29 de agosto de 2010

Os doze Apóstolos (Bento XVI)

Elaborado a partir das catequeses pronunciadas pelo Papa Bento XVI nas audiências gerais das quartas-feiras (entre 22/02/2006 e 22/11/2006), o livro "Os doze Apóstolos, e os primeiros discípulos de Jesus nas origens da Igreja" (Paulus, 2008) apresenta-as sobre a forma de entrevista pelo Padre Senra Coelho.
Dois pequenos apontamentos dos capítulos "A sucessão apostólica" e "Paulo, a vida na Igreja":
"Talvez seja útil explicar brevemente o que significa bispo. Vescovo (bispo) é a forma italiana da palavra grega epíscopos. Esta palavra indica alguém que tem uma visão do alto, alguém que olha com o coração. Assim, o próprio São Pedro, na sua primeira carta, chama ao Senhor Jesus «pastor e bispo, guarda das nossas almas» (2, 25)."
"Um não cristão que entra numa assembleia nossa, no final deveria poder dizer: «Verdadeiramente Deus está convosco.» Peçamos ao Senhor que sejamos assim, em comunhão com Cristo e em comunhão entre nós."

19 de agosto de 2010

1810-1910-2010, Datas e desafios (Manuel Clemente)

Depois do "Portugal e os portugueses", também da Assírio e Alvim (2008), li outro livro de ensaios do D. Manuel Clemente, embora também esteja na vertente do historiador, este "1810-1910-2010, Datas e desafios" (2009).
Embora o ensaio que dá nome ao livro não seja muito extenso, e outros até se possam enquadrar na temática, aqui trago três pequenos apontamentos (cópias).
Do ensaio "João Paulo II - um Papa na última fronteira" (revista Communio XVII, 2000/1): "Desde sempre se percebeu que João Paulo II é homem de vida interior intensa. Quando veio a Portugal em 1982, deixou toda a gente suspensa durante aquela meia hora de oração silenciosa na Capelinha das Aparições em Fátima. Para quem - como o autor destas linhas - comentava a visita num estúdio de televisão, foi um tempo longo e surpreendente que acabou por se impor à generalidade dos circunstantes, fosse qual fosse respectiva atitude face à relegião."
Do ensaio "Direitos do homem - comentários de Bento XVI" (colóquio sobre os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, 1948-2008): "«Deste modo quem, mesmo inconscientemente, combate o instituto familiar, debilita a paz na comunidade inteira, nacional e internacional, porque enfraquece aquela que é efectivamente a principal "agência" de paz»."
Do ensaio "Cristo - memória criativa" (revista Commnunio XX, 2003/4): "Facilmente, muito facilmente reduzimos a dimensão da Cruz ou lhe damos um «lugar» mais ou menos ornamental, como pode acontecer até nalgum dos nossos templos e casas... Desse modo sim, adjectivamos o que deveria ser substantivo. Mas desse modo não, não captamos a acção divina em que a criação se completa e salva, como começou a suceder na Páscoa de Cristo."

12 de agosto de 2010

João XXIII

Depois do "Diário da Alma", escrito pelo próprio Angelo Giuseppe Roncalli entre 1895 e 20 de Maio de 1963, a biografia oficial para a beatificação do Papa Bom "João XXIII" de Mario Benigni e Goffredo Zanchi (Paulus, 2000). Afinal, a face e a coroa de uma moeda! Quando li o diário fiquei com pena de a parte relativa ao Papado não ser muito extensa, o que se compreenderá, mas esta biografia permitiu compreender melhor aquele período, que não chegou a 5 anos e, para além da sua humildade, descobrir a vontade de ser um verdadeiro Bispo de Roma, o que até aí muitas vezes não tinha acontecido, pois os Papas preferiam preocupar-se "apenas" com a condução da Igreja Católica.
Uma passagem, quase no final da biografia (retirada de um livro do seu secretário Loris Francesco Capovilla), que sintetizará a sua vida e grande exemplo:
"O próprio Papa tivera essa intuição numa conversa travada com o Secretário de Estado nos últimos dias: «Este interesse pelo Papa, representa humildemente o Senhor, é sinal de um novo fervor de oração, pensamentos e propósitos de paz, convicção nítida e clara de que o que vale na vida é o que está contido no Evangelho, a saber: humildade, mansidão, caridade.»

A Patrulha Perdida

"A Patrulha Perdida" (1934), não sendo dos que me prenderam mais, é um filme de John Ford, pelo que está tudo dito... é um Ford!
O título faz jus ao conteúdo do filme, sendo dos casos em que um título está mais conforme com o seu argumento. A acção passa-se no decorrer da I Guerra Mundial e conta a história de uma patrulha do regimento de cavalaria britânico, perdido algures no deserto da Mesopotâmia. Quando finalmente encontram um oásis, todos pensam que ficaram mais perto da salvação, mas isso não é verdade, pois vão caindo, um a um, às mãos dos mortíferos, embora invisíveis, árabes. O filme comporta uma cena que remete para João Baptista no deserto, onde ficam patentes as raízes irlandesas do realizador. Cheguei a pensar que seria um Ford sem heróis, afinal só restava o sargento do regimento, mas ele, interpretado por Victor McLaglen (o segundo a contar da esquerda), consegue matar os árabes e ser resgatado.

10 de agosto de 2010

A Festa

Desta vez uma comédia, este "A Festa" (1968) de Blake Edwards, a estreia de Peter Sellers em Hollywood, e a única colaboração entre eles fora da série "A Pantera Cor de Rosa".
Sellers é Hrundi V. Bakshi, um indiano com jeito para não fazer nada direito e, é verdade, nunca levem um elefante para uma festa, pelo menos de houver uma piscina!!

9 de agosto de 2010

A Missa, ontem de hoje

O livro "A Missa, ontem e hoje" de Pierre Jounel é mais um grande livro da Gráfica de Coimbra (1988), tendo sido recomendado pelo Cónego Tito Espinheira no decorrer do último semestre da Escola de Leigos na Igreja Matriz da Amadora (Nossa Senhora da Conceição, que recentemente celebrou os 50 anos da sua Dedicação).
Os seus pequenos capítulos prendem-nos e mostraram-me que, também sobre a Eucaristia, quando eu pensava que já sabia muito, afinal ainda não sei é nada!
Gostei da parte histórica, nomeadamente das raízes na refeição festiva judaica.
Podia copiar várias frases, mas opto por esta que me surpreendeu bastante, retirada do capítulo "A Eucaristia no tempo dos mártires":
"Aí se lê esta prescrição destinada ao bispo: " No caso de chegar um pobre ou um pobre, e sobretudo se forem de idade avançada, dá-lhes o lugar de todo o teu coração, ó bispo, mesmo que tenhas de sentar-te no chão."" (Didascála dos Apóstolos, 12).

Os Sonhadores

"Os Sonhadores" (2003) de Bernardo Bertolucci, passado em Paris no decorrer do Maio de 1968, evoca várias vezes os clássicos do cinema, embora a música me tenham prendido muito mais.
Não é um grande filme, não tendo percebido a cena do regresso dos pais a casa, que se encontrava virada do avesso, e se limitaram a passar um cheque e a "fugir", será que a "libertação" da sociedade, conduzida pela juventude, quer dizer que os pais têm que passar a fazer todas as vontades dos filhos... estranha liberdade!!!
Não sendo um grande filme, valeu pela Eva Green.

4 de agosto de 2010

O Cura d'Ars (Francis Trochu)

O Cura de Ars já teve direito a várias entradas, como a de há um ano atrás ou a de 22 de Fevereiro de 2010 (relativa ao Boletim Paroquial), mas hoje venho referir um livro que por aqui já passou, pois na entrada de 15 de Novembro de 2009 referi a sua compra.
Assim sendo, concluo que demorei quase 9 meses para o ler, sendo que, paradoxo das contradições, o considero um livro que conseguiria ler em muito pouco tempo!!!!
Mas só quero referir duas pequenos particularidades. O primeiro é que neste espaço de tempo, mais propriamente no dia 24 de Março de 2010, tive oportunidade de conhecer Ars e saborear a sua atmosfera (ou seja, no meio da minha leitura, conheci o "palco" dos acontecimentos).












A segunda é muito mais pessoal, pois a sua leitura alterou uma pequena coisa que me tem acompanhado sempre, ou quase sempre, mas o melhor é deixá-lo (quase) só entre mim e o João Maria Baptista Vianney!!!

Nossa Senhora do Monte (Graça)

A manhã foi dedicada a alguns miradouros de Lisboa: Santa Justa (sem subida de elevador), São Pedro de Alcântara (sem subida no elevador da Glória), Santa Catarina (sem descida no elevador da Bica), Nossa Senhora do Monte (na Graça), Graça (melhor, largo Sophia de Mello Breyner Andresen), Largo de São Vicente e Santa Luzia.
Faltou o terraço da Igreja de São Vicente de Fora, com a magnífica vista para o estuário do Tejo, mas quando por lá passei cerca das 10,15 horas a Igreja (ainda) estava fechada!!!
Finalmente consegui entrar na Igreja da Graça (o facto de ser sido às 11 horas deve ter ajudado!?!), mas a música, apesar de agradável, deve ser para turista ouvir!!!!
Apesar de quase nunca o conseguir, é sempre agradável ser turista em Lisboa... e hoje até tive direito a passeio no 28!!!
Aqui fica uma imagem no miradouro de Nossa Senhora do Monte (Graça):

3 de agosto de 2010

Estranha sedução

Um filme num tom completamente diferente, este "Estranha sedução" (The comfort of strangers, 1990), de que não percebi se o final tinha alguma mensagem!?!
Valeu pela beleza, voz incluída, da Natasha Richardson, "recentemente" desaparecida (como será para os familiares e amigos de um actor que morreu poder "acedermos" tão facilmente a imagens dele através dos filmes em que participou!?!), bem como pelas imagens de Veneza (que não conheço!!!).

Gente de Dublin (The Dead)

Vi mais um clássico, no caso o último filme de John Huston, "Gente de Dublin" (1987), "The Dead" no original. Tem como base o último conto do "Gente de Dublin" do James Joyce, que eu comprei na altura dos primeiros livros baratos que saíram com "O Público", talvez por volta de 1995 (pelo menos, é da data do depósito legal). Este filme talvez seja a razão para finalmente ler o livro, ou pelo menos o conto.
É um filme de (quase) uma cena apenas, que se passa num serão próximo do Natal, em que o mais importante são as representações. Mas só na cena final descobrimos a que morte o título se referia, conforme a Angélica Huston (filha do realizador) confidência ao surpreendido marido!
Não deixa de ser curioso que este é já o segundo filme de John Huston do blogue, depois da "Noite de Iguana" (1964), entrada em 29 de Setembro de 2009, quando o meu realizador favorito ainda só teve "direito" a "O Denunciante" (1935, entrada em 12 de Agosto de 2009), pelo que vou ver se brevemente "reparo" esta situação!!!

2 de agosto de 2010

Il Vangelo scondo Matteo (PP Pasolini)

O primeiro DVD de férias foi um filme de 1964, ou seja, tinha eu menos 5 anos, realizado por Pier Paolo Pasolini "O Evangelho segundo São Mateus" (não sei se a ausência do "São" no título em italiano é propositada?). O Pasolini acompanhou alguns grandes realizadores italianos, começando mais tarde a realizar filmes, alguns bens polémicos, como o último que já foi estreado depois da sua trágica morte! Abarcou diferentes áreas, pois foi poeta, novelista, dramaturgo, crítico literário, ensaísta e polemista.
Fiquei logo rendido com a dedicatória do filme: " À querida, alegre e familiar memória do Papa João XXIII".
O preto-e-branco acentua as expressões dos rostos, e a banda sonora ajuda à beleza do filme (JS Bach, WA Mozart, Sergej Prokofiev e Anton Webern). Um certo despojamento ajuda a "entrar" na vida de Jesus, temos é que nos habituar a que Ele (Enrique Irazoqui) e os apóstolos (Pedro é interpretado por Settimio di Porto)... falam italiano!!!
O DVD traz ainda um documentário do próprio (PPPasolini) "As Muralhas de Sana" sobre a capital do Iémen e a vontade despropositada de se querer ser moderno à força, mesmo que para isso seja necessário destruir uma tão grande riqueza legada pelo seu povo e pela história!