26 de agosto de 2013

São Tomás de Aquino de GK Chesterton

"São Tomás de Aquino" de Gilbert Keith Chesterton (1874-1936), um livro em que a curiosidade não estava circunscrita ao biografado, mas perpassava também para o autor!
O autor após um retrato de São Francisco de Assis aventura-se pelo também Santo e filósofo (e doutor da Igreja) Tomás (1225-1274), estabelecendo continuamente pontes onde à partida parecia que não existiriam! Confesso que as partes mais "duras" de filosofia não me cativaram tanto, mas gostei de pensar com o autor que na (alta) Idade Média se calhar não eram assim tão atrasados, ou longe do saber da antiguidade, veja-se o caso do dominicano Tomás e de Aristóteles, como se procura fazer crer!
Numa biografia os episódios mais mundanos (viver) são os que prendem e as desventuras familiares ou a alcunha do estudante Tomás "Boi Mudo" estão nessa linha.
"Um santo é um medicamento por ser um antídoto. Na verdade, é também por isso que, muitas vezes, ele é um mártir ele é confundido com um veneno por ser um antídoto."
 
O livro fez-me rever os capítulos de dois livros, que para espanto meu... não constam deste blogue! E como foram lidos há não muitos anos, algo se terá passado?
"10 ateus que mudaram de autobus" de José Ramon Ayllón (mais um grande livro da Gráfica de Coimbra"), pois GK Chesterton é um desses ateus. Um dos grandes escritores do século XX, boémio e excêntrico, para mais com uma corpulência que o fazia aproximar de São Tomás ("Relativamente ao meu peso, ainda ninguém o calculou" costumava dizer), sendo que foram os editores da sua biografia de São Francisco de Assis que, dez anos mais tarde, lhe pedem uma biografia de São Tomás de Aquino. Ainda antes de se converter ao catolicismo e treze anos antes do Baptismo, em 1908 surge o seu livro "Ortodoxia" (em jeito de pacífica provocação intelectual: "Se alguém me pergunta, do ponto de vista exclusivamente intelectual, por que é que creio no cristianismo, só lhe posso responder que creio nele racionalmente, obrigado pelo evidência" ... "A tremenda imagem que paira nas frases do Evangelho levanta-se - nisto como em tudo - por cima de todos os sábios tidos como grandes").
O segundo livro é "Os doutores da Igreja" de Jean Huscenot (Paulus, 1998), uma dezena de páginas em linguagem mais acessível do «Anjo da Escola» ou «O Doutor Angélico».
"Mas as felicitações e as predições do professor já famoso desconcertam a todos! Ouvi: - «Chamais "boi mudo" a Tomás. Pois eu digo-vos que o seu ensaio me convenceu de que os seus mugidos haverão de encher o universo inteiro»."
Três exemplos de formulações tomistas (A Suma teológica, 1266-1272):
"- O Bem. O homem que procura o seu verdadeiro bem está a caminho de Deus, mesmo que não o nomeie, mesmo que não saiba que este verdadeiro bem é Deus (ST: I; 2, 1).
- A amizade. É impossível viver sem nenhuma simpatia. Um amigo é o bem exterior mais precioso. O homem precisa da ajuda dos seus amigos para agir bem (ST: I, 2; 81, 3).
- O essencial no Evangelho. O que é principal na Lei do Novo Testamento e em que reside todo o seu valor é a graça do Espírito Santo (ST: II, 2; 106, 1)."
"Vida unificada: este santo é santo porque é doutor e este doutor é doutor porque é santo. Dele pôde afirmar-se: o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios."

5 de julho de 2013

Lisboa Story Center

Ou Memórias da Cidade, mas afinal estão na moda os estrangeirismos! Uma exposição em que as explicações nos chegam através dos auscultadores, pelo que é sobretudo ouvir e ver, não tendo quase nada para ler! O percurso faz-se em cerca de uma hora, sendo especialmente vocacionado para turistas (até pelo preço), destacando-se o filme de cerca de 9 minutos que procura recriar o terramoto de 1 de Novembro de 1755. Termina com a "Lisboa Virtual", pelo que através de computador podemos ler sobre alguns momentos históricos vividos na capital, sendo que, como não estava mais ninguém na altura, repeti várias vezes a evocação do 25 de Abril, com a fotografia do Capitão Salgueiro Maio e... o Grândola, vila morena!
A mostra tem outro atractivo, afinal passei muitas vezes pelo átrio do Ministério das Finanças, pelo que foi giro perceber em que zona me encontrava (dado que agora estão "mascaradas"), onde se realizavam várias exposições, com destaque para a mostra anual dos premiados no Festival Internacional de Cartoons do Porto. O que me deixou a pensar no que uma guia da Fundação Mata do Buçaco referiu numa recente visita ao Buçaco (Bussaco para estrangeiros!), quanto ao facto do rei querer  fazer do seu palácio de caça um palácio do povo... afinal hoje temos um Palace Hotel do Bussaco (5 estrelas), felizmente que ainda se consegue ver muita da sua riqueza do exterior (como os azulejos da varanda exterior ou as colunas serem todas diferentes), mas isto não tem nada a ver com Lisboa... ou se calhar tem, em especial se tivermos em conta as condições periclitantes, sobretudo após os últimos temporais, em que se encontra o Convento de Santa Cruz do Buçaco!

Zona (GTIST)

Após uma ausência de alguns anos, tendo em conta que era "cliente" habitual do Dona Maria e da Cornucópia (Teatro do Bairro Alto), mas com passagens pelo Trindade, Villaret ou Teatro Aberto, em pouco tempo vi duas peças de teatro!!
O regresso foi com o "Condomínio da rua" no Dona Maria, que ficará para mais tarde.
A segunda peça foi de teatro universitário, graças a um desafio de uma das atrizes. Penso que não será correcto escrever "teatro amador", dado que apesar das parcas condições técnicas, senti que a peça foi desenvolvida e apresentada com muita empenho e amor à causa! Na página do Grupo de Teatro do Instituto Superior Técnico (GTIST), e nunca tinha entrado no IST, referem que o grupo está em plena actividade desde 1992/1993, mas gostei sobretudo da frase de entrada, do José Gomes Ferreira, que há vários anos guardo no coração: "Proibida a entrada a quem não andar espantado de existir" (logo no início das "Aventuras de João sem medo, panfleto mágico em forma de romance").
Logo à porta apercebi-me que os actores são "paus para toda a obra", pois pode ser preciso combinar com o segurança questões práticas! Como acabei por ser dos últimos a entrar (condiz comigo!), fiquei na última fila (não que existam muitas, mas são 4 ou 5, embora "flexíveis"), pelo que pude comprovar as multi-tarefas do encenador Nicolas Brites, como anfitrião, electricista (afinal é desenho e operação de luz), homem do som (concepção sonora e sonoplastia), etc...
A leitura dos breves textos que acompanham o prospecto, que afinal também era o "bilhete", não me deu grande pistas e deixou-me algo confuso, mas reconheço que depois de ver a "Zona" as palavras batem certo com o que vivenciámos, tendo o Nicolas Brites (em Portugal com várias variantes para o 1.º nome!) terminado assim: "Tratamos aqui de sensações, de percepções, de emoções, de pequenos prazeres, de grandes alegrias, de profundas desilusões, e mesmo de tristezas."
De qualquer forma, copio também o trecho de um autor americano que aprecio. In "Cartas da Terra" de Mark Twain: "Isto aqui é um lugar estranho, extraordinário e interessante. Não há nada de semelhante aí pelos nossos sítios. Todas as pessoas são loucas, a Terra é louca, a própria natureza é louca. O homem é uma maravilha curiosidade. Quando está no seu melhor é uma espécie de anjo passado por um banho de níquel; no seu pior é indiscritível, inimaginável; é, de ponta a ponta, um sarcasmo. E no entanto chama-se a si própria, com brandura e sinceridade, a «mais nobre das obras divinas»."
Confesso que no início não estava a perceber nada da peça, e o calor também era algum, em sentido figurado e recorrendo mais a expressões corporais, sobretudo de costas, mas na segunda parte os diálogos são mais acessíveis, para aquele grupo que estava na zona... entre o céu e o inferno!!!
No final cada actor fez uma agradável apresentação, misturando a sua personagem e a sua vida, num jogo do gato e do rato, pelo menos esta foi a minha percepção após ouvir a Sandra Subtil (também responsável pela tesouraria, (mais) uma tarefa que não condiz muito com a arte, mas de facto deve ser preciso fazer "milagres").
Se não fosse o convite, nunca teria entrado nesta "zona"... obrigado Marina!

17 de junho de 2013

Silêncio...

Não deixa de ser curioso, mas após uma ausência de quase 4 meses de blogue, e com tantas entradas atrasadas, a de hoje seja sobre um livro que não li... ainda!
"Silêncio" de Shusaku Endo é o motivo!
Fui de "encontro" a este livro através do convite para um "Encontro com Fé" anunciado à porta da livraria Ferin na rua Nova do Almada, por certo num dos passeios de hora de almoço... à FNAC! Desde 1995 a calcorrear a Baixa quase diariamente e nunca tinha entrado na livraria Ferin, e nem sabia que na cave existia uma sala/anfiteatro, apesar de já ter ouvido na Antena 1 algumas apresentações coordenadas pelo Ribeiro e Castro de lá, mais uns tempos e as grandes livrarias vão "secar tudo à volta"... e eu também tenho culpa! Depois confirmei (a vista d)o convite à porta da Igreja de São Nicolau, que participa na organização destes "Encontros com Fé" (ou livros com Fé?). A apresentação do livro esteve a cargo a Áurea Miguel e valeu a hora passada a "conhecer" melhor a história e vicissitudes dos mártires do Japão, apesar de ter referido que para ela o livro não "acaba bem", afinal o tema do romance anda à volta dos primeiros missionários católicos no Japão. Infelizmente a assembleia não era numerosa, cerca de 10 pessoas, mas é melhor não entrar pelas quantidades!
Por fim um referência ao Shusaku Endo (1923-1996), que desconhecia (a cultura não dá para mais!), que escreveu a partir da perspectiva fora do comum de ser japonês e católico.  

23 de fevereiro de 2013

Lincoln

Depois de na semana anterior ter visto o "Django libertado" do Taratino, como a temática base é a mesma, a escravatura, foi com agrado que fui ver o histórico filme "Licoln" de Steven Spielberg. Não que a febre dos Oscares me afecte... muito, mas porque a base histórica (que terá), me atrai muito mais. Se fosse num filme do Tarantino o assassínio de Abraham Lincoln, apenas cinco dias depois da rendição do general Lee, na noite de 14 de Abril de 1865, quando assistia à representação da comédia "O Nosso Primo da América", no Teatro Ford em Washington, teria sido de certeza, mas "presencial" e não "apenas" uma notícia!
Por falar em comparações o Daniel Day-Lewis e o Christoph Waltz, como "principal" e "secundário", estão bem um para o outro, mas em véspera de Oscares, como para mim o mais importante é o Oscar de melhor filme em língua estrangeira (e eu sou estrangeiro, para além de que o estrangeiro, neste caso... é o Mundo!!!), não vou por aqui!
Para terminar, estava à espera de ver no blogue uma entrada relativa ao filme "Young Mr. Lincoln" de John Ford (1939), "A Grande Esperança" em português, mas ou terei-o visto antes do blogue ou ter-me-á escapado a entrada! Lá terei que rever este jovem Sr. Lincoln (em oposição ao old do Spielberg/Day-Lewis), pela pele do Henry Fonda, mas um filme do mestre John Ford, mesmo em segunda, ou mais, visão, é sempre uma boa escolha! 

Museu Mundo Sporting

Tendo em vista um obrigado algo atrasado (9 meses), fui fazer uma visita ao Museu Mundo Sporting, pelo que aproveitei para fazer a visita ao Estádio Alvalade XXI, com passagem pelo hall vip (não gosto desta sigla, mas é o que toda a gente usa, mas confio que um dia São Pedro vai explicar-lhes o que é verdadeiramente uma pessoa muito importante!), a velha (num novo local) porta 10-A, balneários, entrada para o relvado, camarote presidencial e sala de conferências de imprensa (a maior de Portugal). PS: na Luz (Estádio do Sport Lisboa e Benfica), que já visitei duas vezes, a visita inclui e finaliza nos pavilhões e piscinas, sendo que me causou alguma confusão o facto da área do antigo Estádio José Alvalade estar completamente... vazia!!!
Apesar de não ser uma visita de coração clubístico, a primeira impressão junto ao relvado, depois de subir a escada do fosso, era de que esperava um estádio maior, sendo que o primeiro anel é muito maior do que a ideia que tinha dos jogos da TV (e o segundo, muito menor!), o que talvez tenha mais impacto para as equipas de fora, pois o ambiente é mais "aconchegado" para os homens da casa!
O Museu do Sporting surpreendeu-me, pois retrata bem um grande clube (de Portugal e da Europa), das origens aos primeiros anos, passando por toda a história e ecletismo. Um grande Museu... mas vou continuar a torcer, e às (muitas) vezes sofrer, pelo Benfica!
O depois também tem sido engraçado, pois se a rivalidade clubística dos últimos anos tem sido com o Porto, como a maioria dos amigos "adversários" são do Sporting, pude comprovar que a maioria não conhece o Museu do Sporting, o que para mim... devia ser proibido!
Devia ser obrigatório todos os sportinguistas visitarem o seu belo museu!
Eu estou à espera da abertura do Museu Cosme Damião!
PS: o dia incluiu um passeio pelo Campo Grande, com aproximação às 4 estátuas junto à Biblioteca Nacional (no edifício está Biblioteca Nacional de Lisboa, que o seria na altura da inauguração do mesmo, mas que agora até se chama Biblioteca Nacional de Portugal... isto é que é vontade de grandes reformas, em que quase só se muda de nome, mas o campeão anda é a meteorologia, perdão, o mar e atmosfera!!!), e a descoberta, ao fim de muitos anos, que são o Fernão Lopes, o Gil Vicente, o Camões e o Eça!

O Caminho Menos Percorrido

"O Caminho Menos Percorrido" de M. Scott Peck (Sinais de Fogo, 2005), psiquiatra norte-americano, é um livro de desenvolvimento (ajuda) espiritual (uma nova psicologia do amor, dos valores tradicionais e do desenvolvimento espiritual), que me veio parar às mãos no âmbito de uma troca natalícia de livros num grupo católico de reflexão, com raízes em Taizé, e raízes fortes, como as que nascem de um "qualquer" "Grão de Mostarda"!
Confesso que a temática não me seduz muito, afinal, para mim, não é muito agradável ler sobre as nossas (minhas) atitudes, defeitos e medos... Além do mais, há muito tempo que não lia um livro, para mais de 347 páginas, sem colocar X's ("xises") de lado (o que para o fim do livro me levou a apontar o n.º de algumas páginas/passagens para esta entrada!) e, muito mais engraçado, foi ler também os comentários que a dona do livro escreveu ao lê-lo!!! (Obrigado Marina!)
Para além da ideia geral sobre o livro, costumo deixar alguma(s) passagem(ens) que assinalei, pelo desta vez tive o trabalho dificultado...
 
"Mais elegante e adequadamente descritiva da situação do que a linguagem científica do século XX de membranas permeáveis é a liguagem religiosa, do século XIV (c. 1393) da Dama Julian, uma anacoreta de Norwich, ao descrever a relação entre a graça e a entidade individual: "Pois como o corpo se veste de tecido, e a carne de pele e os ossos de carne e o coração de tudo isso, assim nós nos vestimos, de corpo e alma, e estamos envolvidos na bondade de Deus. Sim, e mais simples; porque todos eles se podem gastar e fenecer, mas a bondade de Deus permanece sempre." (Revelation of Divine Love, Grace Warrack, ed. (Nova Iorque: British Book Centre, 1923), Cap. VI.")
 
"Aquilo de que falamos relativamente a acontecimentos paranormais com consquências benéficas é o fenómeno do serendipismo. O dicionário Webster define o serendipismo como "o dom de encontrar coisas valiosas ou agradáveis não procuradas."" (PS: pensei que o contrário, mas apenas em metade da definição, ou seja, encontrar coisas agradáveis procuradas, é... a Oração a/de Santo António!!!!)
 
"É a estas formas de narcisismo mais ligeiras mas de qualquer forma destrutivas, que se dirige Kahlil Gibran, no que são talvez as mais belas palavras jamais escritas sobre a educação dos filhos:
 
Os teus filhos não são os teus filhos.
São os filhos e as filhas do desejo da Vida por si própria.
Vêm através de ti mas não de ti,
E embora estejam contigo, não te pertencem.
 
Podes dar-lhes o teu amor, mas não os teus pensamentos,
Porque eles têm os seus próprios pensamentos.
Podes alojar-lhes os corpos mas não as almas,
Porque as almas deles vivem na casa do amanhã, que tu não podes visitar, nem sequer em sonhos.
Podes lutar por ser como eles, mas não tentes fazê-los ser como tu.
Porque a vida não anda para trás nem espera pelo passado
Tu és o arco a partir do qual são disparados os teus filhos como setas vivas.
O arqueiro vê o alvo no caminho do infinito, e arqueia-te com a Sua força para que a Sua flecha possa ir longe e veloz.
Deixa que o teu arquear às mãos do arqueiro seja de satisfação;
Porque assim Ele ama a seta que voa, ama também o arco que é firme."
(The Prophet (Nova Iorque: Alfred A. Knopf, 1951), pp. 17-18)
 
"Desta forma, o desenvolvimento individual e o da sociedade são interdependentes, mas o cume do desenvolvimento é sempre e inevitavelmente solitário. É da solidão da sua sabedoria que nos fala outra vez o profeta de Kahlil Gibran, sobre casamento:
 
Mas que haja espaços na vossa união,
E que os ventos dos céus dancem entre vós.
 
Amai-vos um ao outro, mas não façam do amor um elo:
Deixem-no antes ser um mar que se move entre as praias das vossas almas.
Encham a taça um do outro mas não bebam só de uma taça.
Dêem do vosso pão um ao outro mas não comam do mesmo pão.
Cantem e dancem juntos e alegrem-se, mas deixem que cada um esteja só,
Tal como as cordas duma harpa estão sós embora vibrem com a mesma música.
 
Dêem os vossos corações, mas não para que cada um os guarde.
Porque só a mão da Vida pode conter os vossos corações.
E mantenham-se juntos mas não demasiados próximos:
Porque os pilares do templo estão afastados,
E o carvalho e o cipreste não crescem na sombra um do outro."
(The Prophet, pp. 15-16)
 
Para terminar, o "Amazing Grace", famoso hino evangélico americano:
"Assombrosa graça! Como é doce o som
Que salvou um desgraçado como eu!
Eu estava perdido, mas agora fui encontrado,
Estava cego, e agora vejo.
 
Foi a graça que ensinou o meu coração a temer,
E a graça aliviou os meus receios;
Que preciosa se mostrou a graça
Na primeira hora em que acreditei!
 
Por muitos perigos, trabalhos e armadilhas,
Já passei;
Foi a graça me conduzirá até casa.
 
E quando lá tivermos estado dez mil anos,
Brilhando como sol,
Não teremos menos dias para cantar em louvor de Deus
Do que quando começámos."
(Amazing Grace, por John Newton (1725-1807))

20 de janeiro de 2013

Lourdes

Porquê eu?
O meu primeiro DVD visto em écran de computador, para mais quando espero que brevemente volte a poder ver DVD's no televisor (e a culpa é da TDT).
Queria ir ter ido ver este filme, europeu, produzido na Áustria (2009), a um dos "meus" cinemas, mas deixei-o passar (mais um!), pelo que, em vez do grande écran, calhou-me um pequeno écran!
Para além da proveniência europeia e poder ter ligações à fé, os motivos principais foram a Lurdes e o facto de não conhecer Lourdes!
O filme foi escrito e realizado por Jessica Hausner, e a Sylvie Testud é a protagonista Christine que "presa" (ainda ontem me falaram do "Escafandro e a Borboleta", que também já passou por aqui!) a uma cadeira de rodas decide fazer uma viagem a Lourdes nos Pirinéus, com a colaboração da Ordem de Malta e a colaboração, nem sempre muito pronta, pois também era preciso namorar, da enfermeira voluntária Maria, interpretada pela bela Léa Seydoux!
Existem algumas figuras estereotipadas, como as amigas tagarelas que têm opinião sobre tudo, mas a personagem que me prendeu mais é Fr. Hartl uma simpática e silenciosa idosa (Gilette Barvier, bendito IMDb) que vai realmente em peregrinação e não apenas numa viagem, ao contrário da Christine, que até gostou mais de Roma e com forte razão... cultural! A forma como ela "fala" com a imagem da Virgem no hall da hospedaria quando o resto das pessoas nem repara nela... pelo menos com olhos de ver!!!
Os finais costumam ser importantes, mas este deixa-nos pesarosos nos 10 segundos finais, quando os minutos anteriores são bastantes luminosos, apesar do acreditar de muitos estar preso por arames!
   

19 de janeiro de 2013

Um amor para recordar

Com muita coisa para escrever no blogue, mesmo que na "vertical", e algumas bem importantes na minha vida, "regresso" com um filme comunitário em virtude do adiamento de uma visita do Padre Nuno Amador à paróquia para vir falar aos jovens.
A escolha partiu de uma adolescente, tendo recaído sobre "Um amor para recordar" (A walk to remember), um filme de 2002 baseado num livro de Nicholas Sparks. Admito que puxe para o sentimento, e gosto de filmes mais rudes e "puros", ou pelo menos mais perto da vida real, logo não tanto nos sonhos, mas como é capaz de cativar os jovens, e acaba por referir a fé, foi uma boa escolha!
Gostei da ligação dos dois livros do filme, a Bíblia, que por acaso é muito mais que um livro, é uma biblioteca, por acaso é mais que uma biblioteca (PS: afinal hoje comprei uma Bíblia enorme e... pesada para presente de primeira Páscoa ao afilhado David!), é Uma Pessoa... Deus! e o diário e livro de pensamentos da Mãe da Jamie!