Confesso que nunca tinha "lido" um livro em tão pouco tempo (os do sobrinho Pedro não contam?!?) e quase que o "conseguia" entre o Cacém e Rio de Mouro!!!
Apesar de adorar a Sophia de Mello Breyner Andresson, este livro custou-me a ler, talvez por falar da morte e, como a própria referiu numa entrevista ao "Jornal de Letras e Artes", de 24 de Janeiro de 19612, "Este tema é o encontro com Cristo. O encontro com a pobreza, a miséria, a solidão, o abandono, o sofrimento, a agonia. (...) Porque viramos a cara ao sofrimento, a vaidade da felicidade perfeita nos levará à monstruosidade e ao crime. Há muitas maneiras de matar."
Aqui fica o poema "A Solidão" de "O Cristo Cigano" (1961):
A noite abre os seus ângulos de lua
E em todas as paredes te procuro
A noite ergue as suas esquinas azuis
E em todas as esquinas te procuro
A noite abre as suas praças solitárias
E em todas as solidões eu te procuro
Ao longo do rio a noite acende as suas luzes
Roxas verdes azuis.
Eu te procuro.
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