23 de fevereiro de 2013

Lincoln

Depois de na semana anterior ter visto o "Django libertado" do Taratino, como a temática base é a mesma, a escravatura, foi com agrado que fui ver o histórico filme "Licoln" de Steven Spielberg. Não que a febre dos Oscares me afecte... muito, mas porque a base histórica (que terá), me atrai muito mais. Se fosse num filme do Tarantino o assassínio de Abraham Lincoln, apenas cinco dias depois da rendição do general Lee, na noite de 14 de Abril de 1865, quando assistia à representação da comédia "O Nosso Primo da América", no Teatro Ford em Washington, teria sido de certeza, mas "presencial" e não "apenas" uma notícia!
Por falar em comparações o Daniel Day-Lewis e o Christoph Waltz, como "principal" e "secundário", estão bem um para o outro, mas em véspera de Oscares, como para mim o mais importante é o Oscar de melhor filme em língua estrangeira (e eu sou estrangeiro, para além de que o estrangeiro, neste caso... é o Mundo!!!), não vou por aqui!
Para terminar, estava à espera de ver no blogue uma entrada relativa ao filme "Young Mr. Lincoln" de John Ford (1939), "A Grande Esperança" em português, mas ou terei-o visto antes do blogue ou ter-me-á escapado a entrada! Lá terei que rever este jovem Sr. Lincoln (em oposição ao old do Spielberg/Day-Lewis), pela pele do Henry Fonda, mas um filme do mestre John Ford, mesmo em segunda, ou mais, visão, é sempre uma boa escolha! 

Museu Mundo Sporting

Tendo em vista um obrigado algo atrasado (9 meses), fui fazer uma visita ao Museu Mundo Sporting, pelo que aproveitei para fazer a visita ao Estádio Alvalade XXI, com passagem pelo hall vip (não gosto desta sigla, mas é o que toda a gente usa, mas confio que um dia São Pedro vai explicar-lhes o que é verdadeiramente uma pessoa muito importante!), a velha (num novo local) porta 10-A, balneários, entrada para o relvado, camarote presidencial e sala de conferências de imprensa (a maior de Portugal). PS: na Luz (Estádio do Sport Lisboa e Benfica), que já visitei duas vezes, a visita inclui e finaliza nos pavilhões e piscinas, sendo que me causou alguma confusão o facto da área do antigo Estádio José Alvalade estar completamente... vazia!!!
Apesar de não ser uma visita de coração clubístico, a primeira impressão junto ao relvado, depois de subir a escada do fosso, era de que esperava um estádio maior, sendo que o primeiro anel é muito maior do que a ideia que tinha dos jogos da TV (e o segundo, muito menor!), o que talvez tenha mais impacto para as equipas de fora, pois o ambiente é mais "aconchegado" para os homens da casa!
O Museu do Sporting surpreendeu-me, pois retrata bem um grande clube (de Portugal e da Europa), das origens aos primeiros anos, passando por toda a história e ecletismo. Um grande Museu... mas vou continuar a torcer, e às (muitas) vezes sofrer, pelo Benfica!
O depois também tem sido engraçado, pois se a rivalidade clubística dos últimos anos tem sido com o Porto, como a maioria dos amigos "adversários" são do Sporting, pude comprovar que a maioria não conhece o Museu do Sporting, o que para mim... devia ser proibido!
Devia ser obrigatório todos os sportinguistas visitarem o seu belo museu!
Eu estou à espera da abertura do Museu Cosme Damião!
PS: o dia incluiu um passeio pelo Campo Grande, com aproximação às 4 estátuas junto à Biblioteca Nacional (no edifício está Biblioteca Nacional de Lisboa, que o seria na altura da inauguração do mesmo, mas que agora até se chama Biblioteca Nacional de Portugal... isto é que é vontade de grandes reformas, em que quase só se muda de nome, mas o campeão anda é a meteorologia, perdão, o mar e atmosfera!!!), e a descoberta, ao fim de muitos anos, que são o Fernão Lopes, o Gil Vicente, o Camões e o Eça!

O Caminho Menos Percorrido

"O Caminho Menos Percorrido" de M. Scott Peck (Sinais de Fogo, 2005), psiquiatra norte-americano, é um livro de desenvolvimento (ajuda) espiritual (uma nova psicologia do amor, dos valores tradicionais e do desenvolvimento espiritual), que me veio parar às mãos no âmbito de uma troca natalícia de livros num grupo católico de reflexão, com raízes em Taizé, e raízes fortes, como as que nascem de um "qualquer" "Grão de Mostarda"!
Confesso que a temática não me seduz muito, afinal, para mim, não é muito agradável ler sobre as nossas (minhas) atitudes, defeitos e medos... Além do mais, há muito tempo que não lia um livro, para mais de 347 páginas, sem colocar X's ("xises") de lado (o que para o fim do livro me levou a apontar o n.º de algumas páginas/passagens para esta entrada!) e, muito mais engraçado, foi ler também os comentários que a dona do livro escreveu ao lê-lo!!! (Obrigado Marina!)
Para além da ideia geral sobre o livro, costumo deixar alguma(s) passagem(ens) que assinalei, pelo desta vez tive o trabalho dificultado...
 
"Mais elegante e adequadamente descritiva da situação do que a linguagem científica do século XX de membranas permeáveis é a liguagem religiosa, do século XIV (c. 1393) da Dama Julian, uma anacoreta de Norwich, ao descrever a relação entre a graça e a entidade individual: "Pois como o corpo se veste de tecido, e a carne de pele e os ossos de carne e o coração de tudo isso, assim nós nos vestimos, de corpo e alma, e estamos envolvidos na bondade de Deus. Sim, e mais simples; porque todos eles se podem gastar e fenecer, mas a bondade de Deus permanece sempre." (Revelation of Divine Love, Grace Warrack, ed. (Nova Iorque: British Book Centre, 1923), Cap. VI.")
 
"Aquilo de que falamos relativamente a acontecimentos paranormais com consquências benéficas é o fenómeno do serendipismo. O dicionário Webster define o serendipismo como "o dom de encontrar coisas valiosas ou agradáveis não procuradas."" (PS: pensei que o contrário, mas apenas em metade da definição, ou seja, encontrar coisas agradáveis procuradas, é... a Oração a/de Santo António!!!!)
 
"É a estas formas de narcisismo mais ligeiras mas de qualquer forma destrutivas, que se dirige Kahlil Gibran, no que são talvez as mais belas palavras jamais escritas sobre a educação dos filhos:
 
Os teus filhos não são os teus filhos.
São os filhos e as filhas do desejo da Vida por si própria.
Vêm através de ti mas não de ti,
E embora estejam contigo, não te pertencem.
 
Podes dar-lhes o teu amor, mas não os teus pensamentos,
Porque eles têm os seus próprios pensamentos.
Podes alojar-lhes os corpos mas não as almas,
Porque as almas deles vivem na casa do amanhã, que tu não podes visitar, nem sequer em sonhos.
Podes lutar por ser como eles, mas não tentes fazê-los ser como tu.
Porque a vida não anda para trás nem espera pelo passado
Tu és o arco a partir do qual são disparados os teus filhos como setas vivas.
O arqueiro vê o alvo no caminho do infinito, e arqueia-te com a Sua força para que a Sua flecha possa ir longe e veloz.
Deixa que o teu arquear às mãos do arqueiro seja de satisfação;
Porque assim Ele ama a seta que voa, ama também o arco que é firme."
(The Prophet (Nova Iorque: Alfred A. Knopf, 1951), pp. 17-18)
 
"Desta forma, o desenvolvimento individual e o da sociedade são interdependentes, mas o cume do desenvolvimento é sempre e inevitavelmente solitário. É da solidão da sua sabedoria que nos fala outra vez o profeta de Kahlil Gibran, sobre casamento:
 
Mas que haja espaços na vossa união,
E que os ventos dos céus dancem entre vós.
 
Amai-vos um ao outro, mas não façam do amor um elo:
Deixem-no antes ser um mar que se move entre as praias das vossas almas.
Encham a taça um do outro mas não bebam só de uma taça.
Dêem do vosso pão um ao outro mas não comam do mesmo pão.
Cantem e dancem juntos e alegrem-se, mas deixem que cada um esteja só,
Tal como as cordas duma harpa estão sós embora vibrem com a mesma música.
 
Dêem os vossos corações, mas não para que cada um os guarde.
Porque só a mão da Vida pode conter os vossos corações.
E mantenham-se juntos mas não demasiados próximos:
Porque os pilares do templo estão afastados,
E o carvalho e o cipreste não crescem na sombra um do outro."
(The Prophet, pp. 15-16)
 
Para terminar, o "Amazing Grace", famoso hino evangélico americano:
"Assombrosa graça! Como é doce o som
Que salvou um desgraçado como eu!
Eu estava perdido, mas agora fui encontrado,
Estava cego, e agora vejo.
 
Foi a graça que ensinou o meu coração a temer,
E a graça aliviou os meus receios;
Que preciosa se mostrou a graça
Na primeira hora em que acreditei!
 
Por muitos perigos, trabalhos e armadilhas,
Já passei;
Foi a graça me conduzirá até casa.
 
E quando lá tivermos estado dez mil anos,
Brilhando como sol,
Não teremos menos dias para cantar em louvor de Deus
Do que quando começámos."
(Amazing Grace, por John Newton (1725-1807))