Um filme dos que mais aprecio, para pensar e aprender alguma coisa, para crescer! Apesar do cinema até ter pipocas, e outras alternativas mais comerciais, a escolha foi "O Moinho e a Cruz" do polaco Lech Majewski, uma co-produção polaco-sueca (2011), com Rutger Hauer a protagonista e com, os conhecidos, Michael York e Charlotte Rampling.
PS: como campeonato da Europa de futebol (sénior) terminou há pouco tempo, tenho que procurar um filme... ucraniano!
Não sendo dos pintores mais fáceis, Pieter Bruegel, o Velho, e sendo a "A Torre de Babel" (1563) mais conhecido, ou pelo menos de que me lembrava, e faz também alguma confusão ver quadros da "Sagrada Família" na neve, mas a temática interessou-me.
A sinopse do folheto refere: "Em 1564, Peter Bruegel (1525-1569) pintou "A Procissão e o Calvário", uma representação a óleo em tela com mais de 500 personagens, sob o tema da crucificação de Jesus e as perseguições religiosas em Flandres. Em 1996, mais de 400 anos depois, esse quadro deu origem à monografia "The Mill and the Cross", uma análise exaustiva à obra de Bruegel pelo reconhecido crítico de arte Michael Francis Gibson. Em 2011, o cineasta polaco Lech Majewski, inspirado por ambas as obras e utilizando cenários pintados conjuntamente com as mais recentes técnicas digitais, transporta para o grande ecrã a história de 12 daqueles personagens, num ambiente estilizado como se de um quadro a óleo se tratasse."
Gostei de ver, apesar de causar estranheza, ver Jesus passar por uma Catedral antes de ser crucificado, ou a explicação para a condenação poder estar em Ele ter vindo anunciar a Reforma! Possivelmente os espanhóis não verão o filme com tanta "despreocupação", afinal, espinhos da "história", eles (Habsburgos) eram os ocupantes da Flandres, para mais em época de perseguições religiosas! (PS: para mais de túnicas vermelhas, mas não vou falar mais de futebol, embora me ocorre-se na altura, se calhar completamente a despropósito, a final do mundial da África-do-Sul!)
Um dos filmes que me obrigou a ver até ao fim a ficha técnica, não que os nomes polacos me sejam familiares, mas queria saber em que museu se encontra o quadro e... não consegui! Tive de recorrer ao livro da Taschen (muito boa colecção do Público, apesar de ser mais de consulta do que de leitura propriamente dita), "Bruegel" da Rose-Marie e Rainer Hagen (2004) indica-me que está em Viena no Kunsthistorisches Museum Wien, tal como "A Torre de Babel", cuja sala vemos no final do filme. Por acaso no livro o quadro tem o titulo de "O Transporte da Cruz".
O filme também me ajudou a perceber que um quadro "vive", afinal a sua interpretação e leitura vai evoluindo ao longo do tempo, pois neste livro refere-se "um rochedo encimado por um moinho cujo significado é desconhecido", que pelos vistos o académico Michael Francis Gibson interpretou como o dono dele ser Deus.
Nunca tinha imaginado um Simão de Sirene tão envolto numa multidão, pois vemos Jesus sucumbir sob o peso da Cruz envolto numa multidão, afinal estamos perante cerca de 500 personagens num quadro de 124 x 170 cm, mas tirando Maria e as mulheres, com o apóstolo João, em primeiro plano, a maioria não parece compreender o significado da crucificação iminente... tal como ainda hoje acontece!
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