31 de julho de 2009

Eucaristia, Oração e...

Apesar de não ter conseguido chegar a tempo estar um bocado em Adoração, após o trabalho (a correr), ainda deu para fazer um programa magnífico, que já não fazia há algum tempo, a Eucaristia (19h15), com uma Oração de Taizé logo de seguida (6.ª-feiras às 19h45m) na igreja de São Nicolau em Lisboa.

(31 de Julho) Dia de Santo Inácio de Loiola
Do pequeno livro (em tamanho) "Em tudo amar e servir" de Dário Pedroso, s.j., da Editorial Apostolado da Palavra, apenas duas ou três passagens:
"Inácio, depois de esperar e de se preparar durante ano e meio, celebra com renovada devoção a sua primeira Missa, na Igreja de Santa Maria Maior, no altar do Presépio. Escolheu para tão significativa celebração, a noite de Natal de 1538."
"Rezaram durante três dias. Terminada esta preparação, a 5 de Abril (1541), colocaram os seus votos na urna e deitaram também os três votos dos ausentes. Inácio é eleito Superior Geral por unanimidade, com excepção, como é óbvio, do seu próprio voto. Apesar do resultado claro da eleição não aceitou, e pediu aos companheiros tempo para reflectir e que se fizesse uma nova votação. Esta segunda votação, realizada a 13 de Abril, teve o mesmo resultado. Inácio resiste, pois como ele próprio afirmou: "por seus muitos maus hábitos passados e presentes, com muitos pecados, faltas e misérias", julga que não deve aceitar e prefere mais ser governado que governar."
"Sobre a mesa de trabalho, tinha o Novo Testamento e a Imitação de Cristo, livro que muito estimava e lia com frequência."

PS: vamos lá ver se hoje consigo passar da canção n.º 3 (não sei falar de amor) ou n.º 4 (contado ninguém acredita) dos "Deolinda"?!?

30 de julho de 2009

Um carpinteiro, mobílias e livros e livros!!!

«De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? (...) De onde lhe vem, pois, tudo isto?» (Mt 13, 55-56).
Post scriptum: adiantei-me um dia na citação, mas fica assim!

Depois de um saboroso telefonema da Irmã Adelaide Varanda (MDR), de agradecimento a um(a) sms de parabéns, o fim do dia reservou-me mais um transporte de cama e mesa para uma família carenciada. Bons momentos de galhofa e alegria com a coordenadora Carla, para compensar o esforço; quantas pessoas abdicariam tantas vezes de poder estar mais tempo com a família e com os seus três filhos pequenos? (Post scriptum: grande exemplo!)

Hoje deu-me mais um ataque de uma "doença" de que padeço... comprar livros!!! Felizmente "O Cura d'Ars" do cónego Francis Trochu está esgotado (mais um "calhamaço"), e também já não havia o livro da Paulus (Brasil) do D. Hélder Câmara (sobre o Vaticano II), pelo que acabei por SÓ comprar "O Príncipe e a Lavadeira" do Nuno Tovar de Lemos, s.j. (Redescobrir a fé cristã, histórias simples para falar de Deus e de nós), que, finalmente, terei oportunidade de ler.
Consequências desta "doença": após um rápida contagem, tenho cerca de 79 livros para ler!!!! (e só contando um exemplar para os Diários do Miguel Torga - 4 livros com os 16 volumes dos diários - ou para os 2 volumes do D. Quixote - 500 páginas cada).

O dia terminará, e não sei se "chegarei" acordado à faixa n.º 14, com um grupo dessa grande terra... a Damaia (PS: o valor das terras está nas pessoas que lá vivem), hoje vou adormecer com os "Deolinda" (canção ao lado).

29 de julho de 2009

Marta, Marta, andas inquieta e perturbada

«Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.» (Lc 10, 38-42)
Será que conseguiremos hoje responder a esta interpelação do Senhor? O que é mais importante? Conseguiremos encontrar o compromisso entre a acção e a contemplação?
(29 de Julho) Dia de Santa Marta.

Apesar de não ter encontrado o Padre Jorge Anselmo (já deve estar para Taizé) e a Dona Madalena, que no sábado passado chegaram a Santiago de Compostela, acabei por ir fazer Eucaristia à Igreja de Nossa Senhora das Mercês (Lisboa). Atendendo a que 20 minutos antes ainda estava na Praça do Comércio, lá fui "desalmadamente" a caminho pela Baixa, Chiado, Camões, Calhariz, Santa Catarina (algum dia apanharei a Igreja aberta?) e Mercês, onde há 2 semanas, quando olhei para o lado esquerdo, "descobri" estar muito próximo S. Bento, ou seja, não tinha a percepção de ter andado tanto! Se bem que isso não é o mais importante, transmite uma enorme calma fazer Eucaristia numa Igreja tão antiga, rodeado de tanta beleza e obras de arte. Mais uma vez Deus mostrou a capacidade de me surpreender, apesar de isto ser um pequeno nada. Estando um bocado afogueado com a correria Lisboa acima, descontando a descida de uma parte da Calçada do Combro e a calma dos turistas pelas estreitas ruas do Chiado e do sul do Bairro Alto, Deus "convidou-me" a ler a primeira leitura e o salmo, e quando tenho estas surpresas, apesar de não estar à espera ou ter preparado as leituras, só posso sentir-me agradecido (recordarei sempre o momento na histórica Sé de Braga). Só lá tinha estado 2 vezes antes, mas pelos vistos aquela irmã teve confiança em mim para me levar ao Ambão!

28 de julho de 2009

Deus num Rosto Desfigurado (Luís Miranda)

Acabei de ler mais um grande livro, de título "Deus num Rosto Desfigurado" do Padre Luís Miranda, das Edições Centro Voluntários do Sofrimento (2007) - Silenciosos Operários da Cruz (http://www.sodcvs.org/pt/).
Poderia seleccionar muitas passagens, mas aqui ficam algumas palavras do capítulo III - O caminho feito pela Igreja... retiradas da Exortação Apostólica pós-sinodal Christifideles Laici, onde o Papa João Paulo II afirma explicitamente:
"O homem é destinado à alegria, mas todos os dias experimenta variadíssimas formas de sofrimento e de dor. Na sua mensagem final, os Padres sinodais dirigiram-se aos homens e às mulheres atingidos pelas mais diversas formas de sofrimento e de dor, com estas palavras: Vós, os abandonados e marginalizados pela nossa sociedade de consumo: doentes, diminuídos físicos, pobres, famintos, emigrados, refugiados, prisioneiros, desempregados, crianças abandonadas, pessoas sozinhas e idosas; vós, vítimas da guerra e de toda a espécie de violência da nossa sociedade permissiva. A Igreja participa no vosso sofrimento que conduz ao Senhor, que vos associa à Sua Paixão redentora e vos faz viver à luz da Sua Ressurreição. Contamos convosco para ensinar ao mundo inteiro o que é o amor. Faremos tudo o que nos é possível para que encontreis o lugar a que tendes direito na sociedade e na Igreja."
E um parágrafo do autor retirado do capítulo IV - O Evangelho dos últimos: Deus num Rosto Desfigurado - Consequências pastorais conclusivas:
"Acompanhar pessoas portadoras de uma deficiência não é nem um caminho fácil nem um caminho para facilidades. Um dos grandes riscos é o de se entrar no mundo da pessoa portadora de uma deficiência através das comparações fugazes, ou seja, dizer que se compreende, que se percebe. Mas a deficiência e o sofrimento, tal como já vimos anteriormente, são realidades pessoais que só as percebe quem as vive por dentro. Podemos ajudar a viver essas realidades estando próximos mas nunca as perceberemos ou compreenderemos."

27 de julho de 2009

O Cristo Cigano - Sophia MBA

Confesso que nunca tinha "lido" um livro em tão pouco tempo (os do sobrinho Pedro não contam?!?) e quase que o "conseguia" entre o Cacém e Rio de Mouro!!!
Apesar de adorar a Sophia de Mello Breyner Andresson, este livro custou-me a ler, talvez por falar da morte e, como a própria referiu numa entrevista ao "Jornal de Letras e Artes", de 24 de Janeiro de 19612, "Este tema é o encontro com Cristo. O encontro com a pobreza, a miséria, a solidão, o abandono, o sofrimento, a agonia. (...) Porque viramos a cara ao sofrimento, a vaidade da felicidade perfeita nos levará à monstruosidade e ao crime. Há muitas maneiras de matar."
Aqui fica o poema "A Solidão" de "O Cristo Cigano" (1961):

A noite abre os seus ângulos de lua
E em todas as paredes te procuro

A noite ergue as suas esquinas azuis
E em todas as esquinas te procuro

A noite abre as suas praças solitárias
E em todas as solidões eu te procuro

Ao longo do rio a noite acende as suas luzes
Roxas verdes azuis.

Eu te procuro.

Isabel Borda(lei)r(o) Paramentos

A propósito de uma entrevista à artesã Isabel Borbaleiro (http://www.isabelbordaleiro.com/), que o Jornal W (Voz da Verdade) traz na última edição (n.º 3.904, ano 77, de 26/07/2009), "as Mãos que tecem os paramentos - colabora com o Patriarcado há quase dez anos e é a única artesã do país que faz paramentos em tecelagem manual", gostei de ler esta resposta:
Jornal W - Essa peça de quatro paramentos foi feita também com um outro objectivo...
Isabel Bordaleiro - Sim, com esta minha peça de quatro casulas procurei também alertar para uma questão, que é a questão da diferença e de aprendermos com a diferença. Isto porque eu trabalho em colaboração com a fundação afid Diferença (http://fund-afid.org.pt/), que desenvolve um trabalho na área da deficiência mental e que é neste momento a minha grande referência. Nós temos um ateliê de tecelagem manual onde trabalhamos com deficientes dessa instituição. Esta é uma das vertentes do meu trabalho, onde tenho aprendido imenso. E ao trabalhar estas vestes litúrgicas que foram a concurso na Feira Internacional do Artesanato de Lisboa procurei também transmitir uma ideia da solidariedade, de aproximação.

25 de julho de 2009

Por Santiago!!!

Dia de Santiago; se Deus tivesse querido, hoje teria chegado a Santiago de Compostela na companhia do Padre Jorge Anselmo, da jovem Dona Madalena (da Paróquia das Mercês, em Lisboa), do Hugo e restantes (uma dúzia) companheiros caminhantes (e para o ano será Xacobeo), mas esse facto permitiu-me ter a alegria de estar junto da minha Mãe no dia do seu aniversário.

Ontem tive oportunidade de visitar a nossa missionária Irmã Maria Emanuel, das Franciscanas Missionárias de Maria (FMM), na Rua Chaby Pinheiro, 12-A (ao Campo Pequeno), ter estado em Adoração e assistido à Eucaristia na Igreja das FMM, dedicada a Santo António, para além de uma visita rápida à casa. Conhecer a Beata Maria da Paixão (1838 Nantes, FMM 1877-1904), fundadora das FMM (memória a 15 de Novembro) - "Caminha como um EVANGELHO VIVO" e a Beata Maria Assunta Pallotta (1878-1905). Gostei de saber que durante a semana funcionárias da COSEC e da CGD pedem às Irmãs para lhes abrirem as portas e poderem estar perto de Jesus alguns momentos na hora do almoço. Recomendo a visita, em plena Lisboa, e aqui deixo os horários: Exposição do Santíssimo Sacramento às 18:30 que permanece até à Eucaristia das 19:15 (à quinta-feira a Exposição é antecipada para as 17:00, pelas Vocações) - não fixei os horários dos sábados e Domingos. A Semana Missionária de 22 a 30 de Novembro (RM), já me tinha permitido visitar a Irmã Adelaide Varanda, das Missionárias Dominicanas do Rosário (Benfica), e o belo oásis que é o seu Centro Social em pleno Bairro 6 de Maio (Damaia).

(25 de Julho) Voltando a São Tiago Maior, Apóstolo e Mártir! Como sábado é o único dia em que não há Eucaristia em Rio de Mouro (a vespertina não conta), não pude "cumprimentar" o Apóstolo na Festa da sua Eucaristia.
"Trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que este extraordinário poder é de Deus e não é nosso." (2Cor 4, 7);
"Sim, o Senhor fez por nós grandes coisas; por isso, exultemos de alegria." (Sl 125, 3);
"Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão." (Mt 20, 28).

Do livro "Arautos da Santidade - Vida dos Santos (Tu solus sanctus)" de António J. Dias f.m.s. (Editora Rei dos Livros, Abril de 2001):
"Irmão de S. João Evangelista, era filho de Zebedeu, arrais de barco no Lago de Genesaré. Ao vê-los, Jesus chamou-os e eles seguiram-no. Vêmo-los depois presentes na Transfiguração, na ressurreição da filha de Jairo e no Getsémani.
"Filhos do Trovão" apelidou-os o Senhor. A Mãe deles pediu para esses dois filhos, lugares de destaque no seu Reino. Estariam eles dispostos a beber o cálice do Senhor? Sim, tanto assim que S. Tiago foi o primeiro apóstolo a ser passado à espada por Herodes Agripa.
Os monges de Cluny no séc. XI, activam a peregrinação ao túmulo do Santo de Compostela. Não há certeza de esse túmulo encontrado em 830 ser do apóstolo. Certo é ser do tempo dos romanos. Também não se tem por certo que S. Tiago tenha estado na Espanha. No entanto foi muito invocado na reconquista aos Mouros."

24 de julho de 2009

O Artur de São Tomé e Rolas


Na semana passada li uma pequena notícia que me fez lembrar o meu Amigo Artur que conheci no passado dia 9 de Maio no Ilhéu das Rolas (São Tomé e Príncipe), provavelmente nunca mais o verei na vida, mas vou guardar sempre no coração aquelas duas horas em que, com a colega Fátima, percorremos o ilhéu (a referida notícia foi publicada no "Global notícias" de 17/07/2009 com o título "Pestana sai de 'resort' das Rolas" e junto um extracto no final do post).

Quero referir a segunda e quarta Orações que ouvi e rezei no último Domingo (XVI do Tempo Comum - Ano B), "Ouvi-nos, ó Rei da eterna glória":
- Para que os governantes e as autoridades exerçam com justiça as suas funções e velem pelo bem de todo o povo, oremos, irmãos;
- Para que o mundo novo inaugurado por Cristo, sem classes, sem divisões e sem fronteiras, seja a meta para onde caminhe a humanidade, oremos, irmãos.

O encontro com o Artur ocorreu ao pé da pequena capela do ilhéu, junto dos meus Amigos: Rute (de amarelo), Jessica, Joni e Rute (de preto), também se vêem a Fátima e o Artur, mas ainda encontrámos os pequenos Aguinaldo e Fábio.

A conclusão que terei é que quando os interesses económicos e a política se juntam, infelizmente, e quase sempre, está tudo tramado! O Artur disse-nos que a empresa tem procurado que o professor que sempre deu aulas no ilhéu, penso que aos mais pequenos, não continue lá, obrigando-os a terem que ir escola à Ilha de São Tomé e, estando assim, mais longe dos pais que trabalham no empreendimento no ilhéu.

Compreendo que pode haver pessoas que, estando de férias lá, não estejam interessadas em dar um volta ao pequeno ilhéu, e passem os dias junto às piscinas, mas, das poucas horas que lá estive, o melhor que trouxe foram estes meus pequenos amigos. O Artur, que nos acompanhou ao marco do Equador, nos partiu um coco e levou pelo meio do ilhéu sabe que não pode ir para a zona dos turistas, e foi com muita pena que não o pude (nem tentei) convidar para almoçar, pois vivemos em dois "mundos" diferentes e, se calhar, quem teria mais problemas seria ele e a sua Mãe. Depois do almoço e da piscina o regresso e um aceno ao longe, que me soube muito bem, até sempre Amigo!

Para acabar, aqui deixo um extracto da notícia "Pestana sai do 'resort' das Rolas", que penso mistura pressões, interesses económicos e políticos e... pessoas:
"O grupo Pestana vai abandonar em Novembro a gestão do resort do Ilhéu das Rolas, em São Tomé e Príncipe, devido a prejuízos causados à sua imagem por "informações falsas e ofensivas" sobre alegadas tentativas de expulsão dos habitantes locais.
A saída não é imediata (...)
Esta decisão foi tomada porque "tem causado um enorme prejuízo à imagem do grupo o recorrente aproveitamento político das normais relações entre a unidade hoteleira e os habitantes do Ilhéu das Rolas, sempre que ocorrem eleições em São Tomé e Príncipe". Implantado numa área de 250 hectares, o hotel Pestana Equador, com 7o quartos, emprega cerca de 13o habitantes locais. O grupo gere a unidade desde 2004.
O "aproveitamento político", diz o comunicado, é feito "com recurso a informações falsas e ofensivas do bom nome do grupo", que é o maior investidor no sector do turismo no pais."

23 de julho de 2009

De referência... mas, referência de quê?!?!?!

A propósito da notícia "Igreja altera regras nas missas para prevenir contágio da gripe", por Rita Carvalho ("Diário de Notícias" de 16 de Julho de 200), lembrei-me que:
ao contrário do Estado, que faz as leis e é sempre o último a aplicá-las, atendendo a que começo a ver que muitas empresas já têm planos de contingência, e como a Igreja não está afastada do mundo, já Jesus nos disse isto, também teria que começar a tomar medidas preventivas.
Não sei o futuro (felizmente), e dada a minha tendência para mexer constantemente nos órgãos dos sentidos (excepto a vista, dado os óculos!!!!), uma reminiscência da minha fase de criança (não queria falar na fase dos primatas!!!), eu não serei dos últimos a apanhá-la!!! Mas acho piada (para não ter que chorar!) ao facto do mundo ocidental se preocupar tanto com as “suas” doenças e se esquecer das dos outros, por exemplo, a diarreia ainda mata muito por esse mundo fora (mas, muitas vezes, a culpa é da água), e Portugal até tinha um conceituado Instituto de Medicina Tropical, nesta área tenho lido os artigos do Dr. Fernando Nobre que são muito elucidativos (e a AMI até entrega um prémio anual na área da medicina tropical):
http://fernandonobre.blogs.sapo.pt/
Mas não consigo deixar de pensar numa pequena (para mim é enorme, muito mais importante que os cornos do Manuel Pinho!) notícia que vi na semana passada na RTP1. Um pai foi com a sua filha doente a um Centro de Saúde (pronto, vou deixar a letra grande!!!) no norte do país e como os funcionários, enfermeiros e médicos recearam que a criança pudesse estar infectada com H1N1 foram, pura e simplesmente, esquecidos e isolados numa sala (e até evacuaram o centro!!!!!), após algumas (largas) horas de espera foram atendidos por um médico, que de longe pediu à miúda para abrir a boca e, fazendo assim o seu diagnóstico de longe, sabiamente concluiu… (vocês já sabem a resposta). Resultado reencaminhamento para o Hospital de São de João do Porto, que é o hospital de referência para aquela área (gostava que a Ministra, para além do contador, que vai divulgando os infectados, me explicasse: referência de quê?!?!?!). Aqui chegados, seriamos levados a pensar que o assunto ficaria resolvido!!!!! Puro engano, novo isolamento numa sala, mais algumas horas à espera de serem atendidos, pelo que o Pai até contou que a filha começou a chorar, dado que queria ir simplesmente à casa de banho!!! No fim deste triste episódio, veio o veredicto. Após a consulta no Hospital de São João, o médico disse ao Pai para voltarem para casa porque a rapariga tinha uma gripe normal!!!!! Fiquei sem palavras (embora não pareça). Não sei se alguém lhes pediu desculpas, e perdoar é dos actos mais nobres que eu conheço, embora, muitas vezes, esquecer seja mais difícil, mas para mim esta é a grande história da semana passada. Como se sentiu a criança, como é que aquele Pai lhe pôde dar o conforto que a rapariga merece? Nem todos temos o desprendimento do Raoul Follereau, da Madre Teresa de Calcutá, de tantos Missionários e médicos pelo mundo fora, mas acho que este episódio (e ainda estamos tão longe da pandemia que teremos no Outono, embora nem nessa altura se conseguirá justificar “atitudes” destas) passa todas as marcas da dignidade que qualquer ser/doente merece?

22 de julho de 2009

Deus Sorri!

Quando hoje ia quase a chegar ao trabalho, algo preocupado com o que tinha para fazer (e até nem sabendo bem como!), recebi, da forma mais improvável, um enorme Sorriso de Deus!
Faz-me muito bem o passar todos os dias úteis o mais próximo possível das minhas duas Irmãs menos bem cheirosas. A beleza e serenidade que a minha Irmã de origem africana do Rossio me transmite ajuda-me a enfrentar o dia e se, por qualquer razão, não a encontro fico preocupado. É fácil conhecê-la, pois mora numa paragem da Carris, embora nos últimos tempos opte pelo banco (de jardim) junto ao BCP do Rossio (outras vezes está junto à CGD), durante o dia costuma estar perto da entrada da estação CP do Rossio a pedir, muitas vezes com um "delicioso": "Olhe, olhe...!!!"
A outra minha Irmã, mora nas arcadas da Praça do Comércio do lado do Ministério das Finanças, sendo a que está mais perto do Café Martinho da Arcada. Também é fácil reconhecê-la, pois é algo forte, já tem alguma idade, e tem muitos sacos e papéis sujos junto a ela, tendo alguns problemas psiquiátricos. Como nos últimos meses os funcionários da câmara lavam à mangueirada toda aquela ala, obrigam-na a mudar as suas coisas para fora das arcadas (normalmente para junto da paragem da Carris). É incrível, para não dizer vergonhoso, a quantidade de pessoas que vivem actualmente na Praça do Comércio, sendo que quando tenho que sair mais tarde do trabalho me deparo com elas de uma forma mais "natural", afinal elas estão no seu quarto e, embora seja poesia, não conheço ninguém no mundo que tenha um "quarto" tão belo, conhecem muitos quartos com vista para o rio Tejo, a Santuário do Cristo Rei e para as arcadas e enquadramento (apesar das obras actuais) da Praça do Comércio? O facto de várias instituições, como a Comunidade Vida e Paz, ou o dono da Pastelaria Flor da Sé distribuírem comida lá, também terá contribuído para a afluência actual, algo que os meus "amigos" importantes do Ministério não poderão comprovar pois saem sempre de carrinho e muito raramente os vejo pelas ruas da Baixa!
Mas voltando ao feliz episódio da minha Irmã, apesar de desagradável, faço questão de não me desviar e passar junto a Ela, muitas vezes depois da hora de almoço esta a dormir (os sonhos dos Anjos?), e de dar e receber o seu cumprimento e/ou sorriso, mas hoje como vinha da CGD (a vida continua sempre, para quem vive a nossa "vida"!), porque ia no sentido contrário ao habitual, para além do "Bom-dia" e do sorriso, Ela desarmou-me pois, estando a comer uma maçã, sem pejo nenhum, estendeu a mão e ofereceu-me a maça que estava a comer!!!!
É melhor parar por aqui (OBRIGADO DEUS), mas ao pensar em dar um título a este post, ocorreu-me o belíssimo poema de Sebastião da Gama "DEUS SORRI" (do livro "Cabo da Boa Esperança"), aqui fica:

Deus sorri..., Deus sorri
É um sorriso triste, às vezes... A uns é um sorriso triste...
É um sorriso alegre, a outros, de outra vezes...
Feliz o que puder aperceber, o sorriso de Deus.
Fúteis, violados todos os mistérios,
Que o sorriso de Deus tudo esclarece.

Meus olhos nítidos, olhai:
Em que mistérios cris ainda?
Que verdades ainda vos escapam?
Que nuvem ou que sombra vos empece,
Se o sorriso de Deus tudo esclarece
E até à flor das nuvens e das sombras
Vai sorrindo?

Sebastião Artur Cardoso da Gama (10.4.1924 - 7.2.1952)
Poeta português. Fez da sua vida breve um convívio fraterno com os alunos e com quantos o rodeavam.

Mulher, porque choras?

Mulher, porque choras? Quem procuras? (Jo 20, 15)
Será que Jesus hoje não nos faz estas perguntas? Conseguiremos dizer «Rabbuni!»?

(22 de Julho) Dia de Santa Maria Madalena.
Do livro "Arautos da Santidade - Vida dos Santos (Tu solus sanctus)" de António J. Dias f.m.s. (Editora Rei dos Livros, Abril de 2001):
"Três são as Marias visadas com este título, entre os Ortodoxos: Maria de Betânia, a irmã de Lázaro e de Marta; Maria de Magdala, que assiste à morte de Jesus e a quem Jesus aparece depois de ressuscitado, e por fim a "Madalena" arrependida, que aparece em casa de Simão, o fariseu.
No Ocidente, as três Marias ficam reduzidas a uma só, como irmã de Lázaro, a do Calvário e a pecadora. Mas seja como for, pois longe está o problema de ser resolvido, esta ou estas personagens muito amadas por Jesus, grandes ensinamentos nos podem trazer para a vida espiritual."

18 de julho de 2009

Eu cá não leio nada

Eu cá não leio nada. Não estudo nada. Não sei nada. Tenho um só livro: é o Novo Testamento. Começo no princípio e vou por aí fora até ao fim. Torno a começar e vou, vou, até acabar. Isto durante um ano. Isto durante dois anos. Isto sempre. São perigosos os homens de um só livro e podem vir a ser incendiários. Cautela! Não sei nada, ia dizendo, mas tiro umas coisas por dedução. Conta-se que um homem, pela queixada dum fóssil, tirou o corpo inteiro do animal, como ao depois se verificou num cemitério de bichos antediluvianos. Duma pequenina parte fez o todo. Este é justamente o poder da dedução. Ora o Novo Testamento traz «queixadas». Muitas «queixadas». São palavras isoladas, escondidas – fachos! É questão de reparar, fazer pausa; olhar bem - e a luz aparece.
Do livro "Doutrina, 1.º vol", retirado do jornal "O Gaiato" n.º 1.670 (Ano LXV) de 15 de Março de 2008.

Padre Américo Monteiro de Aguiar (nasceu em 23/10/1887, nasceu sacerdote em 28/7/1929 e nasceu para o Céu em 16/7/1956).

«Às vezes vem-me o tino; a inteligência das coisas terrenas. Nesta inteligência vejo os problemas de cada um: as idades inquietas, as tendências; e também o meu problema. O que então se passa na minha alma é coisa inenarrável. Entro a desfalecer. Mas isso dura pouco tempo. Deus tira-me o tino e dá-me a Sua loucura. Os problemas de todos, e o meu também, ficam num instante resolvidos.
– Homem de pouca fé, porque duvidas?!
Senhor de Misericórdia, não retireis jamais da minha inteligência a loucura do Divino!»