18 de julho de 2009

Eu cá não leio nada

Eu cá não leio nada. Não estudo nada. Não sei nada. Tenho um só livro: é o Novo Testamento. Começo no princípio e vou por aí fora até ao fim. Torno a começar e vou, vou, até acabar. Isto durante um ano. Isto durante dois anos. Isto sempre. São perigosos os homens de um só livro e podem vir a ser incendiários. Cautela! Não sei nada, ia dizendo, mas tiro umas coisas por dedução. Conta-se que um homem, pela queixada dum fóssil, tirou o corpo inteiro do animal, como ao depois se verificou num cemitério de bichos antediluvianos. Duma pequenina parte fez o todo. Este é justamente o poder da dedução. Ora o Novo Testamento traz «queixadas». Muitas «queixadas». São palavras isoladas, escondidas – fachos! É questão de reparar, fazer pausa; olhar bem - e a luz aparece.
Do livro "Doutrina, 1.º vol", retirado do jornal "O Gaiato" n.º 1.670 (Ano LXV) de 15 de Março de 2008.

Padre Américo Monteiro de Aguiar (nasceu em 23/10/1887, nasceu sacerdote em 28/7/1929 e nasceu para o Céu em 16/7/1956).

«Às vezes vem-me o tino; a inteligência das coisas terrenas. Nesta inteligência vejo os problemas de cada um: as idades inquietas, as tendências; e também o meu problema. O que então se passa na minha alma é coisa inenarrável. Entro a desfalecer. Mas isso dura pouco tempo. Deus tira-me o tino e dá-me a Sua loucura. Os problemas de todos, e o meu também, ficam num instante resolvidos.
– Homem de pouca fé, porque duvidas?!
Senhor de Misericórdia, não retireis jamais da minha inteligência a loucura do Divino!»

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