O livro até já tinha merecido meia entrada em 1 de Novembro (antes da paragem), sendo que já o li há algum tempo, mas gostei bastante de conhecer mais algumas facetas de Dom Hélder Câmara, mesmo que tenha sido aprender a sua importância através do silêncio público de discursos conciliares e, de facto, é bem difícil fazer silêncio!
O livro é da autoria de José de Broucker e chama-se "As noites de um profeta - Dom Hélder Câmara no Vaticano II (leitura das circulares conciliares de Dom Hélder Câmara (1962-1965)", sendo uma edição brasileira de 2009 da Paulus (a edição original francesa é de 2005), e não foi fácil encontrar um simples livro do grande Dom Hélder, que me foi "apresentado" pelo Abbé Pierre no seu belo livro, ou melhor, testemunho, "Memórias de um crente""
Apenas alguns pequenos extractos que, 50 anos depois, continuam actuais:
"Durante o Concílio, Dom Hélder nunca deixou de pensar que era dever dele viver aquilo que ele tivesse votado. Particularmente - mas não somente - como bispo de uma Igreja "servidora e pobre".
Ele invoca, então, como testemunha, seu querido Francisco de Assis: "Não é fácil, Francisco, passar belas teorias para a realidade corajosa e dura. Eu me aflijo por estar ligado a um império...""
"Hoje e amanhã, vigílias mais longas, missas, se possível, melhor vividas, estado de oração. Não se surpreendam: como o clima está para a aventura, eu tenho intenção de ir ver, às 16 horas, o Circo Orfeu... Eu necessito de uma imersão no mundo das crianças: elas acreditam no impossível. (Roma, 6-7 de Novembro de 1965.)"
"Ontem, eu tive o melhor de meus reencontros com os pobres de Roma. Quando eu os interpelo, eles me dão sempre conselhos em nome de Deus...Eu lhes pergunto como se chamam (eu sei que eles carregam o nome de Jesus Cristo). Pergunto-lhes como vão... E acrescento: agora, diga-me qualquer coisa da parte de Deus... (Roma, 16-17 de Outubro de 1965.)"
Basta, às vezes, perguntar como ele se chama, como vai, como suporta ele o frio, onde ele mora...Qualquer coisa de mais rico do que uma esmola, mais quente do que uma palavra convencional. Basta, às vezes, um olhar de amizade... (Roma, 11-12 de Novembro de 1965.)"
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