18 de dezembro de 2010

Reconciliação

Uma noite muito acolhedora, para aquecer o coração!!! E muito anjo eu vi no decorrer da noite, após receberem o Sacramento (alegre) da Reconciliação, sobretudo a pequena Anjo de dedo partido, que mal conseguiu subir os degraus junto ao Altar, e com cuja Mãe, sim os Anjos têm Mãe, um ser bonito, só pode ter tudo, mas mesmo tudo, o que é bom, me tinha deparado no decorrer da semana, pois veio perguntar-me se podia trazer a filha hoje, perdão a Anjo, pois no sábado tinha que ir trabalhar (PS: sim porque mesmo as Mães dos Anjos têm que trabalhar!!!).
Como explicar as graças inexplicáveis... é melhor nem tentar!!! Referir a alegria de ter sido o último, olhar à volta e ver que os três Jesus estavam a dar a Reconciliação aos últimos irmãos (pois o "outro" Jesus teve que ausentar-se!!!), e colocar-me nas mãos de Deus para ir ter com o Jesus que o Pai me "concedesse", apesar de não conseguir olhar (controlar, ups...) o Jesus "Major", pois exercia o seu Ministério nas minhas costas (fisicas!!!), pelo que acabei por receber a Graça de conversar com o Jesus de que eu não sabia o "nome"!!!
Só mais uma coisa, muito pequeno eu sou, para tanta Misericórdia... a penitência que me foi concedida, bem vistas as coisas, mais parece um prémio!!!! OBRIGADO!

8 de dezembro de 2010

Irmã Susana

"Recebei-me, Senhor, segundo a Vossa Palavra, e terei a vida:
Não me confundais na minha esperança."
Penso que para mim terá sido uma estreia; ver alguém pela primeira vez instantes antes do início do momento mais importante da sua vida!!! Afinal, a primeira vez que vi a Irmã Susana Maria do Santíssimo Coração de Jesus foi breves instanstes antes do começo da Eucaristia da sua Profissão Solene no Carmelo de Santa Teresa (Coimbra), das Monjas Descalças da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, e para mais na Solenidade da Imaculada Conceição (post scriptum: com uma bela chama, da vela baptismal, que levava e... a "puxar" pelo sacerdote que levava o Evangelho!!!!).
Uma imagem de serenidade e alegria, que me ofuscou, e que me "impediu" de tirar qualquer fotografia da celebração, pois quero guardar aqueles momentos no local mais importante possível... o meu coração! E foste, perdão és, a salmista mais bonita que eu já vi!
Também me cativaram todos os momentos, por entre as grades, que se calhar neste caso até seriam símbolo de Comunhão, na sala em que com as tuas irmãs, e que belas irmãs Deus nos dá, saudavam os familiares e amigos... sendo que o à-vontade e a alegria que dos vossos olhos emanava só pode ser sincera, apesar de incompreensível para muitos!
A mesma alegria, quer na luz do mundo, afinal a vossa sala era mesmo o centro do Carmelo, quer nos pequenos gestos da Irmã Irene, num corredor (escorregadio!) que me conduziu ao alimento do corpo, quando o que nos faz mesmo falta é o alimento da alma... e pouco mais consegui fazer que olhar e agradecer!!!
Quanta riqueza pode nascer de algumas palavras de uma tia, de dois postais de Natal e de uma carta (fotográfica) sobre Lisieux?!?
Muitos amigos comuns na Ladainha própria da Profissão Religiosa e alguns de quem nunca tinha ouvido falar...
"Não importa o que fazemos. Só importa a Paixão de Cristo, e eu quero ter parte nela." - Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)
Obrigado Irmã Susana, Unidos em Cristo...

29 de agosto de 2010

Os doze Apóstolos (Bento XVI)

Elaborado a partir das catequeses pronunciadas pelo Papa Bento XVI nas audiências gerais das quartas-feiras (entre 22/02/2006 e 22/11/2006), o livro "Os doze Apóstolos, e os primeiros discípulos de Jesus nas origens da Igreja" (Paulus, 2008) apresenta-as sobre a forma de entrevista pelo Padre Senra Coelho.
Dois pequenos apontamentos dos capítulos "A sucessão apostólica" e "Paulo, a vida na Igreja":
"Talvez seja útil explicar brevemente o que significa bispo. Vescovo (bispo) é a forma italiana da palavra grega epíscopos. Esta palavra indica alguém que tem uma visão do alto, alguém que olha com o coração. Assim, o próprio São Pedro, na sua primeira carta, chama ao Senhor Jesus «pastor e bispo, guarda das nossas almas» (2, 25)."
"Um não cristão que entra numa assembleia nossa, no final deveria poder dizer: «Verdadeiramente Deus está convosco.» Peçamos ao Senhor que sejamos assim, em comunhão com Cristo e em comunhão entre nós."

19 de agosto de 2010

1810-1910-2010, Datas e desafios (Manuel Clemente)

Depois do "Portugal e os portugueses", também da Assírio e Alvim (2008), li outro livro de ensaios do D. Manuel Clemente, embora também esteja na vertente do historiador, este "1810-1910-2010, Datas e desafios" (2009).
Embora o ensaio que dá nome ao livro não seja muito extenso, e outros até se possam enquadrar na temática, aqui trago três pequenos apontamentos (cópias).
Do ensaio "João Paulo II - um Papa na última fronteira" (revista Communio XVII, 2000/1): "Desde sempre se percebeu que João Paulo II é homem de vida interior intensa. Quando veio a Portugal em 1982, deixou toda a gente suspensa durante aquela meia hora de oração silenciosa na Capelinha das Aparições em Fátima. Para quem - como o autor destas linhas - comentava a visita num estúdio de televisão, foi um tempo longo e surpreendente que acabou por se impor à generalidade dos circunstantes, fosse qual fosse respectiva atitude face à relegião."
Do ensaio "Direitos do homem - comentários de Bento XVI" (colóquio sobre os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, 1948-2008): "«Deste modo quem, mesmo inconscientemente, combate o instituto familiar, debilita a paz na comunidade inteira, nacional e internacional, porque enfraquece aquela que é efectivamente a principal "agência" de paz»."
Do ensaio "Cristo - memória criativa" (revista Commnunio XX, 2003/4): "Facilmente, muito facilmente reduzimos a dimensão da Cruz ou lhe damos um «lugar» mais ou menos ornamental, como pode acontecer até nalgum dos nossos templos e casas... Desse modo sim, adjectivamos o que deveria ser substantivo. Mas desse modo não, não captamos a acção divina em que a criação se completa e salva, como começou a suceder na Páscoa de Cristo."

12 de agosto de 2010

João XXIII

Depois do "Diário da Alma", escrito pelo próprio Angelo Giuseppe Roncalli entre 1895 e 20 de Maio de 1963, a biografia oficial para a beatificação do Papa Bom "João XXIII" de Mario Benigni e Goffredo Zanchi (Paulus, 2000). Afinal, a face e a coroa de uma moeda! Quando li o diário fiquei com pena de a parte relativa ao Papado não ser muito extensa, o que se compreenderá, mas esta biografia permitiu compreender melhor aquele período, que não chegou a 5 anos e, para além da sua humildade, descobrir a vontade de ser um verdadeiro Bispo de Roma, o que até aí muitas vezes não tinha acontecido, pois os Papas preferiam preocupar-se "apenas" com a condução da Igreja Católica.
Uma passagem, quase no final da biografia (retirada de um livro do seu secretário Loris Francesco Capovilla), que sintetizará a sua vida e grande exemplo:
"O próprio Papa tivera essa intuição numa conversa travada com o Secretário de Estado nos últimos dias: «Este interesse pelo Papa, representa humildemente o Senhor, é sinal de um novo fervor de oração, pensamentos e propósitos de paz, convicção nítida e clara de que o que vale na vida é o que está contido no Evangelho, a saber: humildade, mansidão, caridade.»

A Patrulha Perdida

"A Patrulha Perdida" (1934), não sendo dos que me prenderam mais, é um filme de John Ford, pelo que está tudo dito... é um Ford!
O título faz jus ao conteúdo do filme, sendo dos casos em que um título está mais conforme com o seu argumento. A acção passa-se no decorrer da I Guerra Mundial e conta a história de uma patrulha do regimento de cavalaria britânico, perdido algures no deserto da Mesopotâmia. Quando finalmente encontram um oásis, todos pensam que ficaram mais perto da salvação, mas isso não é verdade, pois vão caindo, um a um, às mãos dos mortíferos, embora invisíveis, árabes. O filme comporta uma cena que remete para João Baptista no deserto, onde ficam patentes as raízes irlandesas do realizador. Cheguei a pensar que seria um Ford sem heróis, afinal só restava o sargento do regimento, mas ele, interpretado por Victor McLaglen (o segundo a contar da esquerda), consegue matar os árabes e ser resgatado.

10 de agosto de 2010

A Festa

Desta vez uma comédia, este "A Festa" (1968) de Blake Edwards, a estreia de Peter Sellers em Hollywood, e a única colaboração entre eles fora da série "A Pantera Cor de Rosa".
Sellers é Hrundi V. Bakshi, um indiano com jeito para não fazer nada direito e, é verdade, nunca levem um elefante para uma festa, pelo menos de houver uma piscina!!

9 de agosto de 2010

A Missa, ontem de hoje

O livro "A Missa, ontem e hoje" de Pierre Jounel é mais um grande livro da Gráfica de Coimbra (1988), tendo sido recomendado pelo Cónego Tito Espinheira no decorrer do último semestre da Escola de Leigos na Igreja Matriz da Amadora (Nossa Senhora da Conceição, que recentemente celebrou os 50 anos da sua Dedicação).
Os seus pequenos capítulos prendem-nos e mostraram-me que, também sobre a Eucaristia, quando eu pensava que já sabia muito, afinal ainda não sei é nada!
Gostei da parte histórica, nomeadamente das raízes na refeição festiva judaica.
Podia copiar várias frases, mas opto por esta que me surpreendeu bastante, retirada do capítulo "A Eucaristia no tempo dos mártires":
"Aí se lê esta prescrição destinada ao bispo: " No caso de chegar um pobre ou um pobre, e sobretudo se forem de idade avançada, dá-lhes o lugar de todo o teu coração, ó bispo, mesmo que tenhas de sentar-te no chão."" (Didascála dos Apóstolos, 12).

Os Sonhadores

"Os Sonhadores" (2003) de Bernardo Bertolucci, passado em Paris no decorrer do Maio de 1968, evoca várias vezes os clássicos do cinema, embora a música me tenham prendido muito mais.
Não é um grande filme, não tendo percebido a cena do regresso dos pais a casa, que se encontrava virada do avesso, e se limitaram a passar um cheque e a "fugir", será que a "libertação" da sociedade, conduzida pela juventude, quer dizer que os pais têm que passar a fazer todas as vontades dos filhos... estranha liberdade!!!
Não sendo um grande filme, valeu pela Eva Green.

4 de agosto de 2010

O Cura d'Ars (Francis Trochu)

O Cura de Ars já teve direito a várias entradas, como a de há um ano atrás ou a de 22 de Fevereiro de 2010 (relativa ao Boletim Paroquial), mas hoje venho referir um livro que por aqui já passou, pois na entrada de 15 de Novembro de 2009 referi a sua compra.
Assim sendo, concluo que demorei quase 9 meses para o ler, sendo que, paradoxo das contradições, o considero um livro que conseguiria ler em muito pouco tempo!!!!
Mas só quero referir duas pequenos particularidades. O primeiro é que neste espaço de tempo, mais propriamente no dia 24 de Março de 2010, tive oportunidade de conhecer Ars e saborear a sua atmosfera (ou seja, no meio da minha leitura, conheci o "palco" dos acontecimentos).












A segunda é muito mais pessoal, pois a sua leitura alterou uma pequena coisa que me tem acompanhado sempre, ou quase sempre, mas o melhor é deixá-lo (quase) só entre mim e o João Maria Baptista Vianney!!!

Nossa Senhora do Monte (Graça)

A manhã foi dedicada a alguns miradouros de Lisboa: Santa Justa (sem subida de elevador), São Pedro de Alcântara (sem subida no elevador da Glória), Santa Catarina (sem descida no elevador da Bica), Nossa Senhora do Monte (na Graça), Graça (melhor, largo Sophia de Mello Breyner Andresen), Largo de São Vicente e Santa Luzia.
Faltou o terraço da Igreja de São Vicente de Fora, com a magnífica vista para o estuário do Tejo, mas quando por lá passei cerca das 10,15 horas a Igreja (ainda) estava fechada!!!
Finalmente consegui entrar na Igreja da Graça (o facto de ser sido às 11 horas deve ter ajudado!?!), mas a música, apesar de agradável, deve ser para turista ouvir!!!!
Apesar de quase nunca o conseguir, é sempre agradável ser turista em Lisboa... e hoje até tive direito a passeio no 28!!!
Aqui fica uma imagem no miradouro de Nossa Senhora do Monte (Graça):

3 de agosto de 2010

Estranha sedução

Um filme num tom completamente diferente, este "Estranha sedução" (The comfort of strangers, 1990), de que não percebi se o final tinha alguma mensagem!?!
Valeu pela beleza, voz incluída, da Natasha Richardson, "recentemente" desaparecida (como será para os familiares e amigos de um actor que morreu poder "acedermos" tão facilmente a imagens dele através dos filmes em que participou!?!), bem como pelas imagens de Veneza (que não conheço!!!).

Gente de Dublin (The Dead)

Vi mais um clássico, no caso o último filme de John Huston, "Gente de Dublin" (1987), "The Dead" no original. Tem como base o último conto do "Gente de Dublin" do James Joyce, que eu comprei na altura dos primeiros livros baratos que saíram com "O Público", talvez por volta de 1995 (pelo menos, é da data do depósito legal). Este filme talvez seja a razão para finalmente ler o livro, ou pelo menos o conto.
É um filme de (quase) uma cena apenas, que se passa num serão próximo do Natal, em que o mais importante são as representações. Mas só na cena final descobrimos a que morte o título se referia, conforme a Angélica Huston (filha do realizador) confidência ao surpreendido marido!
Não deixa de ser curioso que este é já o segundo filme de John Huston do blogue, depois da "Noite de Iguana" (1964), entrada em 29 de Setembro de 2009, quando o meu realizador favorito ainda só teve "direito" a "O Denunciante" (1935, entrada em 12 de Agosto de 2009), pelo que vou ver se brevemente "reparo" esta situação!!!

2 de agosto de 2010

Il Vangelo scondo Matteo (PP Pasolini)

O primeiro DVD de férias foi um filme de 1964, ou seja, tinha eu menos 5 anos, realizado por Pier Paolo Pasolini "O Evangelho segundo São Mateus" (não sei se a ausência do "São" no título em italiano é propositada?). O Pasolini acompanhou alguns grandes realizadores italianos, começando mais tarde a realizar filmes, alguns bens polémicos, como o último que já foi estreado depois da sua trágica morte! Abarcou diferentes áreas, pois foi poeta, novelista, dramaturgo, crítico literário, ensaísta e polemista.
Fiquei logo rendido com a dedicatória do filme: " À querida, alegre e familiar memória do Papa João XXIII".
O preto-e-branco acentua as expressões dos rostos, e a banda sonora ajuda à beleza do filme (JS Bach, WA Mozart, Sergej Prokofiev e Anton Webern). Um certo despojamento ajuda a "entrar" na vida de Jesus, temos é que nos habituar a que Ele (Enrique Irazoqui) e os apóstolos (Pedro é interpretado por Settimio di Porto)... falam italiano!!!
O DVD traz ainda um documentário do próprio (PPPasolini) "As Muralhas de Sana" sobre a capital do Iémen e a vontade despropositada de se querer ser moderno à força, mesmo que para isso seja necessário destruir uma tão grande riqueza legada pelo seu povo e pela história!

25 de julho de 2010

Memórias de um crente, Abbé Pierre

As "Memórias de um crente" de Abbé Pierre (Gráfica de Coimbra, 1997) acompanhar-me-ão sempre! Um daqueles livros sem grandes acabamentos e capa não muito atractiva (e, portanto, baratos em termos monetários), que me consegue prender da primeira à última palavra!
Cerca de 175 páginas de uma vida rica, escrito na primeira Pessoa, de alguém que se deu aos outros, sem esperar mais que a recompensa do encontro com Deus!
Por razões várias, e a última chamou-se Teresa, tenho a certeza que já li este livro 3 vezes completas, embora pense que até já foram mais!!! Os pedaços soltos é que já não têm conta!
Tenho alguns episódios e passagens que já sei de cor, mas é sempre agradável redescobrir aqueles passagens de que já não me recordava! Eternamente na minha memória, a ovelha longe do presépio familiar na infância, uma "descoberta" nas bem-aventuranças num estádio de Itália, um naufrágio na América do Sul ou a, soberba, forma como o Abbé Pierre (nome que constava nos documentos falsos no decorrer na II Guerra Mundial) narra a celebração da Eucaristia à noite no seu apartamento de Paris, uma autêntica janela para o Mundo, como todos as Eucaristias deviam ser... se nós conseguíssemos!!!!
Outros diamante que este livro me proporcionou foi ter "descoberto" o Dom Hélder da Câmara, bispo brasileiro que fez sempre o que devia, ou seja, defender os mais desfavorecidos (PS: e não tenho conseguido encontrar livros de/sobre ele em Portugal).
Deixo duas ou três frases, completamente ao calhas:
"E agora perguntas-me: o que é Deus? Pois bem, nunca te esqueças dessa alegria, tão diferente das outras, que sentiste nesse momento. Recebeste o dom mais maravilhoso que pode haver e que os teólogos chamam dom da sabedoria. Sabedoria não quer dizer sensato, não fazer tolices. Sabedoria é sapere, uma palavra latina que significa 'saborear', 'apreciar'. Nesse momento, saboreaste como é bom amar. Era Deus que assim encontravas e que cantava no teu coração. Se conhecesses bibliotecas inteiras de teologia, terias algumas ideias sobre Deus, mas não O conhecerias. Ao passo que neste sentimento de alegria, de alegria inexplicável, saboreaste Deus."
"O Ocidente enlouqueceu na exacta medida em que ficou preso a um conceito idólatra da liberdade, não soube que fazer da sua liberdade. Ser livre só para ser livre e não para amar, é a exacta definição da ruptura, do impasse e do vazio."
E, afinal não muito (nada) ao calhas: "E adquiri o hábito de celebrar missa, quando estou sozinho, junto daquela janela rasgada sobre toda aquela multidão. É o vitral através do qual contemplo toda a alegria e todo o sofrimento dos homens. E ao mesmo tempo, é a nave da minha Igreja. Tenho na minha frente todos os irmãos por quem ofereço o sacrifício da Eucaristia."
E, para acabar, a frase final do livro: "... a vida é Esperança; o auge da Esperança é a certeza de que Deus, Todo-Poderoso, objecto do meu amor, é perdão; tudo é perdoado àqueles que sabem perdoar."

... e a vida não pára!!!

Quase 4 meses, resolvi recomeçar esta "actividade", felizmente, apesar de às vezes tentarmos o contrário, a vida não pára!!!!

Sem explicação, alguns momentos em/com Lisieux, Ars, São Tomé, Fátima a pé, o Papa e o Cristo-Rei!

3 de abril de 2010

Mãos que socorrem (Simão de Cirene)

O Tríduo Pascal é um período tão rico e gratificante que nunca encontraria as palavras para exprimir o que tenho vivido.

Algumas palavras sobre o dia de ontem. Ao jantar, pronto não vivi o verdadeiro jejum católico, mas se tiver existido alguém prejudicado, sem dúvida, serei eu!, no Telejornal uma pequena reportagem sobre a Via-Sacra pelas ruas, para dizer a verdade, é melhor escrever ruelas da cidade velha de Jerusalém, completamente apinhadas, pois este ano até existe coincidência da Páscoa nos calendários dos católicos e dos ortodoxos! Tendo tido a graça de por lá passar em Novembro de 2008, foi com alegria que reconheci o local da V Estação, um dos episódios que mais me comove: Na Via-Sacra paroquial um convite Dele, através do João Serra, queres participar na 5.ª Estação? Como um dos companheiros, um peregrino de Jerusalém, que faz hoje precisamente dois anos viveu um momento de dor extrema. Apesar de não ter autoridade para escrevê-lo, penso que só no Amor de Deus poderemos encontrar o sentido da Vida, sendo que este é indissociável da Morte! Ao carregar a Cruz, e perante a dor do meu Irmão, senti que acompanhava Jesus. Gostava de considerar-me o Cireneu, mas se calhar estarei muito mais perto da multidão que zombava de Cristo?!?

Ao pegar numa das inúmeras Vias-Sacra, para escrever esta entrada, saíu-me "As Minhas mãos feridas", de Renzo Sala (Paulus, 2007); na V Estação (Jesus é ajudado por Simão de Sirene) uma reflexão do Padre David Turoldo:
Jesus quis necessitar da ajuda de um homem para poder prosseguir o seu caminho. Naquele lento caminhar ao lado d'aquele Homem, Simão recebeu daquele rosto, sereno na sua dor, um olhar de silenciosa gratidão que o transformou profundamente. O nosso Deus quer precisar da nossa ajuda. Não é fácil conhecer concretamente: como dar; como pôr as nossas vidas as serviço daqueles que precisam de nós; como descobrir a experiência profunda de Simão de Cirene.

18 de março de 2010

Sacerdotes em Cristo (Boletim XIX)

A décima nona contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 95 relativa ao V Domingo da Quaresma.

Ainda e sempre o Ano Sacerdotal. Desta vez através de um livro da Paulus Editora, com o apoio da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, pelo que parte das vendas será revertida em doação para os projectos da fundação: “Sacerdotes em Cristo (12 testemunhos de um chamamento)”.
O livro abre com um artigo histórico do Padre Senra Coelho intitulado “O sacerdócio ministerial ao longo da História”. Depois sucedem-se 12 testemunhos, que se iniciam com os sentimentos de D. Manuel Clemente (Trinta anos de sacerdócio, já e apenas), passando pelo Padre José Miguel Barata Pereira (Servimos este mundo semeando em cada um a vida divina), com quem há bem pouco tempo tivemos oportunidade de privar no decorrer da semana vocacional XPTO, ou pelo Padre Tony Neves (Sacerdócio missionário).
Apesar de todos falarem da mesma realidade, em cada um destes 12 testemunhos de cerca de 8 páginas não existe um testemunho repetido, algo que possamos dizer mas eu já li isto.
Poderia referir vários aspectos de cada um dos testemunhos, em especial o momento em que sentiram o seu chamamento, ou como o sentiram, nalguns casos em plena infância, mas, para além de recomendar a leitura deste livro, deixo algumas palavras do Padre Júlio Grangeia, que humildemente intitulou o seu testemunho de “Queria ser importante... Mas o importante era (é) não ser... “importante”!”. O Padre Júlio nasceu no ano de 1958 em Vale de Ílhavo, sendo que a sua participação no livro resulta em grande parte de em 1997 se ter tornado no primeiro padre português a utilizar a Internet como meio de Evangelização, criando um sítio na web, para apoio das suas actividades paroquiais e pastorais.
Os pontos do seu testemunho seguem as seguintes referências:
Fui baptizado à pressa, em casa, pela minha tia...
Os pecados na confissão...
O “balde de água fria”: a Matemática!
O grande sinal de Deus: o “chumbo” no 8.º ano...
Queria ser importante... Mas o importante é não ser “importante”!
Padre anunciador da Boa-Nova aos de longe e aos de... perto!
A importância da “embalagem”!
Padre – o homem que é feliz e que aponta para a Felicidade!

Algumas palavras do ponto “importante!”: “Não me recordo de ter brincado às missas com bolachas, mas o que me lembro bem é que queria ser padre para ser... importante!
(...) Ainda não tinha percebido que a importância do padre não está na “importância” que este adopta, mas na simplicidade que assume! Como pode o padre chegar a todos a não ser pela simplicidade?! (...)”.
Bem como as últimas palavra do testemunho: “O padre é, pois, alguém realizado e feliz porque sabe em quem confia e é também profeta da esperança... porque aponta o caminho:
Para a felicidade plena...
Para Jesus Cristo...
Para Deus...
Para o AMOR!
http://www.padrejulio.net/

Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
12) Não repitas as palavras do sacerdote, mas ouve-as com atenção (e em tensão), manifestando a tua adesão mediante as aclamações.
13) Quando saúdas os irmãos na paz de Cristo, não precisas de cumprimentar todas as pessoas da igreja: sendo assim tão rigoroso, deverias cumprimentar todos os homens. Saúda o teu vizinho, com um coração aberto a todos, filhos de Deus, reunidos por Cristo.

14 de março de 2010

Retiros - formação de animadores (Boletim XVIII)

A décima oitava contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 94 relativa ao IV Domingo da Quaresma.

Por vezes o tempo não abunda, embora quando o tenho, normalmente, até acabe por desperdiçá-lo! Vem isto a propósito de um texto que escrevi, um bocado a correr e a pedido da Ausenda, uma das empenhadas colegas da formação de animadores do Departamento da Juventude do Patriarcado de Lisboa, para servir de testemunho, e em princípio para transmitir ou escrever aos formadores, no encontro de Julho de 2009, o último dos 9 encontros que tivemos ao longo de 3 anos. Como o tempo da Quaresma é propício a retiros, e sendo este um dos temas do meu testemunho, optei por 8 meses depois me socorrer dele. Apesar de o texto conter algumas referências pessoais, que é algo a que um suposto cronista tem alguma dificuldade de não recorrer, embora neste caso até mencione outras pessoas, aqui o deixo:

O que foi/é para mim a Formação de Animadores?
Desde logo foi ter dito SIM, quando tantas vezes procuro encontrar os talvez, porque, mas, e se... ainda para mais sendo algo que Deus me colocou no caminho sem eu pedir ou estar à espera (as maiores experiências nascem muitas vezes de surpresas; e Deus tem uma capacidade incomensurável de nos surpreender).
Apesar dos formadores talvez não gostarem do que vou dizer, as formações para mim foram autênticos dias de retiro, talvez porque não tenha tido oportunidade de os fazer/viver na altura oportuna. Além disso tive(mos) a sorte de começar pela Casa de Retiros do Bom Pastor, na qual a capela é no “meio” dos quartos, ou seja, é possível adormecer, literalmente, junto a Ele. Acontece um bocado isto no (pré-)Seminário de Nossa Senhora da Graça, embora, se não formos silenciosos, possamos acordar meio seminário!!!
É sentir que cresci, como cristão e, sobretudo, algo que lhe está intimamente ligado, como pessoa. E se calhar ser o animador que menos aplicou as técnicas que nos procuraram transmitir, como “bom” preguiçoso que sou, mas esperar que a semente cá tenha ficado e/ou ajudar a florescer alguém, embora para isso conte também com a preciosa ajuda do Espírito Santo.
É ter-me aproximado da Liturgia das Horas e, talvez, ter começado a compreender o seu “sentido”, dado que só se pode amar o que se conhece… “Se me envolve a noite escura e caminho sobre abismos de amargura, nada temo…”
É ter presenciado um brilho permanente nos olhos do Padre Filipe, e vou lembrar-me sempre da Reconciliação que me “conduziu” à Confirmação, e os exemplos de vida dos animadores: a serenidade e sabedoria da Mena (para mais, sendo a história dos assuntos que mais gosto), a alegria e voz da Rosarinho (não a consigo imaginar, muito séria, no Tribunal, sorry!!!), a alegria e, sobretudo o exemplo de família cristã que o Manel, a Ana e o Manelito nos proporcionaram, e sentir uma certa tristeza pelo Manel Coelho não ter podido nos acompanhar até ao fim. É sentir alguma tristeza por nem todos os que partiram terem chegado ao fim, mas confiar que ainda nos encontraremos nos caminhos desta vida, e agradecer todas as pessoas que Deus nos colocou no caminho, como um irmão italiano que tivemos por companhia no primeiro ou segundo encontro, desde o Padre Carlos Gonçalves (no primeiro encontro), os Padres e seminaristas de Penafirme, a Dona Aldemira (de quem só conheço a voz e por e-mails), as duas “visitas” que tivemos do outro grupo, quer a Cristina quer a Elisa (espero não me esquecer de ninguém).

Termino com as palavras que alguém escreveu no 3.º encontro do 1.º ano, no verso de uma cartolina que tem a seguinte frase “Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele.” Mc 10, 21:
“Na minha vida, sinto-me fitada por Jesus. E sinto necessidade de corresponder a esse olhar. Na minha oração pessoal, na minha vivência, na Eucaristia busco a forma melhor de corresponder a esse olhar. Sinto-me interpelada a mostrar também esse olhar a outros.”

Está tudo, embora, bem vistas as coisas, isto é algo que nunca poderemos ou conseguiremos dizer ou fazer. Acabei por “transformar” um texto que me fez estar acordado até bastante tarde, e que acabou por ter estado adormecido tanto tempo, num pequeno testemunho público, se fiz bem...

Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
10) Se não és surdo, não precisas de acompanhar a missa pelo missal (o missal popular é muito útil para preparares, em casa, a tua participação): a palavra que ouves é uma Palavra viva, transmitida pelo ministério do leitor.
11) Leva já preparada a tua oferta escusando deteres quem recolhe as ofertas ou dares espectáculo, rebuscando os bolsos, procurando a carteira ou fazendo trocos: a tua oferta faz parte da tua participação, se foi preparada, tornar-se-á mais consciente.

7 de março de 2010

Crianças (AE)

Por vezes o tempo não abunda, embora quando o tenho, normalmente, até acabe por desperdiçá-lo! Como tenho escrito pouca coisa no blogue, hoje opto por copiar, sem mais comentários (e isso seria preciso?!?), uma pequena frase que li no "Destak" de 4 de Março:
«A palavra "progresso" não terá qualquer sentido enquanto houver crianças infelizes»
Albert Einstein, físico alemão (1879-1955)

28 de fevereiro de 2010

Apresentação... de um Anjo!

Quase um mês depois deste pequeno acontecimento, que me encheu o coração, apesar de felizmente a vida não parar, não queria deixar de referi-lo.
Ocorreu em 2 de Fevereiro, dia da Festa da Apresentação do Senhor (40 dias depois do Natal), também conhecido por festa das velas, da Candelária ou da Purificação de Maria.
Gosto de sentir de perto alguma religiosidade popular, que, atendendo ao envelhecimento da população, se nota muito bem em Lisboa, por exemplo com a veneração a Santa Rita de Cássia. Quando faço Eucaristia durante a semana, normalmente opto pela pequena, que com pouco mais de 30 fiéis fica cheia, acolhedora e bonita Igreja de Nossa Senhora da Oliveira (13h10m). Para quem não a conhece, um belo desporto é tentar encontrá-la na rua de São Julião (PS: a solução é n.º 140).
Este ano resolvi ir à Eucaristia da festa na Basílica dos Mártires (13h20m), ou seja, troquei a baixa da Baixa pela alta da Baixa! Ao contrário do que acontece na Senhora da Oliveira, em que o Padre benze as velas acesas no início da celebração, nos Mártires elas são benzidas apagadas no fim, sendo os fiéis convidados depois a irem buscar a sua vela. Imbuído da calma própria do local, lá fui buscar a minha vela... mas como já não havia (e nem é preciso explicar a causa!), vim embora, e se por vezes nos acontece ficarmos chateados com o que não conseguimos "apanhar" da vida, desta vez isso não me aconteceu, pelo que todo contente da vida decidi vir embora (com a moeda na mão!). O que eu não estava à espera, e é incrível as vezes que Deus nos faz isso, é que me aparecesse um Anjo à frente, que desta fez se chamou Teresa, e que me ofereceu, apesar da minha ténue oposição, a sua vela. E assim, este insignificante episódio, termina com o meu regresso ao trabalho (é sempre a descer, até junto ao rio...), a meditar na beleza e na irracionalidade de alguma religiosidade popular, nos Anjos e... como afinal tinha uma moeda na mão, ainda "ganhei" um calendário da Basílica dos Mártires e da Igreja do Santíssimo Sacramento (esta parte da frase não vou explicar!!!), onde curiosamente passei a última passagem de ano!
Que a luz de Cristo, que esta festa das velas recorda, alumie os nossos passos, quer na vida quer na morte.

27 de fevereiro de 2010

Títulos e papéis (Boletim XVII)

A décima sétima contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 92 relativa ao II Domingo da Quaresma.

Por vezes algumas palavras tocam-nos sobremaneira, foi o que me aconteceu com o artigo do Padre Duarte da Cunha publicado na “Voz da Verdade” da semana passada, intitulado “Os Cristãos na Terra Santa, e a solidariedade de todos os outros cristãos”.
Embora com muito menos sabedoria e ciência, lembrei-me de uma frase que escrevi numa crónica em Novembro, a propósito de uma peregrinação à Terra Santa:
Uma mágoa, afinal também lá peregrinei como turista, foi não ter conseguido, e se calhar não fiz tudo o que podia, fazer Eucaristia com os irmãos da Terra Santa; até posso contribuir no ofertório de 6.ª-feira Santa para eles, mas ter estado lá e não os “abraçar” é uma tristeza que guardo!

Para enquadramento, aqui copio e deixo algumas frases da primeira parte da crónica do Padre Duarte da Cunha: “(...) No dia 10 dividimo-nos em grupos de três ou quatro para participar na Missa de Domingo de uma paróquia. Fui a Nablus (antiga Siquém onde está o Poço de Jacob diante do qual o Senhor se encontrou com a Samaritana), numa viagem pela Cisjordânia de cerca de 2 horas foi possível ver a pobreza e as muitas casas abandonadas ou em construção mas com obras paradas. A paróquia de S. Justino (dedicada a este santo que fora filósofo em Roma e depois se converteu e morreu mártir mas que terá nascido ali mesmo em Nablus) é uma pequena comunidade que já foi muito maior, tendo chegado a ter duas igrejas, mas que devido à falta de paz, havendo cada vez mais cristãos a saírem de lá, ou impedidos de ali viverem, vai ficando mais pequena. Mas os que estão mostram uma vitalidade. São palestinianos de alma e coração, cristãos cujas memórias remontam ao tempo de Jesus. São aqueles que sempre estiveram naquela terra. Uma paróquia viva, com escuteiros e acólitos, com catequese, com um comunidade de irmãos de caridade que ajudam os pobres e idosos, com um pároco, ordenado há pouco mais de uma ano, cheio de entusiasmo. Foi impressionante a conversa com este sacerdote, um homem de fé e por isso de esperança, mas, com muito realismo, não esconde as suas preocupações e considera que a situação está longe de estar calma (...)”

Saboreei cada uma destas palavras, mas estarão a pensar a que título é que o título desta crónica comporta a palavra “títulos”! Ocorreu-me no início da semana passada, em que na comunicação social muito se falou da nomeação de um português, e nas glórias do mundo, para ocupar o cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu. Afinal, quanto católicos portugueses sabem ou ouviram falar que o Padre Duarte da Cunha é o Secretário-Geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE)?
Já tratei dos títulos faltam-me os papéis! Considero o meu quarto e a Igreja dois locais com muita similitude! Em ambos me sinto bem, proporcionando a felicidade de poder abstrair-me, o que é muito diferente de fugir, dos “problemas do mundo”! Onde é que nesta frase entram os papéis? Se alguém deixar caído um papel no chão do meu quarto é natural que eu o apanhe e deite fora, o que me leva a “gritar” que não consigo perceber como se deixam tantos papéis, lenços, pastilhas e outro lixo na Casa de Deus? Posso e podemos involuntariamente a qualquer momento deixar lixo no chão numa Igreja sem nos apercebermos, mas não poderemos apanhar, não digo o de toda a Igreja, mas um simples papel que esteja junto ao local onde acabámos de fazer Eucaristia?

Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
8) Se sentes necessidade de tossir, tapa a tua boca com um lenço; e se te vais assoar fá-lo com o mínimo de ruído e em momento oportuno (não quando se proclamam as leituras ou se profere a homilia ou quando se está em silêncio): prejudicas-te a ti mesmo e aos outros.
9) Não sejas indiferente ao que se passa à tua volta, alguém que se sente mal, a uma criança que corre, a um idoso que não tem onde se sentar, a alguém que perturba a assembleia: tu és membro responsável desta família.

22 de fevereiro de 2010

Ano Sacerdotal - A Santa Missa (Boletim XVI)

A décima sexta contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 91 relativa ao I Domingo da Quaresma.

Para não correr o risco de o Ano Sacerdotal passar sem o mencionar nestas crónicas, hoje quero referi-lo através de alguns apontamentos, que basicamente resultam de três cópias “soltas”.

“Não tem dúvidas em relação à fé e aos valores a respeitar. É de Santa Catarina esta afirmação: “... se me aparecesse um sacerdote e um anjo, eu faria uma reverência primeiro ao sacerdote e depois ao anjo (...). Mesmo que o sacerdote fosse um demónio encarnado, por seus pecados, não deixaria de o reverenciar pela sua grande dignidade.””
(retirado do livro “Eram como nós e melhoraram o mundo” de Maria Torres, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Novembro de 2009, página 77)
Perante uma ideia tão cristalina de Santa Catarina de Sena, a nossa segunda Doutora da Igreja, proclamada a 4 de Outubro de 1970 pelo Papa Paulo VI, poucos dias depois de Santa Teresa de Jesus, não ouso acrescentar mais nada a esta frase da nossa irmã do século XIV que nem escrever sabia, razão pela qual as suas cartas foram ditadas, mas a quem o Senhor concedeu o dom da escrita, para escrever belos poemas místicos e compor música!

“– Havia aqui na paróquia um homem que morreu há poucos anos. Pela manhã, entrando na igreja para rezar as suas orações antes de ir para o campo, deixou os utensílios à porta e esqueceu-se de si mesmo diante de Deus. Um vizinho que trabalhava no mesmo lugar e que costumava vê-lo, estranhou a sua ausência. Voltando, resolveu entrar na igreja, julgando talvez encontrá-lo ali. De facto, encontrou-o. “Que fazes aqui tanto tempo?” perguntou-lhe. Ao que ele respondeu: “Olho para Deus e Deus olha para mim”.
A esta singela narração que gostava de repetir e que o fazia chorar cada vez, o Cura d’Ars acrescentava: “Ele olhava para Deus e Deus olhava para ele. Tudo consiste nisso, meus filhos”.”
(retirado do livro “O Cura d’Ars” de Francis Trochu, Edições Theologica, Braga 1987, página 215)
Como é que o São João Maria Baptista Vianney pode ser o Padroeiro oficial dos párocos? Esta pergunta conduziu-me a este livro e, apesar de ter “estagnado” há algum tempo à volta da página 400, e ainda me faltar um terço, a sua leitura tem sido reveladora, pelo que a recomendo vivamente. É-me difícil transpor para hoje o contexto e as convulsões do século XIX, mas o seu exemplo, humildade e amor ajudaram-me a descobrir uma resposta. Este episódio é tão só o que me surgiu ao abrir ao aleatoriamente o livro, muitos outros podia referir, mas perante tanta simplicidade e o enorme dom de chorar pelos irmãos, valeria a pena ir à procura de outro?

“Chegou o momento da comunhão dos celebrantes e voltei a notar a presença de todos os sacerdotes junto ao Monsenhor. Quando ele comungava, disse a Virgem:
“Este é o momento de pedir pelo celebrante e por todos os sacerdotes que o acompanham; repete Comigo: Senhor, bendizei-os, santificai-os, ajudai-os, purificai-os, amai-os, cuidai e sustentai-os com Vosso Amor.. Lembrai de todos os sacerdotes do mundo, rezai por todas as almas consagradas...”
Queridos irmãos, esse é o momento em que devemos pedir porque eles são Igreja, como também somos nós os leigos. Muitas vezes os leigos exigimos muito dos sacerdotes, mas somos incapazes de rezar por eles, de entender que são pessoas humanas, de compreender e avaliar a solidão que muitas vezes pode rodear um sacerdote.”
(do opúsculo “A Santa Missa – Testemunho de Catalina”, Missionária leiga do Coração Misericordioso de Jesus, Apostolado da Nova Evangelização, 2004, páginas 16 e 17, que pode ser obtido em: http://grandecruzada.leiame.net/ no separador “Os livros”)
Confesso que atendendo à sua proveniência (México, Brasil) fiquei de pé atrás, pois nós os europeus julgamo-nos muito mais esclarecidos na Fé que os povos do “novo” mundo, pensando que não estamos tão sujeitos às seitas; mas de quantos textos posso dizer que me deixaram alguma coisa no pensamento? Para além de que acreditar, ou não, que Nossa Senhora falou directamente à Irmã Catalina, em nada altera o fundamento da minha fé em Cristo.

Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
6) Se chegares antes da hora, poderás beneficiar duma preparação, especialmente no canto, que te ajudará a participar mais intensamente: as coisas boas costumam ter vésperas.
7) A missa dominical é uma celebração comunitária: não participes como se fosse um mero acto de piedade individual, mas une-te aos irmãos na oração, nos gestos, nas atitudes e no canto comuns. Não é preciso que toda a assembleia ouça a tua voz, basta que a ouça o teu vizinho – és membro de uma assembleia que louva a uma voz: que bela voz!...

1 de fevereiro de 2010

1/02/1970 (Boletim XV)

A décima quinta contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 89 relativa ao V Domingo do Tempo Comum (PS: desta vez, antes do boletim ter sido divulgado!).

Penso que um dos princípios que um presumível cronista deve seguir é esforçar-se por escrever sobre assuntos que possam interessar a quem, eventualmente, irá ler as suas palavras. Não deverá escrever o que não é ou o que não sente, mas também deverá ter algum cuidado com os aspectos pessoais, que poderão não interessar às outras pessoas.
Acontece um pouco isso com esta data: 1 de Fevereiro de 1970. Foi há 40 anos e não vos dirá muito, alguns de vós ainda nem eram nascidos! Eu ainda nem 3 meses tinha e humanamente, como é natural, nada me recordo deste dia, que é a data do meu Baptismo. Nesse dia foram os meus Pais e Padrinhos que, por mim, assumiram o compromisso de viver em coerência com o dizer-me Cristão. Espero ter a lucidez e a alegria de conseguir prosseguir a minha caminhada dizendo, não um eu fui Baptizado em, mas sim um eu sou Baptizado desde 1/02/1970, acho que isso faz toda a diferença.
No dia seguinte, 2 de Fevereiro, festejamos um importante e profético momento da vida de Jesus, a Apresentação do Senhor (Festa). Tal como acontece com o Benedictus (o Cântico de Zacarias) e o Magnificat (o cântico de Maria), o Nunc dimittis (o Cântico de Simeão) pode acompanhar-nos todos os dias da nossa vida, pois este Cântico Evangélico faz parte da Oração de Completas (Cristo, luz das nações e glória de Israel).
Algumas palavras do Missal Popular, a propósito da Apresentação, que é a Epifania do quadragésimo dia após o Natal:
“Quarenta dias após o nascimento de Jesus, em obediência à lei de Moisés (Ex. 13, 11-13), Maria leva o Menino ao templo, a fim de ser oferecido ao Senhor. Toda a oferta implica renúncia. Por isso, a Apresentação do Senhor não é um mistério gozoso, mas doloroso. Começa, nesse dia, o mistério de sofrimento, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário, quando Jesus, que não foi «poupado» pelo Pai, oferecer o Seu sangue como sinal da nova e eterna Aliança. Ao oferecer Jesus, Maria oferece-Se também com Ele. Durante toda a vida de Jesus, estará sempre ao lado do Filho, dando a Sua colaboração para a obra da Redenção.
O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico, quando ao celebramos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Antes da Missa, está prevista no Missal a procissão das velas, acesas em honra de Cristo que vem como luz das nações, e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.”

Mas dois episódios recentes da minha vida de encontro com Deus, através dos meus irmãos:
O primeiro de colocar nas mãos do Senhor todas as minhas acções, quer as mais nobres, quer as mais tristes, pois é o que tenho de mais valioso para Lhe oferecer em cada ofertório Eucarístico. Há uma semana o desalento por uma sessão de catequese que correu não muito bem, e o seu tema era a Paz! Uma semana depois a enorme alegria, embora os meus méritos tenham sido mínimos, pela magnífica (longa) leitura que o jovem João Pedro fez do Cântico do amor, senti-me tocado e agradecido.
O segundo advém de um resumo de uma notícia do «Semanário Sol», que li na edição do «Destak» de 29 de Janeiro, intitulada “Crise de vocações esvazia conventos” (número de freiras baixou consideravelmente), no qual é referido que entre 2002 e 2008 houve uma redução de 2.500 freiras e que, segundo dados da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, em 2008, havia 5.417 irmãs, distribuídas por 652 comunidades, enquanto que em 2002 existiam 7.995 freiras, integradas em 795 conventos.
Quando cheguei a casa, para alguns será apenas coincidência, tinha à espera uma carta da Irmã Susana Maria, do Carmelo de Santa Teresa de Coimbra. Nunca vi a Irmã a Susana, mas há cerca de dois anos e meio as palavras apaixonadas de uma colega de trabalho, sobre a sua sobrinha que, contra todas as expectativas do mundo, apesar da sua formação superior de enfermeira, da carreira profissional, beleza e juventude, resolve “abandonar” tudo e ingressar num convento de clausura... e rezar por todos nós. No Natal seguinte, um porque não enviar-lhe um postal de Natal? Esta é a segunda carta que recebo dela, como é natural as suas palavras são valiosas de mais para poder partilhá-las neste espaço, mas podes ter a certeza que, tendo iniciado o último ano antes da Consagração Solene (perpétua), procurarei responder à pergunta que me lanças: “Reze por mim, sim?”

Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
4) Ocupa um lugar livre, começando pela frente: uma comunidade reunida que se coloca à distância não parece uma assembleia unida na fé e no amor ao Senhor.
5) Concentra-te um pouco e repara no ambiente que foi especialmente preparado para aquela celebração: antegoza a maravilha dessa reunião da família de Deus (como é bom e agradável reunirem-se os irmãos...)

30 de janeiro de 2010

Liturgia das Horas - Não se consegue amar o que não se conhece! (Boletim XIV)

A décima quarta contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 88 relativa ao IV Domingo do Tempo Comum.

Tenho a ideia que para a maioria dos católicos a Liturgia das Horas é sinónimo de algo antiquado. Afinal, no nosso mundo citadino, cheio de solicitações e barulho, há muito que deixámos de ouvir as badaladas dos sinos das Igrejas que, quanto mais não fosse, nos “obrigariam”, mesmo que por breves momentos, a escutar e a parar.
Recordo um pequeníssimo episódio a que assisti no aeroporto de Barajas (Madrid). Foi no decorrer de uma escala de um voo para a Terra Santa, ao fim da noite, logo o aeroporto apresentava-se calmo e só os restaurantes ainda se encontravam abertos. Apesar desta “calma”, muitos passageiros circulavam ainda pelos corredores. No meio deste cenário avisto um muçulmano, virado para Meca, reparando que o natural barulho ambiente não o perturbava, nem os olhares de quem passava. No chão um jornal aberto servia de tapete, e fazia as Orações que sua religião lhe determina, afinal agradecer a Deus nunca é um tempo perdido. Será que eu não aprendi nada com este pequeno instantâneo de Fé?
Confesso que até há pouco tempo nem sabia como se rezava a Liturgia das Horas. É algo que nunca ninguém me ensinou e é algo que eu ainda não sei como, e se, tentarei passar para os adolescentes da catequese. Comecei a aprender o seu significado e riqueza, e já agora o seu “funcionamento”, no decorrer da Formação de Animadores do Departamento da Juventude do Patriarcado de Lisboa, através dos três encontros anuais que frequentei ao longo de três anos. As Laudes, as Vésperas e, se não estou em erro, as Completas, fizeram sempre parte daqueles períodos entre sexta-feira à noite e Domingo à tarde, com especial sabor no comprido e “exclusivo” sábado, em que beneficiávamos de uma relativa ausência do mundo! Para quem está a começar, as regras das Orações da Horas são difíceis de compreender e, se não tivermos ninguém que nos as explique, parece que nunca chegaremos a compreendê-las ou pelo menos a saber em que página devemos abrir o livro.
Depois de obtido o gosto de as rezar nos encontros de formação de animadores, bem como no Tríduo Pascal, ou na Sé de Lisboa depois das catequeses quaresmais do Patriarca, aqui musicadas, já só faltava o começo, que quase sempre é o mais difícil. Para mim, este aconteceu realmente no decorrer das últimas férias; umas férias que exteriormente poderão ser consideradas vazias de atractivos, afinal praticamente não saí de Rio de Mouro! Mas que me permitiram assistir (fazer) a quase todas as Eucaristia das 9h30m, nas quais se rezam os 3 salmos das Laudes e o Benedictus. Este, sem descurar o antecedente referido, foi o momento em que resolvi abrir as assas!
Se calhar, na minha Oração individual, embora em comunhão com toda a Igreja, não respeitarei todas as regras litúrgicas desta Oração comunitária! Se calhar, nas Laudes das 7h da manhã ainda não estou totalmente acordado! Se calhar, em muitos dias rezo as Vésperas e as Completas seguidas apenas ao fim do dia! Se calhar, muitas vezes, rezo-as muito rapidamente! Se calhar, como aconteceu no último Domingo, não é muito próprio rezar as Laudes às 14h e as Vésperas às 22h! Se calhar...
Gosto de sentir o ritmo das quatro semanas, “tocar” as Solenidades e os dias festivos ou as memórias. Poder dizer Aleluia fora do Tempo Pascal!
Não sei se alguma vez tornarei regular o Invitatório, o Ofício de Leitura (nas épocas próprias) ou as Horas Intermédias (Tércia, Sexta e Noa), mas, apesar de a riqueza estar no conjunto, aprecio sobremaneira as palavras dos Hinos iniciais, em especial os poucos que aprendi a cantar, como os Hinos das Completas de Domingo depois das Vésperas II e de quinta-feira, este graças às Orações comunitárias com cânticos de Taizé. Há muito pouco tempo descobri o autor do “Luz terna, suave, no meio da noite \ Leva-me mais longe...” (Cardeal John Henry Newman), e cheguei à conclusão que só quem amou muito poderá ter escrito palavras tão belas.
Muitas coisas poderia ainda escrever sobre a (minha) Liturgia das Horas, mas opto por apresentar algumas palavras de encorajamento que recebi logo no início deste meu curto percurso de 6 meses:
“Gostei de saber que começas a rezar o Ofício Divino, é bom.
Nos Salmos vamos encontrar tudo o que desejamos dizer ao Nosso Deus. Oração de súplica, Acção de Graças, de Louvor, etc... Na Oração feita por meio do «Saltério das horas», rezamos todos juntos no mesmo dia os mesmos Salmos, o que é uma riqueza, e seguimos o ritmo da Igreja Universal.
Pois bem, se num dia não podes rezar os três reza só um. O importante não é a quantidade, mas a qualidade.
Eu gosto de rezar os Salmos saboreando-os, muito devagar. Parar quando alguma frase me diz alguma coisa, ou me chamou a atenção, então paro aí por alguns segundos e repito várias vezes essa frase...”

Para terminar, deixo mais duas “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
2) O dia do senhor é um dia festivo: isso deve manifestar-se, também, no modo como te vestes (quando és convidado para uma festa, não minimizas a tua “toilette”). Em todo o caso, não te equivoques: não vais para a praia ou praticar desporto...
3) Sê pontual: se chegas quando a celebração já começou, vais, de algum modo, perturbar ou distrair os outros, além de que o Senhor que te convida é a pessoa mais importante e amorosa que jamais existiu.

17 de janeiro de 2010

Jornais - "Voz da Verdade" e "O Gaiato" (Boletim XIII)

A décima terceira contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 86 relativa ao II Domingo do Tempo Comum.

Há cerca de um ano o Padre Edgar Clara terminava com estas palavras o seu editorial no jornal “Voz de Verdade” (edição n.º 3.876, ano LXXVI, de 21 de Dezembro de 2008):
“Em quarto lugar, está a aposta clara que as paróquias devem fazer na comunicação. Estando na era da comunicação, não apostar nos novos meios de comunicação é um erro claro. Estamos a criar um “produto” que poderá interessar a todos. Haverá muitos que não podem ser voluntários? Sim... Mas por que não participar na campanha de Natal e oferecer a um amigo uma assinatura do jornal? Por que não fazer-se benemérito? São muitas as formas de se voluntariar. Teremos de trabalhar muito para que o nosso jornal possa ser mais conhecido dos cristãos. A paróquia de Nossa Senhora do Amparo em Benfica distribui todas as semanas 350 exemplares... por que não alastrar este entusiasmo a todas as paróquias?”
Na altura pensei em dar uma cópia do editorial ao Padre Carlos, mas pouco depois foi com surpresa e alegria que constatei que a nossa paróquia decidiu distribuir o jornal durante o último ano. Conforme afirmou o Padre Carlos no final da celebração Eucarística da Festa do Baptismo do Senhor, acho que não ficaria mesmo nada mal que, todos os que tivessem essa possibilidade (são 20 euros anuais), naturalmente desde que habitualmente leiam o seu conteúdo, se tornassem assinantes da “Voz da Verdade”.
Confesso que, apesar de na altura ter menos textos, preferia o formato anterior a 2009, uma revista também de 16 páginas. Mas tenho lido com muito agrado as entrevistas e histórias de vida missionária que o Padre Tony Neves nos tem apresentando, algumas das quais nos permitiram conhecer melhor os participantes da nossa semana missionaria de Novembro de 2008. Para além de algumas entrevistas, quero destacar a coluna da Aura Miguel (A uma janela de Roma) e os artigos de opinião no final do jornal.

O outro jornal que quero referir é “O Famoso”, nome por que é conhecido “O Gaiato”. Sou assinante desde um espectáculo dos Gaiatos de Lisboa (Tojal) a que assisti em 1998 no nosso auditório, e tenho apreendido muitas coisas com a sua leitura quinzenal, nomeadamente o sentido da humildade. Tenho uma predilecção especial pelas crónicas do Padre Telmo, a partir da Casa do Gaiato de Malanje, e pelas histórias do Calvário. A última edição, datada de 2 de Janeiro de 2010 (n.º 1.717, ano LXVI), traz o estatuto editorial e algumas palavras sobre a campanha de assinaturas:
“De dentro da família e para além dela, nós queremos Leitores verdadeiramente novos, em idade e em capacidade de interesse que, em exercício de pura liberdade, assumam o compromisso do preço essencial da assinatura do Jornal: lê-lo. De resto, bem desejámos guardar fidelidade à ordem de Pai Américo: «Não sejam solícitos em pôr a preço os jornais ou edições que saem dos nossos prelos. É melhor deixar tudo à generosidade espontânea de cada um.»
Assim vivemos largas dezenas de anos desde 5 de Março de 1944, data do nascimento d’O GAIATO, respondendo a quem nos perguntava qual o custo do Jornal: – Não tem preço. Agora não. Nas «amplas liberdades» que nos são oferecidas, não temos nós licença de oferecer uma assinatura, nem sequer permutar o nosso Jornal com outro. A fiscalização não deixa; e ameaça: «São oito euros e meio por ano... e quer-se tudo em dia». Uma tristeza de Estado só acompanhada pelas constantes alegrias do Povo!”
Para quem queira tornar-se assinante, e posso assegurar-vos que crescerão com a sua leitura, que geograficamente até compreende as Casas do Gaiato de Angola (Malanje e Benguela) e Moçambique (Maputo), é só enviar o pagamento da assinatura acompanhado do nome, morada e número de contribuinte para: Casa do Gaiato do Porto, Mosteiro, 4560 – 373 Paço de Sousa.

Para terminar, deixo a primeira das “Sugestões para participar melhor na Missa”, retiradas de um artigo (S.D.L.) do jornal paroquial “Ecos” (n.º 147 de 16 de Maio de 2004):
1) Ao ires de casa para a igreja, “prepara o teu coração”: vais celebrar a fé e encontrar-te com o Senhor e com os irmãos.

14 de janeiro de 2010

Luz terna, suave... (Cardeal Newman)

Luz terna, suave, no meio da noite,
Leva-me mais longe...

Foi com uma enorme surpresa e alegria que, na Escola de Leigos na Paróquia da Amadora, ao receber a Oração final escolhida pela Filomena Andrade, que tem acompanhado o período da História da Igreja que abordamos em cada sessão, constatei que este belíssimo hino, das completas de 5.ª-feira, foi escrito, melhor foi Rezado pelo Cardeal Henry Newman. Confesso que tenho muita dificuldade em ler esta Oração, afinal para mim ela, como qualquer hino, é muito mais bonita se for cantada, e como as Orações mensais de Completas com cânticos de Taizé na Paróquia de Rio de Mouro têm sido sempre às quintas-feiras, já sei a sua música de cor, apesar de eu não ser um grande cantor, bem vistas as coisas, nem pequeno!!!!

Fiquei contente por saber o autor, em co-autoria com a iluminação do Espírito Santo, deste hino que, conjuntamente com o hino das Completas depois das Vésperas II dos Domingos e Solenidades (Se me envolve a noite escura...), para mim são os mais belos da Liturgia das Horas.

Para enquadramento, aqui deixo as palavras que a Mena escolheu para "situar" o Cardeal Henry Newman (1801-1890): "Padre Anglicano que se propunha renovar uma igreja entorpecida na submissão ao poder (1833). O estudo dos Padres da Igreja levam-no a interrogar-se sobre os fundamentos do anglicanismo e, no fim da sua reflexão, torna-se católico (1845)."

E, também sugerido pela Mena há uns meses, a ligação para o discurso do Cardeal Joseph Ratzinger no centenário da morte do Cardeal John Henry Newman (28 de Abril de 1990):

7 de janeiro de 2010

Passagem de ano, Oração e Reparação (Boletim XII)

A décima segunda contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 85 relativa à Festa do Baptismo do Senhor.

As últimas horas do ano de 2009 reservaram-me a felicidade de colaborar com a equipa da distribuição de frutas e legumes das quintas-feiras do Grupo de Acolhimento e Partilha (GAP), e afins, que neste dia abrangeu também iogurtes, pão, bolos, ovos e produtos congelados. É sempre com alegria que estou junto de pessoas que se oferecem a si mesmas; não será isso o Natal? Alegrei-me por ver que as noites de consoada ou de passagem de ano não são o motivo suficiente para dizer-se que hoje não me dá jeito, são estas pessoas que dizem sempre presente que irradiam Luz!

A segunda nota é relativa ao que comummente se designa por passagem de ano, que no caso se deu numa “Vigília de Oração e Reparação”, que decorreu na Igreja do Santíssimo Sacramento (que fica na Calçada do Sacramento, em pleno Chiado, entre o Largo do Carmo e a Rua Garrett) entre as 21 horas de 31 de Dezembro e as 7 horas de 1 de Janeiro, com Missa de Acção de Graças a iniciar-se às 23 horas e 30 minutos.
A primeira surpresa da noite foi, ao entrar na Igreja do Santíssimo Sacramento, por volta das 22 horas, no decorrer do primeiro Terço da Noite, constatar que a Igreja estava cheia! Até ao início da Eucaristia foram entrando mais irmãos, bem como alguns curiosos que, em pleno Chiado, ao deslocaram-se para os seus locais de passagem de ano, sobretudo jovens, foram chamados pela luz que irradiava da Igreja e, apesar de não compreenderem como naquela noite alguém podia estar em Oração, apesar de naturalmente seguirem os seus caminhos, alguma interpelação deve ter sido suscitada nos seus espíritos?
Apesar da Igreja do SS.mo Sacramento não das maiores da Baixa, foi com alegria que constatei que se foi enchendo, com algumas famílias, felizes os filhos que os pais conduzem tão bem, pelo que muita gente acabou por ter que celebrá-la de pé. Lembrei-me da passagem de ano para 2005, no decorrer do 27.º Encontro Europeu de Jovens de Taizé em Lisboa, em que o momento da entrada do novo ano ocorreu em plena Oração de Taizé, pelo que foi o barulho do mundo que nos saudou em plena Oração e canto! Desta vez o momento coincidiu com a Homilia, pelo que o “barulho” do mundo nos apanhou em plena Homilia, mas não acontecerá isso ao longo de todas as Eucaristias do ano?
A Providência, através de mistérios insondáveis, afinal a irmã que mo pediu nunca me tinha visto, concedeu-me a Graça de colocar-me a ler a Oração do Fiéis, pelo que sei as primeiras palavras que disse em 2010, ou seja, o Credo, em conjunto com os meus irmãos da Igreja do SS.mo Sacramento, e, em comunhão com toda a Igreja, as Orações da Epifania do Senhor deste ano C:
– Pela Igreja e por todos os seus filhos, para que sejam luz que ilumina, ao proclamarem as glórias do Senhor, oremos, irmãos (...).
No fim da Eucaristia pude viver uma tradição que desconhecia em absoluto, o Santo Protector. Esta consiste na distribuição pelo Sacerdote, no final das Eucaristias do primeiro dia do ano e nas do Domingo seguinte, de uma pagela feita a partir de algumas das belas imagens das igrejas de Lisboa. Assim, o meu Santo Protector de 2010 é Santo António, no caso com a imagem da própria Igreja do SS.mo Sacramento:
Glorioso Santo António, humildemente vos peço que me alcanceis de Nosso Senhor e de Sua Mãe Maria Santíssima, uma resolução firme de seguir os vossos exemplos e de imitar as vossas acções. Também vos rogo o remédio para as minhas necessidades espirituais e materiais. Por vossa poderosa intercessão, espero obter de Deus (indicar a graça). Peço-vos, por fim, que me ampareis na hora da morte: livre a minha alma das prisões desta vida mortal, possa lograr para sempre a perfeita liberdade dos filhos de Deus e contemplá-lO, em vossa companhia, por toda a eternidade. Ámen.
Santo António, intercedei pelos jovens que Jesus chama ao sacerdócio, para que O sigam com alegria!

A noite prosseguiu calmamente, com uma agradável paragem para chá e bolos, por volta das 2 horas, por vezes com o sentir da chuva a cair na rua, e sentir-me amparado por Ele, quando ao passar pelas ruínas do Convento do Carmo, uma horas antes, tinha olhado para uma soberba irmã Lua. A noite contemplou mais dois Terços, completando o Rosário, e Orações comunitárias, e momentos, no meio de algum dormitar, de Oração individual.
Outra surpresa da noite, sendo que o grupo é constituído quase exclusivamente por pessoas idosas, foi perceber que estas Orações decorrem na Igreja do SS.mo Sacramento há 14 anos!!! Não sei se repetirei a experiência, mas aqui deixo o calendário para 2010 das Vigílias de Oração e Reparação, com início às 19h45 com exposição do Santíssimo até às 7h do dia seguinte (Missa às 22h30):
23 de Janeiro de 2010;
13 de Fevereiro de 2010;
20 de Março de 2010;
17 de Abril de 2010;
15 de Maio de 2010;
19 de Junho de 2010;
17 de Julho de 2010;
14 de Agosto de 2010;
18 de Setembro de 2010;
16 de Outubro de 2010;
20 de Novembro de 2010 (Cristo Rei) e
31 de Dezembro de 2010 (Missa às 23h30).

E para terminar, as palavras de David Vieira, retiradas da revista “a folha dos valentes” n.º 352, de Junho de 2006, propriedade da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), fazendo parte do artigo “Cinco defeitos de Jesus”, que apresentei nas crónicas anteriores:

Ao ler um testemunho do bispo vietnamita Nguen van Thuan, imaginei uma lista dos cinco defeitos de Jesus, segundo a nossa maneira limitada ou simplesmente humana de pensar.
1.º – Jesus não tinha boa memória.
2.º – Jesus não percebia nada de matemática.
3.º – Jesus não estudou lógica.
4.º – Jesus foi um aventureiro.
5.º – Jesus não entendia nada de finanças nem de economia.

Estes defeitos poderiam ter feito de Jesus um fracassado. Porque é que Ele assumiu estes cinco defeitos? Porque é Amor. O Amor autêntico não raciona, não mede, não levanta barreiras, não calcula, não recorda ofensas e não impõe condições. São defeitos incorrigíveis. Só quem ama é capaz de os compreender

Proposta de reflexão:
1. Quais são os teus cinco defeitos predominantes?
2. E quais são as tuas cinco principais virtudes ou qualidades?
3. Há, nas tuas listas, alguma coincidência com os defeitos ou virtudes de Jesus?