Os ferros de sua cama.
E a sua colcha amarela
A brilhar sobre Lisboa
É como a estátua de proa
Que anuncia a caravela
A sua colcha amarela
A brilhar sobre Lisboa.
(6 de Outubro de 1999... 10 anos de Saudade!)
Poderia escolher um dos inúmeros fados tristes, daqueles de fazer chorar as pedras da calçada. Mas curiosamente, um dos meus fados favoritos é um fado alegre. Assim, aqui deixo a letra de "Madrugada de Alfama", um fado com letra de David Mourão Ferreira e música de Alain Oulman:
Mora num beco de Alfama
E chamam-lhe a Madrugada
Mas ela de tão estouvada
Nem sabe como se chama.
Mora numa água-furtada
Que é a mais alta de Alfama
E que o sol primeiro inflama
Quando acorda a madrugada.
Mora numa água-furtada
Que é a mais alta de Alfama.
Nem mesmo na Madragoa
Ninguém compete com ela
Que do alto da janela
Tão cedo beija Lisboa.
E a sua colcha amarela
Faz inveja à Madragoa:
Madragoa não perdoa
Que madruguem mais do que ela.
E a sua colcha amarela
Faz inveja à Madragoa.
Mora num beco de Alfama
E chamam-lhe a Madrugada
São mastros de luz doirada
Os ferros de sua cama.
E a sua colcha amarela
A brilhar sobre Lisboa
É como a estátua de proa
Que anuncia a caravela
A sua colcha amarela
A brilhar sobre Lisboa.
E um pequeno apontamento do livro "Viagens na Minha Era (Dia-crónicas)" de Onésimo Teotónio Almeida (Círculo de Leitores), com um conjunto de crónicas para a revista LER deste açoriano, professor universitário no Departamento de Estudos Portugueses da Brown University (EUA):
Amália no Olimpo
Enquanto revejo estas dia-crónicas antes de as remeter para Lisboa, chega um e-mail do Francisco Craveiro, de Coimbra, a dizer-me que morreu a Amália. Ontem foi feriado ― 5 de Outubro ― e hoje o país, imagino, fará outro.
Sobre ela os media dirão tudo, e nada que valha a pena terei a acrescentar. Graças à tecnologia, poderei continuar a tê-la presente, entre o fado de Coimbra, os coros alentejanos e o folclore dos Açores, todos companheiros meus de auto-estrada. Fica apenas esta história que imagino esteja porventura registada nalguma entrevista, mas que desconhecia até a ouvir da boca da própria Amália.
Sobre ela os media dirão tudo, e nada que valha a pena terei a acrescentar. Graças à tecnologia, poderei continuar a tê-la presente, entre o fado de Coimbra, os coros alentejanos e o folclore dos Açores, todos companheiros meus de auto-estrada. Fica apenas esta história que imagino esteja porventura registada nalguma entrevista, mas que desconhecia até a ouvir da boca da própria Amália.
Numa das suas passagens pela Nova Inglaterra pedi-lhe que fosse ao meu "Daqui e da Gente", um programa sociocultural que há vinte anos mantenho na TV-cabo de New Bedford. A dada altura conduzi a conversa para a sua experiência americana, pois sabia que no início da sua carreira um empresário quisera lançá-la nos Estados Unidos e ela chegara a Nova Iorque com essa ideia. Mas gorou-se em pouco tempo a tentativa:
― Apercebi-me de que queriam profissionalizar-me à americana, com um rol de ensaios, circuitos de promoção muito intensos, viagens... Deu-me saudades das sardinhas de Lisboa e fui-me embora.
Sem comentários:
Enviar um comentário