29 de dezembro de 2009

A Oitava do Natal (Boletim XI)

A décima primeira contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 84 relativa à Solenidade do Natal do Senhor.

O Advento quase a passar, o Natal à porta e eu ainda não lhes fiz quaisquer referências neste Boletim paroquial! Para não estar sempre atrasado, vou “antecipar-me” e referir um período do calendário litúrgico que me é particularmente caro... a Oitava do Natal.
Desde logo convirá saber de que estamos a falar, e neste aspecto o melhor é recorrer a quem sabe, pelo que apresento a entrada “Oitava” da Enciclopédia Católica Popular (D. Manuel Franco Falcão), com uma ligação (link) no site da Agência Ecclesia (Agência de Notícias da Igreja Católica em Portugal), e que pode ser consultada a partir do site http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/:
“Em liturgia é o prolongamento por 8 dias da celebração duma festa importante, ou então o 8.º dia dessa celebração. Tal costume, com raízes na liturgia judaica, esteve muito em voga durante a Idade Média. A reforma de S. Pio V reduziu o seu número, e o Concílio Vaticano II só manteve as do Natal e da Páscoa.”
Procuro assistir, melhor fazer Eucaristia nos dias em que recordamos algum Santo que me diga particularmente alguma coisa, bem como nos dias que o pequeno “Calendário Litúrgico” da Editora Paulus assinale a vermelho, e na Oitava do Natal isso acontece todos os dias, tal como nas Festas da Igreja, para além, dos Domingos e das Solenidades.
Considero este período particularmente belo e rico, fazendo-me um lembrar um pouco o Tríduo Pascal, em que as celebrações têm uma beleza e sentido particulares. A Oitava do Natal inicia-se na Solenidade do Natal do Senhor e prossegue no sábado com a Festa de Santo Estêvão, diácono, Primeiro Mártir. Este ano, por ser Domingo, não celebraremos a Festa de São João, Apóstolo e Evangelista (27 de Dezembro), atendendo a que o primeiro Domingo depois do Natal está “reservado” para a Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José. Na segunda-feira celebramos a Festa dos Santos Inocentes, Mártires, pois, após ter recebido os Magos do Oriente, e vendo-se ludibriado por eles terem regressado às suas terras por outro caminho, Herodes mandou matar todos os meninos de Belém. Dia 29 de Dezembro lembramos São Tomás Becket, bispo e mártir, que antes havia sido nomeado cancheler do reino por Henrique II, rei de Inglaterra, mais um exemplo de que ter altos cargos não é impeditivo de aspirar à santidade (“O medo da morte não deve fazer-nos perder de vista a justiça”). Para terminar, em beleza, ainda temos a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.

Deixo ainda da nota para a “Vigília da Paz”, que decorrerá na Igreja do Santíssimo Sacramento (em pleno Chiado) entre as 20 horas de 31 de Dezembro e as 8 horas de 1 de Janeiro, com Missa de Acção de Graças a iniciar-se às 23 horas e 30 minutos.
Sobre a mesma actividade, algumas palavras do último “Ao Largo” “Boletim Mensal das Paróquias da Baixa-Chiado: “Já tem alguns anos esta proposta de Passagem de Ano diferente... O grupo que promove mensalmente, na igreja do Sacramento, a Vigília de Oração e Reparação, fá-la do dia 31 para o dia 1. Começa no dia 31 às 21 horas e termina no dia 1 às 7 horas da manhã. Quem não puder estar a noite inteira, pode ao menos participar na Missa de Acção de Graças, às 23 horas e 30 minutos, à meia-noite estaremos na Consagração!”

Continuando com as palavras de David Vieira, retiradas da revista “a folha dos valentes” n.º 352, de Junho de 2006, propriedade da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), fazendo parte do artigo “Cinco defeitos de Jesus”:
5.º – Jesus não entendia nada de finanças nem de economia.
Quis que fosse pago o mesmo salário a quem trabalhou horas diferentes na vinha. Isto levaria à bancarrota qualquer empresa. Também não sabia a diferença entre as avultadas quantias de dinheiro e uma simples moeda da pobre viúva. Se Jesus fosse entendido em economia teria entregado a bolsa do dinheiro a Judas Iscariotes?
(o epílogo deste artigo, se Deus quiser, apresentá-lo-ei na próxima crónica)

Avatar e Um conto de Natal

Dois filmes vistos em boa companhia.
Porque é que o homem aspira sempre a fazer ou ter algo que seja mais caro ou maior que o do vizinho? Ainda estou para perceber porque é que o Avatar é o filme mais caro de sempre (até um brevemente maior...), o que é certo é que a publicidade apela e chama! Confesso que só não vi o Avatar sem os óculos 3D porque as legendas ficavam tremidas!!!
"Um conto de Natal" (DVD) é de outro campeonato, ou não tivesse como inspiração Charles Dickens.

25 de dezembro de 2009

Natal do Senhor (Solenidade)

Hoje nasceu o nosso salvador,
Jesus Cristo, Senhor.

A beleza e a riqueza desta pequena oração das Laudes da Solenidade do Natal do Senhor:
Concedei, Deus todo-poderoso, que, inundados pela nova luz do Verbo Encarnado, resplandeça em nossas obras o que pela fé brilha em nossos corações.

20 de dezembro de 2009

O Alex e o Nilton Martins (Boletim X)

A décima contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 83 relativa ao IV Domingo do Advento.

Quem são o Alex e o Nilton Martins? Dois jovens da nossa Paróquia, felizmente como existem alguns outros dir-me-ão, é bem verdade. Tive a oportunidade de contactar com eles desde Dezembro de 2005, quando me iniciei nesta vivência de fazer catequese, e desde aí tenho visto dois jovens comprometidos que, sempre que podem, dizem SIM; conforme agora outras pessoas, até muito melhor que eu, poderão comprovar.
Já estarão a pensar que um formador, penso que é a isso que um catequista aspira, partindo da sua vivência de Fé, nunca deverá fazer este tipo de apreciações, afinal o Pai do Céu não faz acepção de pessoas! Mas podendo agradecer a Deus e aos próprios a sua amizade, que é algo em que até tenho alguma dificuldade, não queria deixar de assinalá-lo. Tenho, não queria escrever temos, tendência para pensar que sou muito importante na formação dos jovens que Deus me coloca nas mãos, mas através do Alex e do Nilton pude “descer à terra” e perceber que o papel mais importante é o que cabe à FAMÍLIA, aliás sem esse papel, por muito bom que o catequista seja, ele está pura e simplesmente a pregar no deserto.
De qualquer forma, não vos perdoou uma coisa!!! Foi vivida no dia 25 de Novembro de 2007, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, afinal de contas, receberam a Confirmação primeiro que o vosso catequista!!!
Para terminar, mesmo que os nossos caminhos deixem de se cruzar, um, melhor, dois desejos de felicidades e que continuem a transmitir a alegria de viver, a alegria de se ter, quase, 19 anos. Parabéns...

Continuando com as palavras de David Vieira, retiradas da revista “a folha dos valentes” n.º 352, de Junho de 2006, propriedade da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), fazendo parte do artigo “Cinco defeitos de Jesus”:
4.º – Jesus foi um aventureiro.
Ele dizia que as raposas tinham tocas e os pássaros os seus ninhos, mas Ele não tinha onde reclinar a cabeça. Pediu que os seus discípulos deixassem casa, pais, irmãos e que se fizessem à estrada. Mais do que um aventureiro parecia ser um vagabundo e queria que os seus amigos fossem como Ele.

5.º – Jesus não entendia nada de finanças nem de economia.
(a “explicação”, se Deus quiser, apresentá-la-ei numa próxima crónica)

Semana Missionária - Um ano depois... (Boletim IX)

A nona contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), embora este texto, datado de 23 de Novembro de 2009, ou seja, já estou algo atrasado, que foi colocado no site da Paróquia não tenha sido publicada na newsletter.

Há cerca de um ano tive a felicidade de poder fazer parte de uma grande Semana Missionária, uma semana de algumas canseiras e de muita alegria, que me permitiu ganhar novos amigos, amigos para quem a sua casa é a terra inteira! O que destacar entre 22 e 30 de Novembro de 2008? Tudo. A Eucaristia de Acolhimento, em que por “acidente” carreguei a vela verde (África) atribuída a Rio de Mouro (Nossa Senhora da Paz), olhar, ainda sem lhes conhecer os nomes, para os padres, irmãs e irmãos que Deus nos colocou no caminho. A procissão de Domingo (23 de Novembro), com início no Centro Comunitário de Alto Forte (Serra das Minas), para além de Santa Margarida, recordo com saudade o Padre Pedro Hipólito. Ao longo dos dias úteis, e nunca encontrei tanta certeza nestas palavras, daquela semana, marcaram-me os encontros à noite no auditório, quer o de apresentação das congregações dos missionários na segunda-feira, e cada vez íamos conhecendo melhor os nossos novos amigos, o que só é possível recebendo e dando amizade, a apresentação sobre São Paulo na terça, a excelente sessão sobre São Francisco Xavier do Padre João Caniço na quarta, o testemunho dos jovens missionários leigos na quinta, demonstrando que é possível sê-lo com filhos bébes ou em Moçambique ou na Póvoa de Santa Adrião. Ao longo da semana poder acompanhar o partir o e chegar, infelizmente apenas ao fim do dia, dos missionários para as missões e para as famílias. Também uma missão de rua em especial, no caso na estação de comboios, com as amigas da Legião de Maria, as Irmãs Sandra e Ascensão e o Padre e a sua guitarra. Outro momento alto foi a Vigília de Oração, cujo cansaço me recomendou que retomasse às 5 da manhã, com uma Eucaristia, muito matutina, às 8 horas de sábado, e pouco depois o encontro dos grupos da catequese da adolescência da manhã. Em dia de campanha do Banco Alimentar, perdi grande parte do filme “A Missão” à noite. A semana só podia acabar, se é que alguma vez vai verdadeiramente acabar, com um grande Domingo, com o almoço partilhado, a Festa paroquial e, a melhor forma de “acabar” qualquer actividade na Igreja... a Eucaristia de Encerramento.
Muita coisa fica por dizer, se calhar muitas não são para ser ditas, mas apenas sentidas e partilhadas. Ao longo deste ano que decorreu tenho mantido alguns contactos com os nossos amigos Missionários, como é natural, tive oportunidade de me aproximar, por diversos motivos, mais de uns do que doutros, mas o postal de Natal seguiu com o mesmo Obrigado para todos. Tive a oportunidade de conhecer melhor as histórias de alguns Missionários pelas palavras do Padre Tony Neves na “Voz da Verdade”. A irmã Adelaide Varanda levou-me numa enriquecedora visita ao Bairro 6 de Maio na Damaia, conhecendo por dentro o belo trabalho das Missionárias Dominicanas do Rosário; antes de uma Eucaristia, numa visita guiada pela Irmã Maria Emanuel, conheci a casa das Franciscanas Missionárias de Maria (ao Campo Pequeno) e, depois de ter ficado debaixo de um salvador chapéu da Irmã Ascensão Lourenço, atendendo a que choveu desalmadamente nas Ordenações de fronte da Igreja de São Paulo em Lisboa, apesar de terem sido em Junho, conheci, antes da Eucaristia na Cruz Quebrada, a casa das Missionárias do Espírito Santo.
O Dia da Comunidade (14 de Junho) também foi ocasião de reencontros, com a simpáticas Irmãs Sandra, Ignazia e Ascenção, mas sobretudo uma magnifica homilia do Padre João Monteiro na Eucaristia de encerramento.

Deixo ainda um pouco da profunda alegria pelo Sacramento da Confirmação da Filipa Ramos no Domingo passado, ela saberá porquê. Dois anos depois do que poderia ter sido, a certeza que Deus não nos apresenta um só caminho, mas vários caminhos para chegar a Ele. Como disse D. Carlos no final da celebração, Deus só tem pecadores para fazer santos... assim sendo, não podendo estar mais de acordo, só nos resta fazer a nossa parte!

Também o recomeço das Orações (quase) de Completas com cânticos de Taizé. A importância do latim... Bonum est confidere in Domino, bonum sperare in Domino. O convite da Inês para a peregrinação de confiança através da terra, rumo ao encontro ibérico de Jovens do Porto entre 13 e 16 de Fevereiro, dirigido prioritariamente aos jovens entre os 17 e os 35 anos.
“Cristo, tu queres para cada um de nós uma vida de alegria, de felicidade evangélica. E a paz do nosso coração pode tornar bela a vida aos que nos rodeiam.” Oração do irmão Roger

Continuando com as palavras de David Vieira, retiradas da revista “a folha dos valentes” n.º 352, de Junho de 2006, propriedade da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), fazendo parte do artigo “Cinco defeitos de Jesus”:
3.º – Jesus não estudou lógica.Se Ele soubesse lógica, diria: “Assim como vos amei, amai-Me a Mim.” Porém, disse: “Assim como vos amei, amai-vos uns aos outros…” Ou então: “Quem perder a sua vida, ganha-a.” Também há falta de lógica no Sermão da Montanha – feliz é o pobre, o que chora, o perseguido…

4.º – Jesus foi um aventureiro.(a “explicação”, se Deus quiser, apresentá-la-ei na próxima crónica)

19 de dezembro de 2009

Os presentes da festa de Natal do GAP!!!

Um dos dias mais longos do ano... o último dia para preparar os presentes para distribuir na festa de Natal do GAP (Grupo de Acolhimento e Partilha) da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro). Muito cansaço (agradável!!!), muitas bocas foleiras e, no fim, uns momentos muito bons de companheirismo e dever cumprido. Sem mais palavras, que nesta altura poderiam não sair muito escorreitas, algumas fotografias da noite:

10 de dezembro de 2009

A Noite de Natal (Sophia MBA)

Um livro numa viagem de comboio desde o Rossio (e ainda sobrou tempo!!!), as coisas simples e belas não têm tamanho! Refiro-me a "A Noite de Natal" de Sophia de Mello Breyner Andresen, um conto infantil, que começa por mostrar a importância de um amigo, que no caso é Jesus, uma festa, que no caso é de Natal, e uma estrela, que no caso é a nossa estrela, a Estrela de Belém.

"E Joana viu o seu amigo Manuel. Estava deitado nas palhas entre a vaca e o burro e dormia sorrindo.
Em sua roda, ajoelhados no ar, estavam os anjos. O seu corpo não tinha nenhum peso e era feito de luz sem nenhuma sombra.
E com as mãos postas os anjos rezavam ajoelhados no ar. Era assim, à luz dos anjos, o Natal de Manuel.
- Ah - disse Joana -, aqui é como o presépio!
- Sim - disse o rei Baltasar -, aqui é como no presépio.
Então Joana ajoelhou-se e poisou no chão os seus presentes."

8 de dezembro de 2009

Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria

(8 de Dezembro) Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, Padroeira Principal de Portugal.

Depois da peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, referida na entrada de 19 de Outubro, o dia de hoje ainda teve mais sabor!

Uma quadra dos Hinos de hoje:

1) Vésperas I
Senhora, o teu celeste olhar de padroeira
Floresça em nosso interior,
Abrindo a senda da pureza verdadeira
Que nos conduza ao Senhor.

2) Laudes
Contigo, Virgem santa, imaculada,
Estrela da manhã do mundo novo,
Se elevam nossos cânticos e hinos
Em louvor da Santíssima Trindade.

(ou) Em ti desponta a aurora da justiça,
O mistério do reino que há-de vir;
A sombra do Espírito que desce
Teu coração preserva.

3) Vésperas II
Toda formosa, alegres Te cantamos,
Ó Mãe do Amor formoso e nossa Mãe.
A sombra do pecado não tocou
Teu ser imaculado.

Dedicação das Basílicas de S. Pedro e S. Paulo

(18 de Novembro) Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo (Memória Facultativa).

Esta entrada só está atrasada 20 dias!!! No mesmo âmbito e na sequência das entradas de 5 de Agosto (Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior) e de 9 de Novembro (Dedicação da Basílica de São João de Latrão), aqui ficam as Portas Santas da:
Basílica de São Pedro
e Basílica de São Paulo Fora de Muros

15 de novembro de 2009

O Cura d'Ars (Francis Trochu)

Eu é que já não tenho cura!!! Desta vez não refiro um livro que tenha acabado de ler, mas precisamente um que comprei na sexta-feira e, que por isso, ainda está para ler e que fará "companhia" aos 78 livros "atrasados" que tenho ainda para ler!!!!! Esta contagem não é exaustiva e não estou a contar, por exemplo, os 8 pequenos livros que se vêem numas destas fotografias:
A "culpa" desta vez foi d' "O Cura d'Ars" de Francis Trochu (Edições Theologica, Braga 1987), um "pequeno" livro de quase 700 páginas (que até se vê nesta terceira fotografia). E também não me pus a contar os DVD's/filmes atrasados!!!!!

13 de novembro de 2009

Caritas in Veritate

Ao fim de um dia é algo duro, ainda para mais ainda não a li (não digam a ninguém!?!), mas o encontro com o Dom Carlos Azevedo sobre a terceira Carta Encíclica do Papa Bento XVI "A Caridade na Verdade" valeu a pena.
Dom Carlos disse que o núcleo central está na introdução, mais longa que o habitual, na conclusão e nos números 34 e 52, que por certo sairam da pena do Papa.
Gostei da ideia que esta encíclica é uma longa tapeçaria, tecida por 2 fios, a Verdade e a Caridade.

Terra Santa - Um ano depois... (Boletim VIII)

A oitava contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 80 relativa ao XXXIII Domingo do Tempo Comum.

Terra Santa\ Um ano depois...
“Que alegria, quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor!»
Os nossos pés detêm-se
às tuas portas, ó Jerusalém!

Por amor da casa do Senhor, nosso Deus,
Pedirei o bem-estar para ti.”
Salmo 121 (1-2.9)

Há cerca de um ano tive a felicidade de poder peregrinar pela Terra Santa. Viver na primeira pessoa, se isso posso afirmar, a Anunciação, a Visitação, o Presépio, o Baptismo, o crescimento de Jesus em Nazaré, a pesca milagrosa e o chamamento dos primeiros discípulos no Mar da Galileia, subir à montanha para escutar as Bem-aventuranças, assistir à multiplicação dos pães e dos peixes e à pregação na sinagoga de Cafarnaúm, ouvir o Pai-Nosso, ver Jesus a chorar sobre Jerusalém, estar na instituição da Eucaristia e Orar com Jesus no Monte das Oliveiras, ver Jesus a ser preso, e, tal como Pedro, negá-lo, percorrer a Via-Sacra a Seu lado, alegrar-me com o Cireneu, pois apesar de “obrigado”, Simão de Cirene fez o que devia ter feito, chorar a morte e alegrar-me com a Sua Ressurreição, fazer o caminho de Emaús e, por fim, ouvir Jesus a dizer: «A paz esteja convosco!», no fundo, tão só testemunhar a vida de Cristo.
Em Jerusalém é impossível ter uma única certeza histórica sobre o verdadeiro local onde cada episódio foi vivido por Jesus Cristo; séculos e séculos de destruições, sismos, incêndios, guerras e o tempo, a isso nos conduziram, mas a cidade Santa é essencialmente um sentimento, a Jerusalém Celeste, para onde queremos caminhar. Já estive em outros locais onde as pedras estão carregadas de história, a grande diferença é que em Jerusalém essa história é também a minha!
Sei que devia ter sido de outra forma, afinal ainda tenho caminho para percorrer, mas não foi a Eucaristia na capela católica (Franciscana) da Basílica do Santo Sepulcro que mais me comoveu, mas A da gruta da Basílica da Natividade em Belém, não consigo explicar o que senti a dizer as palavras do refrão do Salmo 95 “Hoje nasceu o nosso Salvador, Jesus Cristo, Senhor, hoje nasceu o nosso Salvador”.
Uma mágoa, afinal também lá peregrinei como turista, foi não ter conseguido, e se calhar não fiz tudo o que podia, fazer Eucaristia com os irmãos da Terra Santa; até posso contribuir no ofertório de 6.ª-feira Santa para eles, mas ter estado lá e não os “abraçar” é uma tristeza que guardo!

“Vós, porém, aproximastes-vos do monte Sião e da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste, de miríades de anjos, da reunião festiva, da assembleia dos primogénitos inscritos nos céus, do juiz que é o Deus de todos, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição, de Jesus, o Mediador da Nova Aliança, e de um sangue de aspersão que fala melhor que o de Abel.”
Carta aos Hebreus 12, 22-24

Uma palavra também para a Confirmação dos nossos irmãos no próximo dia 15 de Novembro, por muito que nos custe a compreendê-lo, os Sacramentos não são recebidos porque os mereçamos, mas porque são graças do Dom de Deus. Que o Espírito Santo os ilumine, para serem verdadeiras testemunhas de Cristo.

Continuando com as palavras de David Vieira, retiradas da revista “a folha dos valentes” n.º 352, de Junho de 2006, propriedade da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), fazendo parte do artigo “Cinco defeitos de Jesus”:
2.º – Jesus não percebia nada de matemática.Se entendesse de números, não teria dito que um só pecador arrependido valia mais do que noventa e nove justos que não precisam de arrependimento. Só quem não sabe fazer contas é capaz de dizer, como Ele, que setenta vezes sete não é igual a 490, mas sim um número infinito, ou seja, sempre. Até mesmo as contas de multiplicar eram exageradas pela quantidade de pães que sobraram depois de ter saciado a fome à multidão.

3.º – Jesus não estudou lógica.
(a “explicação”, se Deus quiser, apresentá-la-ei na próxima crónica)

10 de novembro de 2009

Ternura dos Quarenta!!!

Um número redondo, que me remete imediatamente para os 40 ladrões do Ali-Bába, mas também para a "Ternura dos Quarenta" do Paco Bandeira, que até tem a parte do la, la, la:

Quando penso o que passei
Fronteiras de solidão
Tinha para dar e não dei
Olhei para trás, e pensei
Não tenho nada na mão

Tive o tempo e não senti
Tive amores e não amei
Os amigos que perdi
E as loucuras que vivi
São tantas que já não sei

Quem eu era?
Quem sou eu e quem pareço?
Se alguém hoje me espera,
Com certeza que mereço

Mereço ainda,
Amor a tua presença
Para enfrentar a vida,
Com a ternura dos quarenta

La, la, la...

Foram tantas as idades
Da vida que atrás deixei
Não quero sentir saudades
Estou em outras amizades
Amar o que não amei

Os copos que não bebi
Os discos que não toquei
Os poemas que não li
Os filmes que nunca vi
As canções que não cantei

Meus amigos,
O importante é o sorriso
Para seguir viagem
Com a coragem, que é preciso

Não adianta,
Deitar contas a vida
A ternura dos quarenta
Não tem conta, nem medida

La, la, la...

9 de novembro de 2009

Dedicação da Basílica de São João de Latrão

(9 de Novembro) Dedicação da Basílica de São João de Latrão (Festa)

Conforme prometido na entrada (post) de 5 de Agosto (Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior), aqui deixo a fotografia da Porta Santa da Basílica de San Giovanni Laterano (com muita gente à frente!!!!):E o texto alusivo da Liturgia das Horas: "Segundo uma tradição que remonta ao século XII, celebra-se neste dia o aniversário da dedicação da basílica de Latrão, construída pelo imperador Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de rito romano, com o fim de honrar a basílica que é chamada «a igreja-mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe» e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu S. Inácio de Antioquia, «preside à assembleia universal da caridade».

6 de novembro de 2009

São Nuno de Santa Maria (6 de Novembro) - ser e esperar... (Boletim VII)

A sétima contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 79 relativa ao XXXII Domingo do Tempo Comum.

São Nuno de Santa Maria (6 de Novembro)\ ser e esperar...
Recentemente tive a alegria de peregrinar por terras de São Nuno de Santa Maria (1360-1431), terminando no Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, o Solar da Padroeira. Presume-se por tradição que a imagem de Nossa Senhora terá sido oferecida por D. Nuno Álvares Pereira, que em finais do século XIV fez consagrar a igreja, reformada em 1569, a Nossa Senhora da Conceição, sendo o primeiro templo desta devoção em toda a Península Ibérica, antecedendo assim em quase 500 anos a definição dogmática de 1854 sobre a Imaculada.
Herói e santo, terminada a campanha militar, recolheu-se deliberadamente ao mosteiro do Carmo em Lisboa, que a expensas suas havia edificado, passando os últimos anos da sua vida em oração, e no exercício da caridade para com os pobres, não sendo de admirar que o povo passasse a tratá-lo por Santo Condestável, duas palavras, à partida, antagónicas!
Santo António, o outro grande santo de Lisboa, morreu em Pádua em 1231 com 36 anos e, num dos processos mais rápidos de sempre, foi canonizado no ano seguinte; São Nuno, falecido em 1431, viria a ser beatificado quase 5 séculos depois, em 23 de Janeiro de 1918, e canonizado “apenas” em 26 de Abril de 2009.
Ser santo é o caminho que os filhos de Deus devem percorrer, viver a vida de Cristo, tão somente seguir o Evangelho de São Mateus que escutámos na Solenidade de Todos os Santos, as Bem-Aventuranças são o único caminho possível e não há desvios.

Uma oração litúrgica a São Nuno de Santa Maria: «Ó Deus que concedeste ao Bem-Aventurado Nuno combater o bom combate e o tornaste exímio desprezador de si mesmo e do mundo, concedei-nos a nós, vossos servos, que, depois de vencermos as cobiças da terra, vamos gozar perpetuamente a pátria do céu e, por sua intercessão, alcançar a graça que vos pedimos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unida do Espírito Santo. Ámen.»

Continuando com as palavras de David Vieira, retiradas da revista “a folha dos valentes” n.º 352, de Junho de 2006, propriedade da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), fazendo parte do artigo “Cinco defeitos de Jesus”:
1.º – Jesus não tinha boa memória.
Se tivesse boa memória, não teria esquecido a vida dissoluta de Maria Madalena, nem acolhido a mulher adúltera, nem prometido o Paraíso ao ladrão no alto da cruz, nem aparecido a Pedro, depois de este O ter negado três vezes. Jesus não tem boa memória como nós. Não só perdoa a todos, como se esquece depressa do passado.

2.º – Jesus não percebia nada de matemática.
(a “explicação”, se Deus quiser, apresentá-la-ei na próxima crónica)

25 de outubro de 2009

Dedicação da Sé Patriarcal de Lisboa (Solenidade)

(25 de Outubro) Dedicação da Sé Patriarcal de Lisboa (Solenidade na Diocese de Lisboa)
Acaba por ser um bocadinho uma "repetição" do comentário (post) anterior, mas é muito bom poder ter a graça de fazer celebração, nem só o Cardeal, os Bispos, presbíteros e diáconos o fizeram, numa Igreja Católica com quase 900 anos de história e cheia de pedras vivas, tanto as de hoje como as nossas precedentes. Vi pela primeira vez um painel/colcha com o brasão do Cardeal-Patriarca por cima da entrada da nossa Sé e reparei, com ajuda da noite/hora e da iluminação interior, que a roseta(?) de vitral por cima da entrada da Catedral tem os 12 Apóstolos que irradiam do Cristo central, muito belo!
Se não me tenho esquecido dele (!!!), acabaria com o refrão de uma das canções com que o poderoso e cativante coro (com inúmeros seminaristas) hoje nos presenteou, mas como não me recordo, fica uma "aproximação" (e que belo Templo; amanhã, se Deus quiser, conto poder desfrutar, dessa vez em companhia apenas de alguns turistas, durante uma parte da minha hora de almoço, desta nossa belíssima Casa):
Nós somos as pedras vivas do Templo do Senhor...

23 de outubro de 2009

Igreja Catedral de Santa Maria Maior de Lisboa (Boletim VI)

A sexta contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 77 relativa ao XXX Domingo do Tempo Comum.

Os Domingos são tão importantes para um católico, pois são dias de Páscoa (semanal), que nem celebramos as memórias que coincidam com eles. Apesar disso, não ficará mal lembrar os santos ou as situações que liturgicamente celebraríamos nesses dias.
A nossa Igreja é a Sé de Lisboa, a Igreja Catedral de Santa Maria Maior de Lisboa. As Igrejas da Paróquia de Nossa Senhora de Belém e as restantes das paróquias da Diocese de Lisboa mais não são que “extensões” dela, pois é lá que se senta o nosso Cardeal-Patriarca e é lá que estamos em comunhão com Ele e com toda a Igreja diocesana, embora fisicamente, pelo menos todos ao mesmo tempo, até nem seja possível lá celebrá-lo!
No dia 25 de Outubro (Domingo) a Diocese de Lisboa celebra o Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral de Lisboa, por isso, sugiro a leitura da Carta do Cardeal-Patriarca de Lisboa aos Sacerdotes e às comunidades cristãs do Patriarcado de Lisboa, acerca da Solenidade da Dedicação da Sé Patriarcal de Lisboa:
http://www.patriarcado-lisboa.pt/agenda/Carta_Dedicacao_da_Se2009.pdf

Um pequeno apontamento formativo, que retive do Bispo-auxiliar afecto à nossa Vigararia, atendendo a que o Dom Carlos Azevedo escreve semanalmente à 6.ª-feira no jornal “Correio da Manhã” um artigo de opinião a que chamou “O alicerce das coisas”. Da edição de 3 de Julho de 2009 (Rota das Catedrais): “Cresce a esperança para as igrejas catedrais ou sés, erradamente chamadas, por vezes, de sé catedral, porque junta duas palavras que significam a mesma coisa: cadeira, nas línguas latina e grega respectivamente.”

De um dos hinos vários das Laudes, atendendo a uma situação que viverei brevemente, prendeu-me esta estrofe:
Fazei-me andar sem parar,
Seja qual for o caminho.
Quero seguir-Vos, Senhor:
Os vossos braços me amparem.

Em Ano Sacerdotal, celebremos com alegria no dia 21 de Outubro o quadragésimo primeiro aniversário natalício do Padre Carlos Manuel Fernandes Gonçalves, que proximamente celebrará também o aniversário da sua ordenação sacerdotal (29 de Novembro de 1998)

Termino, com algumas palavras de David Vieira, da rubrica “nada de novo (pensar)”, retiradas da revista “a folha dos valentes” n.º 352 (ano XXX), de Junho de 2006, propriedade da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), que fazem parte de um artigo intitulado “Cinco defeitos de Jesus”:
Ao ler um testemunho do bispo vietnamita Nguen van Thuan, imaginei uma lista dos cinco defeitos de Jesus, segundo a nossa maneira limitada ou simplesmente humana de pensar.

1.º – Jesus não tinha boa memória.
(a “explicação”, se Deus quiser, apresentá-la-ei na próxima crónica)

19 de outubro de 2009

Ao encontro de N.ª Sr.ª da Conceição (Vila Viçosa)

Um óptimo fim-de-semana, a caminhar de Vaiamonte (concelho de Monforte) para o Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, proporcionado pela Joaquina, o Sr. Abílio, o Padre Jorge Anselmo e a malta de São Brás e "arredores", como o pessoal de Vaiamonte.
O caminho faz caminhando... ao encontro do outro, mas também à procura de nos encontrarmos, sendo uma enorme alegria saber que nos esperava a nossa Mãe de Céu!

Os primeiros passos, em Vaiamonte, a caminho de Monforte:Primeira paragem, o grupo junto à Igreja de Monforte:Depois do almoço, à sombra de um "velho" chaparro nos Prazeres:O descanso dos "guerreiros", em Santo Aleixo:

A Beleza incomensurável da Criação, uma bela alvorada a caminho da Orada:Andar, andar, andar ao encontro...Quase, quase, quase a chegar ao almoço em Borba:A Alegria de chegar (apesar da pena de ter terminado), os últimos passos a caminho do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (também conhecido por Solar da Padroeira). É bom pensar que os nossos passos se dirigem para o Céu, já só faltava o regresso e o mais importante... a Eucaristia junto ao coração da nossa Mãe do Céu:Tinha 12 anos quando o Papa João Paulo II, na sua primeira visita a Portugal, em 14 de Maio de 1982, aqui peregrinou:

16 de outubro de 2009

Doutrina (Boletim V)

A quinta contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 76 relativa ao XXIX Domingo do Tempo Comum.

Este termo até pode ter passado de moda, mas penso que um catequista nunca deverá afastar-se dele. Os menos jovens certamente recordarão que era assim que se chamava a catequese. Ainda há não muito tempo, estava à porta da nossa Igreja, quando uma avó, de origem campestre, com o seu neto pela mão, me perguntou: “Onde é a Doutrina?” A estranheza inicial conduziu-me a uma enorme lição... por mais animadas e cativantes que sejam as nossas catequeses, a nossa Missão é evangelizar as crianças e jovens que nos são confiados, pelo que, com Jesus ao lado, só podemos esforçarmo-nos por conhecer cada vez melhor a Doutrina da Igreja e transmiti-la com alegria.
Os ingleses têm uma expressão que acho particularmente feliz, a “Sunday school”. Em Maio passado pude testemunhar com alegria e admiração em São Tomé a vivência de uma escola dominical, uma verdadeira escola para instrução religiosa ou do catecismo.
Mais um ano de catequese que se iniciou. No meu caso, uma mistura de tristeza por deixar de acompanhar o caminhar do “meu” grupo dos últimos dois anos, bem como a Alice, com quem colaborei nos últimos três anos. Mas Deus surpreende-nos continuamente, e no sábado passado com a Fátima Silveira lá conhecemos novos amigos.
Uma das missões do catequista é procurar cativar outros paroquianos para este nobre serviço o que, no meu caso, até nem tenha feito como poderia. Sem descurar a importância de que se reveste cada uma das sessões de catequese em que participamos, ou o exemplo que na Igreja ou no mundo transmitimos aos catequizandos, gostava de destacar dois momentos do ano catequético. Curiosamente não participarei nos mais recentes, mas gosto particularmente da Eucaristia de Compromisso dos Catequistas (Dá-nos a luz e a graça do Teu Espírito para o fazermos bem) e do passeio de final de ano de todos os catequistas.
Muitas temas ainda para abordar, como o recente aniversário natalício do Padre Vitorino Sawandi no dia 9 de Outubro (o quadragésimo segundo), o Beato João XXIII (11 de Outubro, este ano Domingo), Nossa Senhora de Aparecida (12 de Outubro), Nossa Senhora de Fátima (13 de Outubro), Santa Teresa de Jesus, a doutora da Igreja de Ávila (15 de Outubro), Santa Margarida Maria Alacoque (16 de Outubro), e a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, ou ainda São Lucas (18 de Outubro, também Domingo), mas a ele voltarei, pois estamos quase à porta do início de um Ano Litúrgico C.

Mas quero terminar com algumas palavras da Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi” (O Anúncio do Evangelho) de S. S. o Papa Paulo VI (datada de 8 de Dezembro de 1975, Ano Santo ou de Jubileu). O seu capítulo IV intitula-se “As Vias da Evangelização” e comporta os seguintes pontos: a busca de meios adaptados; o testemunho da vida; uma pregação viva; Liturgia da Palavra, a catequese; utilização dos «mass media»; indispensável contacto pessoal; o papel dos Sacramentos e religiosidade popular.
Assim, deixo o seu ponto 44 “A catequese”: “Uma via que não há-de ser descurada na evangelização é a do ensino catequético. A inteligência, nomeadamente a inteligência das crianças e a dos adolescentes, tem necessidade de aprender, mediante um sistemático ensino religioso, os dados fundamentais, o conteúdo vivo da verdade que Deus nos quis transmitir, e que a Igreja procurou exprimir de maneira cada vez mais rica, no decurso da sua história. Depois, que um semelhante ensino deva ser ministrado para educar hábitos de vida religiosa e não para permanecer apenas intelectual, ninguém o negará. É fora de dúvida que o esforço de evangelização poderá tirar um grande proveito deste meio do ensino catequético, feito na igreja, ou nas escolas onde isso é possível, e sempre nos lares cristãos; isso, porém, se os catequistas dispuserem de textos apropriados e actualizados com prudência e com competência, sob a autoridade dos Bispos. Os métodos, obviamente, hão-de ser adaptados à idade, à cultura e à capacidade das pessoas, procurando sempre fazer com que elas retenham na memória, na inteligência e no coração, aquelas verdades essenciais que deverão depois impregnar toda a sua vida. Importa sobretudo preparar bons catequistas – catequistas paroquiais, mestres e pais – que se mostrem cuidadosos em se aperfeiçoar constantemente nesta arte superior, indispensável e exigente do ensino religioso. Além disso, sem minimamente negligenciar, seja em que aspecto for, a formação religiosa das crianças, verifica-se que as condições do mundo actual tornam cada vez mais urgente o ensino catequético, sob a forma de um catecumenato, para numerosos jovens e adultos que, tocados pela graça, descobrem pouco a pouco o rosto de Cristo e experimentam a necessidade de a Ele se entregar.”

15 de outubro de 2009

Patch Adams

Mais um bom filme, em excelente companhia, e desta vez com pipocas e tudo, embora as pipocas da família de São João de Deus (e da Juventude Hospitaleira) não chateiem mesmo nada e até sejam agradáveis (e, como não éramos muitos, até deu para trazer para casa!!!).
O "Patch Adams" é a história, baseada num caso real, de um estudante (médico) que ama os seus doentes, ou seja, que ama as pessoas e a vida. Este "remendão" (patch) até "nasceu" num momento de fragilidade em que ele descobre que afinal também pode ajudar os outros, pelo que, apesar de todas as dificuldades de um ensino meramente técnico, pelo menos para quem saísse da norma, consegue formar-se e ajudar muitas daquelas pessoas que não têm possibilidade de ter um seguro de saúde (eu já vi isto em algum lado!?!?!).
Não adianta contar o filme, mas senti que o Patch Adams foi/é uma mistura dos meus amigos doutores palhaço da Operação Nariz Vermelho (um pioneiro no início da década de 70) com o Dr. Fernando Nobre (AMI), dado que referiu que a maior doença do homem é... a indiferença!
JHorge (hoje acho que posso usar este anagrama, com que carinhosamente uma irmã contabilista, as surpresas vêm de onde menos se esperam, me baptizou!)

Para terminar, junto o e-mail que me permitiu conhecer a Residência S. João de Ávila (Rua S. Tomás Aquino, 20) dos Irmãos de S. João de Deus:
Bem sabemos que a vida agitada faz com que o mundo nos fuja pelos dedos e não nos deixe enaltecer a verdadeira essência da vida. Pois bem, a Juventude Hospitaleira (JH), mais uma vez, chega até ti com uma proposta aliciante: as noites de acção e diversão na Sede JH.
- Dia 14 de Outubro, pelas 20h30m, na Sede da JH, noite de cinema, com o filme PATCH ADAMS

Sinopse: PATCH ADAMS - O AMOR É CONTAGIOSO
O filme é baseado numa história verídica e retrata o estudante Hunter Adams (Robin Williams) que após tentar o suicídio, voluntariamente, se interna num sanatório. Ao ajudar outras pessoas internadas, descobre que deseja ser médico para poder auxiliar quem mais precisa.
Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade de medicina. Os seus métodos poucos convencionais causam, inicialmente, espanto, mas aos poucos vai conquistando todos, com excepção do reitor que quer arranjar um motivo para expulsá-lo.
Os seus métodos não são mais do que usar amor e carinho como armas para ajudar as pessoas hospitalizadas, despertando desconfiança e ciúme dentro da própria classe médica. O filme mostra que nem só a ciência pode salvar vidas, mas também o amor e a atenção!
Texto adaptado de Ricardo M. Freire

Marca a tua presença, traz um amigo.
Vem sentir a hospitalidade numa noite de Outono, onde a magia se mistura com o sabor das pipocas!
Post scriptum: existirão mais actividades "abertas", como possivelmente uma conversa/tertúlia com a Laurinda Alves em Novembro.

13 de outubro de 2009

Pedro!!!

Ti Jó!!!

6 de outubro de 2009

Amália

Adoro Fado, adoro a Amália.
(6 de Outubro de 1999... 10 anos de Saudade!)

Poderia escolher um dos inúmeros fados tristes, daqueles de fazer chorar as pedras da calçada. Mas curiosamente, um dos meus fados favoritos é um fado alegre. Assim, aqui deixo a letra de "Madrugada de Alfama", um fado com letra de David Mourão Ferreira e música de Alain Oulman:

Mora num beco de Alfama
E chamam-lhe a Madrugada
Mas ela de tão estouvada
Nem sabe como se chama.

Mora numa água-furtada
Que é a mais alta de Alfama
E que o sol primeiro inflama
Quando acorda a madrugada.
Mora numa água-furtada
Que é a mais alta de Alfama.

Nem mesmo na Madragoa
Ninguém compete com ela
Que do alto da janela
Tão cedo beija Lisboa.

E a sua colcha amarela
Faz inveja à Madragoa:
Madragoa não perdoa
Que madruguem mais do que ela.
E a sua colcha amarela
Faz inveja à Madragoa.

Mora num beco de Alfama
E chamam-lhe a Madrugada
São mastros de luz doirada
Os ferros de sua cama.

E a sua colcha amarela
A brilhar sobre Lisboa
É como a estátua de proa
Que anuncia a caravela
A sua colcha amarela
A brilhar sobre Lisboa.

E um pequeno apontamento do livro "Viagens na Minha Era (Dia-crónicas)" de Onésimo Teotónio Almeida (Círculo de Leitores), com um conjunto de crónicas para a revista LER deste açoriano, professor universitário no Departamento de Estudos Portugueses da Brown University (EUA):
Amália no Olimpo

Enquanto revejo estas dia-crónicas antes de as remeter para Lisboa, chega um e-mail do Francisco Craveiro, de Coimbra, a dizer-me que morreu a Amália. Ontem foi feriado ― 5 de Outubro ― e hoje o país, imagino, fará outro.
Sobre ela os media dirão tudo, e nada que valha a pena terei a acrescentar. Graças à tecnologia, poderei continuar a tê-la presente, entre o fado de Coimbra, os coros alentejanos e o folclore dos Açores, todos companheiros meus de auto-estrada. Fica apenas esta história que imagino esteja porventura registada nalguma entrevista, mas que desconhecia até a ouvir da boca da própria Amália.
Numa das suas passagens pela Nova Inglaterra pedi-lhe que fosse ao meu "Daqui e da Gente", um programa sociocultural que há vinte anos mantenho na TV-cabo de New Bedford. A dada altura conduzi a conversa para a sua experiência americana, pois sabia que no início da sua carreira um empresário quisera lançá-la nos Estados Unidos e ela chegara a Nova Iorque com essa ideia. Mas gorou-se em pouco tempo a tentativa:
― Apercebi-me de que queriam profissionalizar-me à americana, com um rol de ensaios, circuitos de promoção muito intensos, viagens... Deu-me saudades das sardinhas de Lisboa e fui-me embora.

2 de outubro de 2009

Santos Anjos da Guarda

( 2 de Outubro) Santos Anjos da Guarda (memória obrigatória)
"Eis que Eu envio um anjo diante de ti, para te guardar no caminho e para te fazer entrar no lugar que Eu preparei. " Êxodo 23, 20
"É que Ele deu ordens aos seus anjos,
para que te guardem em todos os teus caminhos." Salmo 90, 11
"Livrai-vos de desprezar um só destes pequeninos, pois digo-vos que seus anjos, no Céu, vêem constantemente a face de meu Pai que está no Céu." Mateus 18, 10
Apesar de todas as imagens e pinturas que já vimos, não sabemos como são os Anjos, mas temos as palavras de Jesus Cristo e, por isso, sabemos que os Anjos existem, que são manifestações do Amor de Deus, olhares do Pai.
O belo Hino das Laudes de hoje:

Solícitos e puros,
Os Anjos são fiéis
Mensageiros de Deus
E da sua Palavra.

Força de Deus, Remédio
Nas fraquezas da vida,
Guias e companheiros
Desta humana jornada.
Guardam os nossos passos
E triunfam do mal,
Levando as orações
À divina presença.

No combate do mundo,
Guardai-nos hoje e sempre,
Anjos da nossa guarda,
Invisíveis e fortes.

Mas uma bela Oração, por estranho que à primeira vista (ouvido) possa parecer, é a canção "Anjinho da Guarda", com letra e música de ANTÓNIO VARIAÇÕES (António Rodrigues Ribeiro), do LP/CD “anjo da guarda” (1983):

Eu tenho um anjo
Anjo da guarda
Que me protege de noite e de dia
Eu não o vejo
Eu não o oiço
Mas sinto sempre a sua companhia

Eu tenho um guarda
Que é um anjo
Que me protege de noite e de dia
A toda a hora
E em todo o lado
Posso contar com a sua vigia

Não usa arma
Não usa a força
Usa uma luz
Com que ilumina a minha vida

Ele não
Não usa arma
Ele não
Não usa a força
Usa uma luz com que ilumina
A minha vida

Bazar, Teresinha e Padre Cruz (Boletim IV)

A quarta contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 74 relativa ao XXVII Domingo do Tempo Comum.

Hoje venho falar do Bazar Paroquial, que reabriu no fim-de-semana passado ou, talvez seja mais correcto dizer-se, na véspera do Domingo passado! O nosso bazar estará aberto aos sábados à tarde (das 14 às 20 horas) e nos Domingos de manhã (das 9 às 13 horas).
Entre outras novidades, tem a terceira Carta Encíclica de S. S. Bento XVI “Caritas in Veritate” (A Caridade na Verdade), DVD’s para os cursos de preparação para o Matrimónio e o Baptismo, calendários litúrgicos, agendas para catequistas e livros sobre o Ano Sacerdotal.
Se me é permitido, recomendo a Carta Apostólica de João Paulo II “Dies Domini” (O Domingo do Senhor, apesar de a terem intitulado “O Domingo dá novo sabor à vida”) e, da Congregação para o Clero, embora até ainda não o tenha lido, o “Directório Geral da Catequese”.
Eu tenho um “problema” grave com os livros que é... comprá-los!!! Ainda na sexta-feira resolvi entrar na livraria da Paulus Editora apenas para espairecer e, estando alguns em promoção a 2 euros, voltei com mais 11 livros!!! Um dos princípios basilares da Doutrina Social da Igreja é o da Subsidiariedade. Neste caso concreto, a minha “subsidiariedade” expressa-se assim: mesmo que possa adquiri-los até algo mais barato nas grandes livrarias, prefiro fazê-lo na livraria da Paulus ou do Rei dos Livros (que ultimamente tem estado fechada); analogamente, passa-se o mesmo entre as livrarias religiosas e o nosso Bazar Paroquial. É o meu pequeno contributo por existirem, me darem sempre algum carinho nas compras que faço ou por me proporcionarem pequenas pérolas, que não encontro em mais lado nenhum, como os livros do Padre Coimbra.

Que me perdoem os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, cuja Festa celebramos em 29 de Setembro, mas tenho uma profunda paixão por Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, Teresinha para os amigos, memória obrigatória em 1 de Outubro, mas a Ela voltarei noutra ocasião.

Apesar de estar “ainda” “apenas” a caminhos dos Altares, um pouco à semelhança do agora Santo, Nuno de Santa Maria, a quem, embora apenas beatificado em 1918, durante séculos o povo de Lisboa tratou por Santo Condestável, queria falar do “Santo” Padre Cruz, que durante 25 anos assistiu a doentes e presos.
Curiosamente, ou talvez não, pois a Providência de Deus tem sempre uma enorme capacidade de nos surpreender, o Padre Francisco Rodrigues da Cruz nasceu há 150 anos (29/07/1859) uma semana antes do falecimento do Santo Cura d’Ars.
Foi ordenado sacerdote em 1882, entrou na Companhia de Jesus em 1940, satisfazendo um ardente desejo que acalentara havia 60 anos, e faleceu em Lisboa em 1 de Outubro de 1948.
A minha amizade com Ele começou, numa altura que a minha presença na Igreja de Cristo era algo esporádica, com uma pequena pagela que a minha Mãe me ofereceu e que, desde aí, me tem acompanhado sempre na carteira e que, até por isso, já está bastante gasta.
Conselhos do Padre Cruz: “Confessar-se ao menos uma vez em cada mês; fazer uma confissão geral de toda a vida; rezar o terço a Nossa Senhora todos os dias, podendo ser em família; e quando doente, não receber a 3.ª visita do médico sem pedir os sacramentos.”
Reparo que tenho “apenas” tudo por cumprir! A pagela tem algumas passagens dos seus escritos mas, como mais uma vez o texto já vai longo, ficam para outra oportunidade. De qualquer forma deixo a página da Causa da Canonização do Padre Cruz http://www.padrecruz.org/ (foi a primeira vez a que acedi, mas só posso concluir que os irmãos Jesuítas trabalham muito bem).
Termino, e para um cristão a Oração nunca poderá estar a mais, com a Oração final da minha pagela:
Senhor Jesus Cristo, que dissestes: «Se não vos tornardes como pequeninos, não entrareis no Reino do Céu»; olhai para a humildade e simplicidade com que o Vosso servo Francisco procurou a glória divina e o bem temporal e sobrenatural dos humildes, e dignai-vos glorificar o Vosso discípulo fiel com a auréola da santidade, se isso for da Vossa maior glória. Vós que sois Deus como o Pai na unidade do Espírito Santo. Assim seja.

1 de outubro de 2009

Santa Teresinha

(1 de Outubro) Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face (memória obrigatória)
Uma amiga muito especial, Teresinha para os amigos, que conheci apenas em Novembro de 2005 (ICNE) aquando da visita (das relíquias) à Igreja Catedral de Lisboa (a nossa Sé é a Igreja de Nossa Senhora Maior) e que pude rever em Budapeste na Eucaristia do Monte Géllert (21 de Setembro de 2007), também no decorrer do ICNE.Um local muito especial do quarto, com a Teresinha, o Pedro, o Duarte, o Papa João Paulo II (e uma folha da sua oliveira no Monte Nebo, na Jordânia, ups!!!!), a Fé, a Esperança e o Amor (Caridade), na visão de Anselm Grun e...
Quase sempre é esta a imagem que vejo nela, a Teresa menina, no verso deste postal está a frase "Eu não posso ter medo de um Deus que por mim se fez pequenino."
"Se soubesse como Deus é bom para comigo! Mas se Ele fosse um bocadinho menos bom, continuava a achá-l'O ainda bom..."
"Não é para o primeiro lugar, mas para o último que eu corro."
"Deus não tem necessidade das nossas obras, mas do nosso amor."
"O mérito não consiste em dar muito, mas em amar muito."
"Na noite desta vida, aparecerei diante de Vós com as mãos vazias."

Extremos (filme, prisão e Oração)

Primeiro um filme. Fui ver os "Sacanas sem lei", o meu primeiro Tarantino(!!!); e lá tive que gramar com a publicidade e... (o cheiro d)as pipocas!!!

Depois um grande texto do Bruno, sobre a experiência de uma visita à Prisão de Caxias, que só consegui ler completamente à saída da estação das Laranjeiras. Algumas ....... de ..... e um sms de agradecimento ao autor, por partilhar momentos tão intensos.
"Quando veio a homilia do Padre Colimão, foi aqui que recebi dos maiores ensinamentos até hoje... Ele falava carinhosamente para os reclusos, para nós... E de repente ele diz "Jesus também foi um recluso, olhem para aquele painel"..."
"E o Padre continuava e de repente diz "Deixo-vos aqui o quadro com a fotografia do Crucifixo de S. Francisco Xavier. E reparem como Jesus sorri, em como Ele pregado na cruz está a sorrir... Todos temos a nossa cruz, vocês têm a vossa cruz, nós lá fora temos a nossa cruz... Todos temos... mas se transportarmos a cruz a sorrir, será muito mais fácil"..."
"...e soubemos que afinal aquele que tinha ido ler, ia fazer a primeira comunhão, ia fazer a primeira comunhão na prisão..."
"Foi algo de único, aí percebi tudo, naquela Eucaristia os reclusos são livres, entregam-se a Deus, Deus é força daqueles que ali estavam... Eu pensei, "não me interessa porque aqui estão, são Filhos de Deus como eu, podem ter estado no momento errado à hora errada, são reclusos, Jesus também o foi, mas precisam de nós, não podem ser esquecidos... São filhos de Deus"..."
"Virei-me vi o rapaz que fez a primeira comunhão, estendi-lhe a mão e disse-lhe "força, nunca percas a fé..." E ele disse "obrigado por teres vindo", olhei e estavam a olhar para mim com um olhar de agradecimento, com um olhar difícil de explicar, fiz questão de de cumprimentar todos eles..."
"Foi a melhor Eucaristia da minha vida, a mais forte, aquele jovem a cantar não me sai do ouvido, o sorriso o rosto de cada um..."
"Só espero e rezo que aquele sorriso de Jesus na Cruz lhes dê forças... A eles e a mim... Todos nós transportamos a nossa cruz..."
"Não esquecerei..."

Depois a Oração com cânticos de Taizé, na Paróquia de São Tomás de Aquino, alguns extractos:
Salmo: "Defende-me, ó meu Deus, porque em ti me refugio. Digo ao Senhor tu és o meu Deus. És o meu bem e nada existe acima de ti."
Cântico do silêncio: "Cantarei ao Senhor, enquanto viver, louvarei o meu Deus enquanto existir, Nele encontro a minha alegria, nele encontro a minha alegria..."
Prece: Jesus esteve preso... por todos os reclusos e pelos que lhes estendem as mãos. Pelos que partiram, rezemos por eles, que já se libertaram da prisão terrestre, e para que nós consigamos libertar-nos de todas as prisões que nos oprimem!
Cântico de vigília à Cruz: "Freinden, freinden hinterlase ich euch. Mein frieden gebe ich euch. Euer Herz verzage nicht." (alemão; Deixo-te a minha paz, a minha eu te dou. Não se perturbe o teu coração)
Oração final: "Sopro de amor de Cristo, Espírito Santo, em cada, em cada um depositaste a fé, que é como impulso de confiança mil vezes recomeçado ao longo da vida, uma confiança simples, tão simples que todos a poderiam acolher" Irmão Roger, de Taizé.
Cântico de ressurreição: "Ó Cristo ressuscitado anima uma festa no mais íntimo do homem, ó Cristo ressuscitado anima uma festa no mais íntimo do homem..."
Cântico final: "Deixa agora o teu servo ir em paz ó Senhor, deixa agora o teu servo ir em paz..."

29 de setembro de 2009

A Noite de Iguana (Cinemateca)

Acabo de voltar de mais um soberbo filme na Cinemateca, no caso "The Night of the Iguana" realizado por John Huston em 1964 (125 min.), contando com as interpretações de Richard Burton, Deborah Kerr, Ava Gardner e Sue Lyon.

Uma incursão de Huston no universo de Tennessee Williams, numa história cheia de alegorias à vida de Jesus (Richard Burton), como o monte (Calvário), a tentação (a Lolita Sue Lyon), uma Maria Madalena (Ava Gardner), o Anjo de passagem (Deborah Kerr) e até os fariseus (o grupo excursionista das velhas professoras); como tão bem nos lembra o texto de Manuel Cintra Ferreira, pois a Cinemateca ao facultar textos sobre cada um dos filmes "obriga-nos" a meditar depois de os ver ("Mas o destaque vai para Deborah Kerr com a sua estranha sensualidade sublinhada, simultaneamente indiferente e contaminada pela viscosidade do clima de erotização da paisagem, anjo que assume a liberdade da castração, como se insinua no plano em que ela decepa a cabeça do peixe").
Mas a minha cena favorita, em que sabemos o que vai acontecer, é quando o velho poeta consegue finalmente terminar o seu poema, que há 20 anos tentava acabar, a traquilidade da beleza das palavras (poema), o saber que então, ao luar e rodeado de natureza, já só faltava ou podia rezar e... morrer!

A apresentação da Cinemateca: Nesta adaptação da peça de Tennessee Williams filmada no México, à beira mar, com fotografia de Gabriel Figueroa, Burton é um padre renegado e alcoólico que ganha a vida como guia turístico. Ainda um pouco "Lolita" como no Kubrick anterior (Lolita, 1962), Sue Lyon assume a descontraída pele de jovem tentação. No papel da livre Maxime, Ava Gardner é a dona da fabulosa estalagem que será o cenário do filme. Deborah Kerr é Hanna, auto-castrada neta do "poeta mais velho do mundo" por quem se faz acompanhar. THE NIGHT OF THE IGUANA é um dos mais reputados Huston. O mergulho pelos meandros do dilema entre o espírito e a carne, tema do último sermão do Reverendo Shannon na dramática sequência de abertura, é denso. A rodagem foi feliz.

Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

(29 de Setembro) Arcanjos S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael (Festa)

O belo Hino das Vésperas de hoje, com o qual me "reencontrarei" mais logo:

Anjo da paz, Arcanjo São Miguel,
Defenda a Igreja com sua mão amiga
E a faça vencedora sempre fiel
Contra os assaltos da serpente antiga.

A este mundo triste, em dura prova,
Mandai, Senhor, notícias de alegria:
São Gabriel nos traga a Boa Nova,
Que por ele enviastes a Maria.

Através dos sertões da vida agreste
E na tristeza dos caminhos ermos,
São Rafael, o médico celeste,
Conforte e cure todos os enfermos.

Glória ao Pai, entre os Anjos nas alturas.
Glória ao Filho e ao Paráclito divino.
Suba até Deus a voz das criaturas
No mais ardente e jubiloso hino.

28 de setembro de 2009

Pablo Pineda e Francisco Brás

Sempre que posso procuro não perder o programa "Consigo" que passa aos Domingos cerca das 11h30m na RTP2. E tenho aprendido muito com os exemplos de vida que têm mostrado. Sei que mostram sobretudo os casos de sucesso e que a nossa Obrigação é fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que esses casos possam ser muitos mais. Assim, recomendo-vos que espreitem o Blogue do programa Consigo, têm o link n' "A minha lista de blogues", e/ou que vejam um dos programas, ao vivo ou através do site da RTP que os faculta.

Mas esta entrada "nasceu" devido a esta pequena (apenas no tamanho) notícia hoje publicada no "Diário de Notícias":

Actor com trissomia 21 vence em San Sebastián
Pablo Pineda, 34 anos, sofre de síndrome de Down e fez história no sábado ao ser distinguido no Festival de San Sebastián, no País Basco, com a Concha de Prata para melhor actor pelo desempenho em Yo También.
Não é a primeira vez que Pablo Pineda se converte no protagonista das notícias. Em 1999 tornou-se no primeiro europeu com trissomia 21 a licenciar-se. É professor primário, trabalhou na Segurança Social, e em Março deu aulas numa escola de Córdoba. Agora está prestes a terminar a segunda licenciatura, em Psicopedagogia e prepara a prova de ingresso nos quadros do Ayuntamiento de Málaga, a sua cidade natal.
Protagonizar este filme é apenas mais uma faceta na vida de quem aceitou ser o porta-voz das pessoas com síndrome de Down, como explicou ao jornal espanhol El Mundo. "Há gente que não tem uma oportunidade na vida como a que eu tive. Fi-lo por eles", declarou. "Muitos psicólogos e educadores vão entender que uma pessoa com síndrome de Down pode aprender muito mais coisas do que se imaginou durante anos" , acrescentou o espanhol.
Antes dele, Pascal Duquenne venceu idêntico troféu no Festival de Cannes pelo filme Le Huitième Jour.
Em Yo También, de Antonio Naharro e Álvaro Pastor, Pineda é Daniel, um rapaz que se apaixona por uma mulher mais velha, interpretada por Lola Dueñas, que ganhou o galardão para melhor actriz.
Retirado do site do jornal "Diário de Notícias" (publicado a 2009-09-28 às 01:00)

Nem vou comentá-la, pois as minha palavras ficariam de certeza a mais. Mas lembrei-me da nossa CRINABEL e do grande Francisco Brás que já vi várias vezes no "Consigo". Após uma pesquisa no computador do trabalho (que maravilhas ele guarda, para além do orçamento do Estado!?!?!), quero partilhar este texto do José Amaro Dionísio que foi publicado na revista “Grande Reportagem:” de Abril de 2001:

Sem drama
Trissómico 21, sabe o que é? Nós, gente normal da vida normal, dizemos mongolóide. Ele não diz. Também não diz deficientes mentais, diz pessoas com dificuldades de desenvolvimento global. E fá-lo não por paternalismo ou por estar aqui e além na moda mas porque lida com eles, conhece-os, sabe quanto podem na queda do corpo que minuto a minuto levantam, na frase que lhes foge a cada palavra, na rouquidão exorcizada, nos dedos suspensos entre o apelo e o ardor, no olhar curvo. Francisco Brás, 45 anos, actor, trabalha com eles, e com elas, há catorze anos. Têm um grupo de Teatro, chamam-lhe Crinabel Teatro e funciona p’ra li na Rua Álvares Cabral em Lisboa. A fazer o quê? Becket e Shakespeare, Lorca e Gil Vicente. Década e meia, um espectáculo por temporada. É um elenco profissional, doze actores e três técnicos, sem apoio do Ministério da Cultura, tão fértil em subsídios à direita e à esquerda. Que diabo leva um actor a juntar às luzes do palco a escuridão sem retorno? «Nada de especial», responde Francisco Brás, «apenas uma vertente humana muito forte. Digamos que é uma questão de escolher entre um pouco mais de fraqueza e um pouco menos de dinheiro.» Vida que o leva também a animar um grupo de idosos, entre os setenta e os noventa anos, na Junta de Freguesia das Mercês. Estão a ensaiar o que já está programado para Junho, cenas vindas da memória de cada um deles. No meio de tudo isto o actor ele próprio, Francisco Brás, prepara em Almada com o Grupo de Teatro Extremo a encenação de Navalha na Carne, do brasileiro Prínio Marcos, com estreia marcada para 19 de Abril. Charneiras.

27 de setembro de 2009

Os amigos palhaço (ONV)

Na sequência da entrada de 19 de Setembro, sobre o workshop "À procura do seu palhaço interior" da Operação Nariz Vermelho (ONV), dirigido pelo Mark Mekelburg, agora com as fotografias tiradas pelo próprio Dr. P.P.P. Pipoca, deixo mais algumas palavras.
Aquelas 2 horas e meia foram agradáveis e foi muito bom conhecer-vos palhaços triste:
Mas foi muito mais agradável poder usufruir das vossas gargalhadas, amigos palhaços contente:
Ia escolher a gravatinha amarela, porque durante semana de trabalho ando de gravata, que é um óptimo disfarce e esconderijo, mas a venda também condiz comigo!!! Desejo-vos felicidades na vossa vida de Palhaço, ou seja, de Verdade. Mais uma coisa, conforme prometemos ao Mark, se por acaso nos encontramos por aí não estranhem se não vos reconhecer, pode acontecer que esteja simplesmente com vergonha de fazer/receber uns certos cumprimentos!!!!

Eu votei MEP

Esperança. Eu votei Movimento Esperança Portugal (MEP) e ficarei muito contente se o Rui Marques for eleito deputado por Lisboa. Poderia deixar os meus inúmeros motivos, mas o que falou mais alto foi o coração, pois uma prima leiga franciscana, que muito admiro, a última pessoa que eu suporia se metesse na política, é candidata do MEP pelo círculo eleitoral de Faro!

25 de setembro de 2009

Padre Pio e... eleições! (Boletim III)

A terceira contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 73 relativa ao XXVI Domingo do Tempo Comum.

Dia 23 de Setembro faz-se memória de São Pio de Pietrelcina, o «frade dos estigmas», um santo nosso contemporâneo, que partiu para o Pai em 1968, após a sua peregrinação de 81 anos pela terra (nasceu em 25 de Maio de 1887), e afirmou: «Para quem ama, o céu e a terra unem-se».
É com alguma admiração que reconheço os santos do nosso tempo, como que a duvidar que hoje é possível sê-lo, apesar de ser esse o caminho que Deus apresenta e propõe a todos os baptizados.
João Paulo II beatificou-o em 1999, apenas 31 anos após a sua partida, tendo-o canonizado três anos depois e acho que faz todo o sentido lembrá-lo, ainda para mais, em Ano Sacerdotal. Não conheço profundamente a sua vida, pois tenho há algum tempo para ler uma biografia das Paulinas, de cerca de 500 páginas, da autoria de Renzo Allegri, com o sugestivo título “Padre Pio, um santo entre nós”.
«Quando o Senhor me chamar deste mundo, eu Lhe direi: “Senhor, ficarei à porta do Paraíso; entrarei depois de ver entrar o último dos meus filhos espirituais.”» (Padre Pio)

Eleições, um dos temas mais difíceis de abordar num boletim paroquial!
Os Padres do centro histórico de Lisboa (Baixa-Chiado) pronunciaram-se recentemente sobre as eleições autárquicas de Outubro, a-propósito da reabilitação das igrejas, podendo as suas opiniões ser lidas em http://www.paroquiadosmartires.pt/ (publicações e recordações), atendendo a que em http://www.paroquiasaonicolau.pt/ apenas se consegue aceder a um “Ao Largo” de 2008, que também recomendo, pois evoca o Cardeal-Patriarca D. António Ribeiro, o Terço e, num artigo de João César das Neves, a hostilidade do Governo à Igreja. Para rematar este assunto, e fazendo uma alegoria com o recentemente canonizado São Nuno de Santa Maria, ia caindo o Carmo e a Trindade!
Em tempo de novas tecnologias, tomemos partido delas e, conforme referência recente na “Voz da Verdade”, o jornal da nossa Diocese, ouçamos o que a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) tem para nos dizer (http://www.ecclesia.pt/cep.shtml) sobre este assunto.
A Nota Pastoral “Direito e dever de votar” (Abril) apela os cristãos ao voto em consciência cristã, votando por objectivos, por valores e, seguramente, que cada um veja o que os partidos dizem sobre temas fundamentais como o casamento, a família, os mais desprotegidos da sociedade.
Sobre o que se tem passado, poder-se-iam referir muitas coisas, como as dificuldades em regulamentar a Concordata assinada no Vaticano em 2004 entre a Santa Sé e a República Portuguesa, mas gostaria de referir dois assuntos à partida tão extremados! O referendo sobre o aborto de 11 de Fevereiro de 2007, que tocou o fundamental, como é a inviolabilidade da Vida, ou a abertura dos supermercados aos Domingos, que parecendo um assunto menor, certamente não o será para os Pais que não podem acompanhar em família os seus filhos no dia por excelência para fazê-lo. É claro que os patrões falaram logo que esta abertura ia criar postos de trabalho, mas no meio de outras questões, como o facto de serem obrigados a passar de recibos verdes, será que todos remunerarão estes trabalhadores como a lei exige, ou seja, a dobrar?
Para muitos dos nossos concidadãos qualquer destas decisões representam, conforme muitos políticos nos querem vender, a liberdade de cada um e a modernidade, mas como não são esses os valores que leio na Bíblia, prefiro que me chamem antiquado!
Mencionar eleições “obriga” a falar de políticos. Que confiança posso ter nos políticos que, sendo inegável para todos, pelo menos historicamente, a matriz cristã da Europa, apagaram do preâmbulo do projecto da Constituição Europeia a simples menção à nossa herança civilizacional judaico-cristã? Que confiança posso ter no líder de um partido que nesta campanha tão convictamente clamou contra a nova lei de financiamento dos partidos políticos, das campanhas eleitorais e dos grupos parlamentares, ainda para mais em tempos de crise que, pelos vistos, seria só para alguns, quando todos os deputados, excepto um que votou contra e uma que se absteve, justiça lhes seja feita, votaram a seu favor? E o veto presidencial não altera a minha opinião, 30 de Abril foi assim há tanto tempo?
Deixo, mais uma vez, o apelo dos nossos bispos a um voto em consciência cristã; da minha parte, desta e pela primeira vez, vou votar com esperança num pequeno partido, com a tranquilidade que me advém de não ser seguro que venha a ter assento na nossa Assembleia da República.
A crónica já vai longa, se nomeasse as pessoas a quem me refiro, provavelmente dir-me-iam, e com razão, que um boletim paroquial não é local para fazê-lo, por isso termino com algumas das palavras que Jesus Cristo nos vai dizer no XXVI Domingo do Tempo Comum (que podem ler mais à frente):
«Quem não é contra nós é por nós. Quem vos der a beber um copo de água, por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.»
«E se um dos teus olhos é para ti ocasião de escândalo, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos que ter os dois olhos e ser lançado na Geena, onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga».

23 de setembro de 2009

São Mateus

(21 de Setembro) São Mateus, Apóstolo e Evangelista (Festa)
São Mateus merece mais texto, e hoje trabalharia para o Ministério das Finanças, mas como já estou algo "atrasado", fica a minha referência doce ao único Evangelista que nos relata o episódio dos Magos de Oriente e, logo de seguida, a Fuga para o Egipto, o Martírio dos Inocentes (os "primeiros" Mártires cristãos, com a "autorização" de Santo Estêvão!) e Jesus em Nazaré.

Mt 9, 9 - Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me!» E ele levantou-se e seguiu-o.

19 de setembro de 2009

À procura do seu palhaço interior (ONV)

O final da tarde de ontem reservou-me uma boa surpresa e algumas gargalhadas, palhaçadas, estaladas, beijos e macacadas, com cerca de 20 amigos desconhecidos, na casa da Operação Nariz Vermelho (ONV) em Belém (Central Tejo, junto ao Museu da Electricidade/ Fundação EDP).
Podia copiar algumas das suas inúmeras saborosas histórias, mas nem sempre de final feliz, pelo menos se não "tirarmos" os pés do chão, pois conheci os meus amigos Doutores Palhaços através da revista CAIS de Junho de 2007 e, desde aí, tenho procurado seguir-lhes o rasto!! Na inauguração da nova casa pude trocar umas curtas e enriquecedoras palavras com o Dr. Cinho do Céu (José Ramalho) e sentir alguns calorosos e ruidosos chamamentos da Dr.ª Maria Da Graça (a presidente e Palhaço, Beatriz Quintella), ontem, pude conhecer melhor, e receber um caloroso abraço, do Mark Mekelburg (o Dr. P.P.P. Pipoca, ou seja, o Dr. Pedro Pateta Pirata Pipoca).
Mas o melhor que posso fazer é convidar-vos a espreitarem... http://www.narizvermelho.pt/

O workshop dirigido pelo Mark Mekelburg (americano que vive há 16 anos em Portugal) intitula-se "À procura do seu palhaço interior", correspondendo a duas horas e meia que não consigo explicar por palavras.

Em curtas palavras; pude perceber que o Palhaço é VERDADE, alguém que vive o momento (presente) e que conhece a importância do olhar. O Palhaço está/vive sempre na fronteira, com um pé na realidade e outro na fantasia! Deixarei mais algumas palavras (ou não!?!?!) para quando receber as fotos finais do grupo...

17 de setembro de 2009

Miguel Torga (Diários) - V

Vila Nova, 10 de Outubro de 1936
Um diário não é isto. Diário é o daquele inglês que, para que ninguém o lesse, até uma cifra inventou.
O que eu diria aqui se soubesse escrever em cifra!

14 de setembro de 2009

Exaltação da Santa Cruz

(14 de Setembro) Exaltação da Santa Cruz (Festa)
Para muitos a Cruz poderá ser apenas um sinal de sofrimento, mas para quem crê é um enorme sinal de Alegria (um sinal MAIS), tão bem sintetizado na palavra “Aleluia”.

Uma fotografia tirada na Basílica do Santo Sepulcro (Jerusalém), o local físico não é o mais importante, ao altar grego erigido sobre a rocha do Calvário (o local da Cruz está assinalado debaixo do altar), entre os ícones da Virgem Maria e do discípulo João.


Do Hino das Laudes de hoje:
Cruz do Senhor, és única esperança
No tempo desta vida peregrina.
Aumenta nos cristãos a luz da fé,
Sê para os homens o sinal da paz.

O Aleluia da Eucaristia da Festa de hoje:
Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
que pela vossa santa cruz remiste o mundo. Aleluia.

Do livro “Arautos da Santidade - Vida dos Santos (Tu solus sanctus)” de António J. Dias f.m.s. (Editora Rei dos Livros, Abril de 2001):
A cruz, instrumento de infâmia e horror, com a morte de Jesus transformou-se em símbolo de redenção e glória. O Senhor predisse no Evangelho: “Quando for levado da terra, atrairei todos a mim.”
Depois do encontro da Cruz de Jesus, no tempo de Santa Helena, mãe de Constantino, foi-lhe dedicada uma grande basílica a 14 de Setembro. Esta solenidade passou no século VII para todo o Ocidente, quando o Imperador Heráclio recuperou o sagrado lenho, então na posse dos Persas, a 3 de Maio de 630.
A característica desta festa consistia na apresentação solene da verdadeira cruz às multidões, cruz essa cujas relíquias se foram espalhando pelas igrejas particulares em todo o mundo.
A reforma pós-conciliar suprimiu no calendário a festa da Invenção da Santa Cruz, celebrada a 3 de Maio.

13 de setembro de 2009

Nossa Senhora do Sim

Mais uma bela "aquisição" para o "santuário" do meu quarto, esta Nossa Senhora do Sim (Petite).
Muito obrigado Dona Guilhermina.

11 de setembro de 2009

Festas e Férias (Boletim II)

A minha segunda contribuição para o boletim informativo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), a newsletter n.º 71 relativa ao XXIV Domingo do Tempo Comum.

Festas e Férias
Algumas das informações desta crónica são retiradas do site http://www.evangelhoquotidiano.org/
As Solenidades, Festas e Memórias (obrigatórias ou facultativas) de Santos e Beatos, como a recente da Beata Teresa de Calcutá em 5 de Setembro (partiu para o Pai em 1997), ajudam-nos na nossa caminhada para o Pai, pois lembram-nos episódios e pessoas que já a fizeram, que devem ser para nós modelos de vida, caminhando ao nosso lado, e não apenas personagens distantes de um livro que lemos com agrado.
O mês de Agosto é particularmente fértil neste campo, como que a lembrar-nos que Deus não faz férias de nós. Gosto particularmente da Festa da Transfiguração do Senhor (6 de Agosto), um episódio tantas vezes ouvido, até porque é lido noutra ocasião do ano litúrgico. Em muitas ocasiões da nossa vida temos que subir ao monte, com todas as dificuldades que isso pode acarretar, e como gostaríamos de fazê-lo como Pedro, Tiago e João! Mas gosto de meditar que por vezes procuramos o Senhor em manifestações espectaculares, grandiosas, fora do comum e que causem impacto a muita gente, que esquecemos que Ele continua a transfigurar-Se diante dos nossos olhos em cada Eucaristia que fazemos e que uma das maiores bênçãos que podemos receber é, através de Jesus, reconhecer Deus em diversas situações de nossa vida quotidiana.
Mas quero fazer a ponte para as Festas da Natividade da Virgem Santa Maria (8 de Setembro) e da Exaltação da Santa Cruz (14 de Setembro). Por estranho que nos possa parecer, à semelhança de outras que celebramos no decorrer do ano, qualquer uma delas tem a sua origem nos nossos irmãos do Oriente. Com efeito, a Festa da Transfiguração do Senhor remonta ao V no Oriente, tendo sido introduzida no calendário geral da Igreja latina pelo Papa Calisto III em 1457. Por sua vez, a Festa da Natividade da Virgem Santa Maria (já sabem a “prenda” que lhe vão dar pelo seu aniversário?) é celebrada desde o início do cristianismo no Oriente e desde o século VII no Ocidente. Também a Festa da Exaltação da Santa Cruz começou por ser celebrada no Oriente, ligando-se à dedicação no ano de 335 de duas importantes basílicas (do Martírio e da Ressurreição) construídas em Jerusalém por ordem de Constantino. Nessa ocasião a Santa Cruz, encontrada por Santa Helena, mãe do convertido imperador romano Constantino, foi exaltada e apresentada aos fiéis. Depois a Cruz foi roubada pelos persas e resgatada pelo imperador Heráclio que, segundo contam, a levou às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao Patriarca Zacarias, no dia 3 de Maio de 630, passando, a partir daí, esta festa a ser celebrada no Ocidente (a reforma pós-conciliar suprimiu no calendário a festa da Invenção da Santa Cruz, celebrada a 3 de Maio).

Post scriptum: duas palavras finais, acompanhadas de Orações, para o recente aniversário natalício do Bispo Auxiliar da nossa Vigararia D. Carlos Azevedo (4/09/1953) e para o aniversário próximo do Padre Ricardo Neves (15/09/1972), Vice-Reitor do Seminário de São José de Caparide, filho da Dona Madalena e do nosso sacristão Francisco.

8 de setembro de 2009

Natividade da Virgem Santa Maria

(8 de Setembro) Natividade da Virgem Santa Maria (Festa)

Totus Tuus

Eu já sei o que vou oferecer à minha Mãe do Céu (e tenho a certeza que Ela vai gostar!), é bom poder confiar Nela.
Para terminar, a letra do fado "Para Maria" de Mafalda Arnauth, do CD “Diário” (2005).
PARA MARIA
letra escrita e música composta por Mafalda Arnauth
Maria, Maria
Procuro por Ti
Trago este vazio
E o desejo de dar cor à minha vida
Quero pintar
Esta história que estou a criar
Quero ser mais
Minha grandeza afirmar
Ser poeta é ser cantor, ser o céu
Onde mora tudo o que eu vou ser
Se eu souber ser amor.

Maria, Maria
Não sei o que aconteceu
Se o mundo ou se fui eu
Enganou-se o amanhã sem piedade
Fecha-se a luz
Sobre as almas da minha idade
Esconde-se o céu
Onde eu quero ser mais verdade
Minha Senhora e minha Mãe
Olha bem por nós
Sem Teu amor
Ficaremos sós.

Maria, Maria
Mãe do silêncio
Mãe da humanidade
Em Teu seio o meu Senhor se gerou
E Tu o contemplaste
Cheia de amor e ternura
Teu filho desejado
E por Ti muito amado
Minha Senhora e minha Mãe
Ensina-me a amar
E arriscar
A saber ser maior.

7 de setembro de 2009

Regresso

A vida vai regressando lentamente à "normalidade", com as actividades do GAP ou as frases e fotos dos jornais gratuitos.
Do "Destak" gosto particularmente dos editoriais da Isabel Stilwell e das frases, que me ajudam a meditar, como esta da edição de 31 de Agosto de 2009:
«Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo» Oscar Wilde, escritor irlandês (1854-1900).

Como não há palavras para expressar certas situações e sentimentos, só me ocorrendo nessas alturas a força e o calor da Oração, fui buscar também esta fotografia de Sergei Chirikov (EPA/Lusa) que vi na edição do "Global Notícias" de 2/09/2009:

com o seguinte texto: Rússia. O massacre na escola de Beslan, em 2004, foi recordado nesta localidade da Ossétia do Norte. Há cinco anos, no primeiro dia de aulas, terrorista chechenos sequestraram alunos e professores e armadilharam a escola. A tragédia saldou-se por 330 mortos, incluindo 186 crianças.

5 de setembro de 2009

Padre Coimbra (Boletim I)

Passei a colaborar com textos para a newsletter (boletim informativo) da Paróquia de Nossa Senhora de Belém (Rio de Mouro), pelo que aqui deixo o meu primeiro contributo.
http://www.paroquiariomouro.org/home.php?area=home

Padre Coimbra\ Alegria de Anunciar
O Bruno pediu-me para colaborar com textos para a newsletter da nossa Paróquia. Apesar das dúvidas, e terei alguma coisa relevante para aqui relatar, o passo em frente é dado porque Ele o quis, embora as palavras elogiosas da Teresa também tenham ajudado!
O que escrever? Apesar de não ser um editorial, lembrei-me logo da alegria que tinha ao ler os do Padre Coimbra nos “Ecos”. Os seus textos, enquadrados no ano litúrgico, eram sempre de uma grande riqueza e mostravam-me facetas que nem sempre vislumbrava.
Alguns dos seus Editoriais foram reunidos em dois pequenos, apenas em tamanho, livros. O primeiro intitula-se “À Sombra do Santuário” e reúne os editoriais entre 30/07/2005 e 27/08/2006. O segundo livro intitula-se “Alegria de Anunciar”, reunindo textos entre 2/09/2006 e 18/08/2007.
Não sei se o nosso Bazar Paroquial ainda tem o primeiro destes livros à venda, mas tenho quase a certeza que “Alegria de Anunciar” ainda por lá está; pelo que tomo a liberdade de recomendar a sua compra, a sua leitura e, sobretudo, a sua vivência. Penso que será uma óptima forma de agradecer os 76 anos do Padre Manuel Gonçalves Coimbra, que há tão pouco tempo celebrou as Bodas de Ouro Sacerdotais, dado que foi ordenado em 29/06/1959.
O Bispo auxiliar da nossa Vigararia prefaciou os dois livros, pelo que aqui deixo uma frase de D. Carlos A. Moreira Azevedo: “Os conselhos apontados são uma espécie de vitaminas espirituais, um estímulo a seguir os critérios do evangelho no meio de tantas mensagens ou perante o vazio de orientações para apanhar o sentido da vida.”
Para terminar, e o mais difícil até foi seleccionar um texto, aqui fica o nosso Padre Coimbra na primeira pessoa, de um Editorial a que chamou “O Pecado da Falsificação”. Ele apresenta-nos seis Falsificações, mas eu escolhi uma, a que acrescentei as frases inicial e final do Editorial:
“O nosso povo, ao queixar-se dos falsificadores, diz que anda meio mundo a enganar o outro. (...)
Com o tempo, esta arte tem-se refinado. Agora, porém, não vamos falar das obras materiais, mas da grande falsificação da verdade:
- falsificar é substituir a palavra de Deus pelas suas opiniões e interpretações, impondo-as como norma, como lei; (...)
Mais uma vez, recordemos: “Que tenho eu, que tens tu, que não o tenhas recebido?” Não atribuamos a Deus o que não vem de Deus; e não chamemos nosso o que é dom do Senhor.”

Desta vez, apesar de não ter feito parte desta crónica, junto também o Editorial do Padre Coimbra em que me inspirei, que foi publicado no Ecos de 29/10/2005 (e republicada, com ligeiras alterações, no Ecos de 22/01/2006).
O Pecado da Falsificação
O nosso povo, ao queixar-se dos falsificadores, diz que anda meio mundo a enganar o outro. O Evangelho de Mateus lança-nos um alerta para não sermos nem agentes de falsificação nem sermos vítimas de falsificadores.
O caminho do cristão é a verdade que está em comunhão com a humildade. O Evangelho encerra com esta máxima: "Quem se elevar será humilhado, e quem se humilhar será elevado"(Mt 23, l-12). A malévola arte de falsificar é tão antiga como o homem. É de ontem e de hoje a venda de gato por lebre que encontramos nos fariseus de ontem e de hoje.
Com o tempo, esta arte tem-se refinado. Agora, porém, não vamos falar das obras materiais, mas da grande falsificação da verdade:
- falsificar é substituir a palavra de Deus pelas suas opiniões e interpretações, impondo-as como norma, como lei;
- falsificar é viver na incoerência: dizendo mas não fazendo; parecendo mas não sendo;
- falsificar é sobrecarregar os outros com o peso insuportável de pequenas normas e leis, tirando a liberdade às pessoas, quando uma só coisa é necessária: amar;
- falsificar é cultivar o exibicionismo para chamar à atenção, ocultando o que se é;
- falsificar é alimentar as desigualdades, valorizando o que não tem valor. Na sociedade civil, fala-se de superiores e súbditos. Na Igreja, porém, não faz sentido descriminar, todos somos irmãos;
- falsificar é ostentar títulos que não são de serviço, em oposição ao Evangelho que afirma: "O maior entre vós seja o vosso servo."
Mais uma vez, recordemos: “Que tenho eu, que tens tu, que não o tenhas recebido?” Não atribuamos a Deus o que não vem de Deus; e não chamemos nosso o que é dom do Senhor.”
Padre Coimbra